O internacional situacionismo

— Confie em mim, Dr.ª Manuela, que eu faço o servicinho.

Na cabeça de Pacheco Pereira, reconhecido perito em investigação criminal, há uma agência britânica que é o máximo da competência para investigar e descobrir crimes económicos e financeiros transnacionais. Pacheco descobriu que essa agência, a Serious Fraud Office — pela qualidade dos seus investigadores —, toma apenas conta de casos em que os suspeitos são garantidamente acusados e condenados.

Pacheco faz suas as palavras de um leitor e assume-as acriticamente, como é hábito sempre que a conversa convém aos seus delírios políticos. Não é que os factos se encarregaram de desmentir o implacável Pacheco Pereira?

O insuspeito Sunday Times, citado pela TSF, noticiou que dezenas de investigadores da célebre agência foram despedidos. Poderia supor-se que a causa é a crise económica que toca a todos. Mas não. A justificação nua e crua já foi revelada. O despedimento deve-se à incompetência dos investigadores que receberam a lisonja provinciana do cidadão da Marmeleira.

Nota — É bom não esquecer que, no caso Freeport, a polícia britânica se limitou a pedir às autoridades portuguesas que fornecessem elementos sobre os alegados factos que constavam da denúncia anónima congeminada entre gente da PJ, da política e da comunicação social, designadamente nos célebres “encontros da Aroeira” (e enviada, em 2005, para o Reino Unido).