terça-feira, fevereiro 07, 2006

Traços psicológicos de uma greve de zelo: "É a resposta emocional a um tratamento que nos tenta igualar a todos os outros sistemas"

Nunes da Cruz, que é presidente do Conselho Superior da Magistratura, órgão do Estado que gere os juízes, recebeu Marques Mendes, presidente do principal partido da Oposição. À saída do “encontro de trabalho”, ambos prestaram declarações.

Nunes da Cruz, que caminha a passos largos para a jubilação, está naturalmente preocupado com a possibilidade de o Governo retirar o subsídio de habitação compensação aos magistrados que estão em casa a tratar dos netinhos. Por isso, compreende a reacção dos juízes que, às 17 horas em ponto, arrumam os processos e abalam. Trata-se, em sua opinião, da “resposta emocional a um tratamento que nos tenta igualar a todos os outros sistemas”, o que qualquer mandarim não vê com bons olhos. De resto, porque os tempos são outros, “não há é aquela dedicação louca que muitas vezes fazia com que não víssemos as nossas famílias”. E ainda bem, parece-nos.

Marques Mendes aproveitou a ocasião para retomar o diálogo interrompido com o país. Num estilo que define um estadista, disse: “O Governo tem sido useiro e vezeiro em agredir juízes, funcionários públicos, outros sectores. Agredir seja quem for, neste caso os juízes, é de um populismo inaceitável”, sentenciando de seguida: “É preciso deixar de tratar as questões da justiça numa lógica de pingue-pongue”.

Relativamente à greve de zelo em curso, Mendes escusou-se a pronunciar-se. Mas advertiu que tem a solução para “devolver o prestígio e a credibilidade” à justiça: realizar-se um “entendimento alargado” neste sector. O trabalho reformista, disse, “tem de ser feito com a colaboração de todos”.

O “entendimento alargado” e a “colaboração de todos” exige que os parceiros estejam dispostos a entender-se e a colaborar. Marques Mendes, que guardou esta semana para resolver os problemas da justiça, tem ainda uns dias à sua frente para explicar como irá convencer as corporações a prescindir de privilégios e a aceitar que os seus membros sejam avaliados. O “populismo inaceitável” segue dentro de momentos.

16 comentários :

  1. O “insulto inaceitável” segue dentro de momentos. Boa anónimo "Miguel Abrantes", o Verdadeiro e Legítimo Especialista em Justiça...

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  2. Isto está cá uma bandalheira ! Os juizes são um orgão do estado ?

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  3. Um "orgão do estado" nem pensar, um órgão do estado, certamente, (apesar de o "Miguel Abrantes" ter umas ideias sobre o assunto...).

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  4. Declarações inqualificáveis de Nunes da Cruz... Esta gente qualquer dia fica sozinha no seu pequeno mundo... É desta massa de gente que é feito um sistema judicial arcaico e formalista...

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  5. Estes gajos não são uma corporação!
    São uma casta ... preguiçosa, incompetente e parasitária da sociedade em que vive.
    Verdadeiros Meretíssimos Marajás.

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  6. -somos todos iguais mas nós somos mais iguais que os outros!!
    Era o que faltava estar como os outros portugueses em filas de hospitais, ter os mesmos deveres ou receber pouco como os outros...no que respeita à situação de contenção do Estado que poupem os outros por nós...porque sim, somos diferentes, mais diferentes...somos juízes....

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  7. Para pior serviço há sempre o das inspecções de certos ministérios: a IGAP, por exemplo!

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  8. Chiça!
    Descuidei-me... e quando dei por mim estava atolado de merda até ao pescoço neste buraco infecto.
    Pôrra!!!
    Como é que eu saio desta cloaca???
    Abr... A quê???
    Ah! Abrantes!
    Pôrra! Antes bosta de cão no passeio...

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  9. Eles até são espertos, deixam cair a palavra privilégios e corporações, agora a questão é mais do for psicológico. Por mim, estamos conversados. O povo sabe a justiça que nos dão.

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  10. Desinteligência emocional, deve ser este o mal dessa figura do Estado.

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  11. Marques Mendes acaba de propor no telejornal um pacto para a justiça. Sobre quê ? Com estes Senhores ? Valha-me Deus.

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  12. Este blog é bem o espelho de uma sociedade que não gosta de si própria.
    Uma sociedade desagregada e moribunda.
    As pessoas portuguesas são mesquinhas e menores no seu afã sabichão de condenação das instituições mais importantes do edifício democrático.
    Qualquer palerma diz qualquer disparate sobre "estes senhores", sobre "aqueles senhores", sobre "esta cambada" sobre "aqueles pulhas".
    E fazem-no como se fossem, eles próprios, os mais cândidos e bondosos dos homens.
    Como são pequeninos!
    Como são pequenas essas pessoas!
    Tanto que se confundem com uma qualquer caganita de mosca...

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  13. Tem razão caro anonimo das 8:58:37, mas não se ponha de parte, pertence á mesma caganita de mosca, somos todos e não há excepções ou julga que há?

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  14. Quanto ao 'indecoroso' estatuto de «jubilação»:
    Que acabe sim senhor... quando fôr reposta alguma ordem/decência no BdP, EP's & Associados.

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  15. Talvez começar mais acima, nos políticos, que o "Miguel" nunca zurze (excepto os não-PS...).

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  16. Não há nada como uma provocaçãozinha para o "Miguel" atacar os não-alinhados do Governo PS...

    Abaixo o Freitas...!

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