Em entrevista ao Diário de Notícias, Rui Marques, Alto-comissário para a Imigração e Minorias Étnicas, põe em relevo os entraves colocados pelas ordens profissionais:
"Defende o acesso dos imigrantes à formação profissional, mas como, se é tão difícil reconhecer as habilitações tiradas no estrangeiro?
Esse é um exemplo importante. Em termos de discurso político, é fomentada a importância de reconhecer competências e, em termos legais, há condições para isso, mas existem resistências, muitas das quais corporativas, a todos os níveis, às vezes ao nível de funcionários de guichet, que bloqueiam. Introduzem um calvário de etapas a ultrapassar que nunca mais terminam. Tem que ser criado um mecanismo eficiente no reconhecimento de competências. É um disparate colossal Portugal desperdiçar capital humano que lhe falta e que obteve a custo zero."
Ora nem mais... Depois vemos cirurgiões e violinistas a cavar batatas no alentejo...
ResponderEliminarAbraço da Zona Franca
Portugueses, Freddy! Cirurgiões e violinistas portugueses! Claro, é a internacionalização da economia. O que é necessário é baixar os custos de produção. O desemprego é um problema que já era...
ResponderEliminarHá que descobrir quais as competências que devem ser desenvolvidas para atingir o estatuto de excluído: licenciatura? mestrado? doutoramento?
A mão-de-obra importada tem custos muito baixos, logo, há que pensar na rendibilidade económica... O resto, são batatas se houver terra livre para as plantar!
Ishtar
Os médicos russos, por exemplo, não têm conhecimentos para trabalhar em Portugal ???? É melhor tê-los por cá, onde há falta de médicos, a carregar tijolas na construção civil...
ResponderEliminarÓ Ishtar tenha dó !!!!!!!
Sim, Bruno, tem toda a razão. Se a oferta for inferior à procura, é mais do que razoável que se importe mão-de-obra. Mas talvez não me tenha feito compreender: com a internacionalização da economia, e pelas leis da oferta e da procura, se houver uma clínica que necessite de empregar um médico, vai dar emprego ao médico russo se este (por força das circunstâncias) aceitar trabalhar como escravo por 600 ou 700 Euros, por hipótese. Claro que é preferível do que pôr o homem subempregado a trabalhar nas obras, mas o médico português vai para o desemprego... Isto porque falou de médicos, mas pode ser com outra profissão qualquer.
ResponderEliminarAssim, podemos perceber que o desemprego de portugueses pode aumentar devido à concorrência (leis de mercado) de outros técnicos que são oriundos de mercados onde o preço é mais baixo. A longo prazo, as regras de mercado porão todos os preços ao mesmo nível.
Deste modo, não se vão queixando, estamos sujeitos às leis de mercado da economia neoliberal...
Quando o tal médico português estiver conformado em receber o mesmo salário e a trabalhar como um escravo, ocupará o lugar se tiver melhor currículo do que o russo!
As empresas portuguesas que estão a fechar as portas para as poderem abrir no Leste, na Índia ou em Angola, dizem aos seus empregados que não se importam de lhes dar emprego nos novos destinos dos seus investimentos, desde, é claro, que se sujeitem a receber os mesmos salários que lá se praticam.
Pior ainda, o desemprego vai aumentar assustadoramente em consequência das novas tecnologias... em todas as áreas!
C'est l'economie!
Ishtar
Deste modo, não tarda nada, haverá muitos cirurgiões e violinistas de diferentes nacionalidades a plantar batatas no Alentejo e noutras paragens, se ainda houver terra livre!
ResponderEliminarIshtar
Caro Ishtar, o tempo não volta para trás...
ResponderEliminarPois não, o tempo não volta para trás... Mas a história é fundamental para sabermos para onde vai...
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