O inspector Torrão
Há por aí alguma confusão, Rodrigo, o que é natural em resultado do bombardeamento a que todos vimos sendo sujeitos. Com efeito, parece que há uma investigação em curso, a qual estará sujeita ao segredo de justiça.
Já a ocorrência dos “encontros da Aroeira” foi comprovada em tribunal. Assim como no mesmo julgamento se comprovou ter havido uma conspiração entre gente da polícia, do jornalismo e da política. A sentença já transitou em julgado (não estando em segredo de justiça).
Indo directo à pergunta do Rodrigo, podemos ver referidos os “encontros da Aroeira”, por exemplo, aqui:
- “Em Janeiro de 2005, Armando Carneiro, presidente da administração da Euronoticias, proprietária da revista Tempo, junta na sua casa de Aroeira o inspector Torrão, o antigo chefe de gabinete de Santana Lopes Miguel Almeida, o advogado José Dias, que trabalhou no escritório de Rui Gomes da Silva, ex-ministro adjunto e ministro dos Assuntos Parlamentares do Governo de Santana Lopes, e o jornalista Vítor Norinha. Segundo Torrão, todos eram seus informadores. Realizou-se, depois, outra reunião com a inspectora Carla Gomes, titular do processo.”
- O empresário Armando Jorge Carneiro revelou hoje em tribunal que, em 2005 e antes das legislativas, levou Miguel Almeida, ex-chefe de gabinete de Santana Lopes, a jantar com uma inspectora da PJ que acompanhava o "caso Freeport". (…) O ex-presidente do Conselho de Administração da revista "Tempo" contou em tribunal que o primeiro contacto que teve com José Torrão (…) ocorreu, em Janeiro de 2005, na sua casa na Aroeira, tendo o ora arguido sido-lhe apresentado pelo advogado Bello Dias. Questionado pelo juiz sobre o número de contactos que manteve com elementos da PJ de Setúbal em Janeiro e Fevereiro de 2005, incluindo encontros com a inspectora Carla Gomes e o inspector Peixoto, Armando Jorge Carneiro contabilizou seis, mas tentou negar que essas reuniões tivessem como motivação o "caso Freeport". Num dos encontros com a inspectora, num bar em Setúbal, o empresário admitiu que entregou já perto da meia-noite, a pedido desta, um exemplar daquele que seria a manchete, no dia seguinte, do semanário "O Independente", sobre o "caso Freeport", em que se falava de um mandado de busca e em que aparece na primeira página a fotografia de José Sócrates. O empresário teve dificuldades em explicar porque razão decidiu levar Miguel Almeida, actual deputado do PSD e figura próxima de Santana Lopes (à data primeiro-ministro) a jantar, em Setúbal, com a inspectora da PJ, alegando que nessa dia estava muito cansado e pediu àquele seu amigo para conduzir. No jantar, onde o ex-chefe de gabinete de Santana Lopes foi apresentado como "Miguel", a testemunha revelou que a inspectora da PJ se mostrou "stressada" , "nervosa" e com receio de estar a ser alvo de vigilância ou perseguição, pois via carros suspeitos. Miguel Almeida terá explicado que se fossem carros do SIS (Sistema de Informações e Segurança) estes teriam necessariamente matrícula registada na Direcção-Geral do Património. A procuradora do Ministério Público quis saber se a testemunha tinha ligações a partidos políticos, ao que este disse que não, dizendo porém que na adolescência militou na Juventude Centrista (JC). Quando aos políticos que conhece melhor pessoalmente, a testemunha indicou Pedro Pinto e Santana Lopes (PSD), bem como Paulo Portas (CDS/PP) e Manuel Monteiro, antigo líder da JC e do CDS/PP. Quanto a Miguel Almeida disse ser "visita de sua casa". Destes, assegurou que só trocou impressões sobre o "caso Freeport" com Miguel Almeida e que nunca acompanhou muito de perto o lado jornalístico das investigações, que estava a cargo de Victor Norinha e de outros membros da equipa redactorial da extinta revista "Tempo". No decurso da audiência e em resposta a uma pergunta do juiz, Armando Jorge Carneiro admitiu que, no decurso deste caso, estabeleceu contacto com um amigo que tinha no SIS, porque suspeitava que estava a ser vigiado por carros que pensava ser da PJ ou do próprio SIS, tendo anotado o número das matrículas. Segundo disse, o amigo do SIS ter-lhe-á garantido que os carros "eram da Presidência do Conselho de Ministros" [era então Santana Lopes primeiro-ministro].
7 comentários :
Branco é, galinha o põe.
O bas-fond da política no seu esplendor.
Do que eu mais gosto é desta direita trauliteira que sempre exige uma "informação independente e equidistante dos partidos e do poder..."
Hilariante, se não fosse para chorar!
MFerrer
Reler estas brincadeiras continua a dar-me vómitos, mas saber que tanta gente os conhece e faz de conta que não sabe de nada é bem pior.
O verdadeiro Zeferino Boal está aqui...
http://bp0.blogger.com/_2om6ocXW5TY/R7YgI3CBEdI/AAAAAAAAAAY/hTmbhR1qzA0/S220-h/Zeferino+Boal+-+polo.jpg
É caso para perguntar porque raio não há UM jornal a escrever sobre isto?
A marosca do Cavaco foi para mim sempre bastante clara como se pode comprovar pelos mails que lhe enviei, especialmente após a crueldade de quasi obrigar a sua serva Manuela a largar o tacho que tinha conseguido de ir para Administradora do SANTANDER, DEPOIS DO PERDÃO DA DIVIDA DE UM MILHÃO DE EUROS, QUE DIZEM NÃO SER ILEGAL MAS QUE NÃO É ÉTICO NÃO É, para ir para o PSD. Nunca respondeu aos meus mails, pois disse-lhe que não aceitava respostas dos assessores por não merecerem a minha confiança. A estocada final diga-se de verdade foi dada pelo Louçã no dia 7 de SETEMBRO QUANDO DISSE QUE A TOUPEIRA ERA O LIMA. Nesse dia enviei-lhe o ultimo mail dizendo que só lhe restava pôr um processo ao publico ou demitir a toupeira. Foi esta a sua decisão que terminou com a publicação do mail que já circulava nos mentideros e que o Louçã já tinha em seu poder. Todo o resto são tretas e acho que estas manobras têm a mão da Maria pois em Portugal são sempre as Marias a mandar.Seria comico não fosse a crise mundial que veio dar cabo de tanto trabalho e sacrificio, mas tenho a certeza que vanos vencer e trolhas como o Medina Carreira que fazem escolas nos comentadores vão calar-se pelo menos durante um tempo.
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