quinta-feira, dezembro 03, 2009

Escutas ilegais e dividendos partidários

Escutas que o procurador-geral da República considerou criminalmente irrelevantes e que o presidente do Supremo Tribunal de Justiça declarou nulas foram ouvidas à socapa pela Dr.ª Manuela. A presidente do PSD fugiu a desmentir esta acusação que lhe foi feita no Parlamento.

Em qualquer país do mundo, este facto extraordinário daria lugar a um inquérito destinado a apurar como uma líder política tinha sido informada sobre uma diligência desenvolvida no âmbito da investigação criminal, para tirar dividendos partidários. Em Portugal, não é assim.

Grandes tubarões como Pacheco Pereira ou arraia-miúda como Pedro Lomba acham que é o primeiro-ministro que tem de se explicar. Sócrates foi escutado ilegalmente e nada disse que tenha relevância criminal. Mas “nós” temos o direito de ouvir. “Nós” queremos saber se o primeiro-ministro utilizou jargão ou linguagem piedosa, se fala pausadamente ou se se irrita, se discreteia sobre política ou futebol. “Nós” queremos saber e, se for preciso, constituímos uma comissão parlamentar de inquérito.

E nós sorrimos ao ver o pequeno Lomba a pôr-se em bicos dos pés.

25 comentários :

Anónimo disse...

O que importará à transparência da coisa é conhecer as conversas tidas entre as personagens em causa, nas partes que, de acordo com a ponderação dos magistrados de Aveiro, seriam subsumíveis a ilícito de natureza criminal - e apenas essas partes.
A relevância desses excertos, do ponto de vista do estatuto da cidadania, advém da circunstância de um dos interlocutores ocupar o lugar de primeiro-ministro do país e de os referidos magistrados não terem sido dados como inaptos.
Desse ponto de vista, aliás, deveria ser o próprio a exigir a publicitação dos excertos em causa.
Ponto é que estje de consciência tranquila e não a tema.

Anónimo disse...

O que importará à transparência da coisa é conhecer as conversas tidas entre as personagens em causa, nas partes que, de acordo com a ponderação dos magistrados de Aveiro, seriam subsumíveis a ilícito de natureza criminal - e apenas essas partes.
A relevância desses excertos, do ponto de vista do estatuto da cidadania, advém da circunstância de um dos interlocutores ocupar o lugar de primeiro-ministro do país e de os referidos magistrados não terem sido dados como inaptos.
Desse ponto de vista, aliás, deveria ser o próprio a exigir a publicitação dos excertos em causa.
Ponto é que estje de consciência tranquila e não a tema.

Anónimo disse...

Há gajos que escrevem com palas e não lêem o que comentam. Se o Procurador-Geral afirma que não há matéria criminalmente relevantes, o que é que o caramelo anterior quer conhecer? E para quê? e a que título?

baladupovo disse...

A Propaganda Anti-Sócrates não se dá bem com o Estado de Direito.
O que vale é que os portugueses estão-se marimbando para Ferreira Leite. Estão fartos e saturados destes noveleiros que só sabem dizer mal.

Anónimo disse...

é uma nova forma de voyerismo;

diria mesmo que será uma parafilia

ana disse...

Ai, este espírito de porteiro!Tivesse ele dito algo grave e já o MP lhe teria caído em cima e em grande. Os srs magistrados não perdoam os pequenos cortes nos seus principescos privilégios. E é só isto e mais nada. Mas se o anónimo faz mesmo questão de saber o que foi dito, parece que basta perguntar à manela.

Anónimo disse...

quer emagrecer? pergunte-me como.
quer saber o conteudo das conversas? ask manuela!

Manuel Duarte disse...

"Escutas que o procurador-geral da República considerou criminalmente irrelevantes e que o presidente do Supremo Tribunal de Justiça declarou nulas foram ouvidas à socapa pela Dr.ª Manuela". Como sabe que foram ouvidas? Tão exigentes são os autores deste blogue a exigirem provas e contra-provas e depois fazem uma afirmação gratuita como esta e ficam-se por aí? Fico à espera das provas e já agora fico à espera (como parece que sabe muito sobre o assunto) qual a implicação política das conversas de José Sócrates. Diz o Procurador que não têm relevância criminal, mas não terão por acaso relevância política? De que tem medo José Sócrates com a eventual divulgação das escutas? Será que se prova de uma vez por todas que mentiu ao parlamento? Será? Eu, que não ouvi quaisquer escutas, não sei. O autor desta posta parece que sabe isso e muito mais. Então explique e nãos e fique pelas meias palavras e pelas afirmações inúteis. Vá lá, seja homenzinho.

Cristiano disse...

Portanto, como um socialista se lembrou de inventar uma teoria milaborante dizendo que MFL teria tido conhecimento das escutas "á socapa" é preciso de imediato criar uma comissão para investigar.
Tirar dividendos politicos????
deve ser por isso que nada se soube antes das eleições...
É demasiado evidente que toda esta cortina de fundo se destina a desviar a atenção dos dois problemas mais graves. O pm mentiu, ele próprio e vários socialistas já o admitiram, á AR.
Dois magistrados consideraram haver indicios de actos criminosos por parte do pm, o PGR achou que não, mas os despachos (em ambos os casos) devem ser públicos porque, a bem do estado de direito (tão acerrimamente defendido quando dá jeito), a justiça deve ser clara para os cidadãos e não pode ficar a ideia que foram tomadas decisões discricionárias e sem justificação.
Mas claro, dá mais jeito inventar histórias sobre a Manuela Ferreira Leite

MFerrer disse...

Acho mesmo que não vale a pena exigir nada à Manuela. O seu curriculo de verdade, seja nas contas públicas, na escolha dos deputados dela claro, na compra dos votos das distritais, nos apoiantes que lhe rodeiam a saia...falam por si!
Posso é garantir uma coisa: foram poucas as vezes que falou verdade na AR. É como o escorpião. É da sua natureza mentir, aldrabar, suspender a democracia...atacar os mais fracos, rebolar-se na lama...
MFerrer

Anónimo disse...

Há um golpe em curso - em conluio com os sindicatos de certas corporações.

Zé da Póvoa disse...

É evidente que há uma grande maquinação, perpretada por várias figurinhas que visa derrubar Sócrates. Como não conseguiram nas urnas, mesmo com a colaboração da PR, tentam agora esta fórmula.
Sócrates mexeu, não tanto como devia, com os privilégios de algumas corporações que agoram julgam poder desforrar-se.

Carlos Ramos disse...

Então é a Manelita a espiã politica que o zarolho identificava, eu bem que já desconfiava.
Não me diga caro cronista, que já quer levantar o inquérito à pobre da Manelita. Vejo que é um acérrimo defensor do estado de direito e imparcial nas suas análises. Um destes dias tive duvidas sabe, mas agora voçê esclareceu-me. E não diga outra vez que Sócrates foi escutado ilegalmente, quem foi escutado foi o Sr. Vara, não foi o PM, e não existe qualquer irregularidade nas escutas. Quanto À relevância criminal, aí é que a porca torce o dito. Ninguém sabe porque é que de repente se tornaram irrelavantes do ponto de vista criminal. O meu amigo quando souber faço o favor de nos transmitir. O resto é assunto de revistas... côr de rosa.
Concordo com tudo o que foi dito pelo Sr. Manuel Duarte e pelo Sr. Cristiano e não vale a pena meter ao barulho a Manelita, o que está em causa é o comportamento moral, politico e quem sabe criminal do MP e não dela, a sua idoneidade para o cargo que já há muito tempo está arrasada por escandalos sucessivos que nunca conseguiu desmentir. São infelizmente do conhecimento publico, não vale a penade elencá-los novamente. Pegando nas suas palavras, Em qualquer país do mundo, que não fosse, como disse o Almada, a "África das Europas", já teria posto o seu lugar à dsposição. Alguns no passado, e até do PS, fizeran-no por muito menos e com grande dignidade. Mas só alguns.

ana disse...

"Diz o Procurador que não têm relevância criminal, mas não terão por acaso relevância política?"

Ai, espera aí! Agora o MP, para além da relevância criminal, também tem de investigar a relevância política!

Crie-se, e já, o Ministério da Relevância Política!Aí é que era um fartar...imagine-se o que seria ouvir os que, ao longo dos nos, têm vindo a preparar as conspirações manhosas de relevância política.

Anónimo disse...

Ó Carlos Ramos!
Isso é que é desespero!! achas que sem o Socras voltas para o tacho!???
Para o recuperar vale tudo não é?? Até os despachos de inferiores hierárquicos têm valor mais valor que a entidade superior e competente para o caso!! É o que dá jeito para recuperar o tacho!!
Esta malta anda mesmo desesperada!!!!
Sousa Mendes

Anónimo disse...

Ó Ana!!
É isso mesmo a espionagem politica!!
É que as escutas de conversas privadas, sejam politicas ou não, constituem violação da reserva de vida privada!!!
A espionagem de conversas entre políticos está abrangida por essa matéria.
Gostavas que escutassem o que dizes em certos momentos e o exibissem na praça pública!!????
Sousa Mendes

Manuel Duarte disse...

Cara Ana

É óbvio que o procurador não deve avaliar da relevância política das declarações. deve, e aparentemente já o fez (concluindo pela não existência de crime), avaliar da relevância criminal. Mas politicamente é ou não relevante saber se o primeiro ministro mentiu? Aparentemente para si tal não interessa absolutamente nada. Mas a mim (enquanto cidadão eleitor e apenas isso) interessa-me saber se o PM objectivamente no âmbito da sua actividade interfere com a liberdade de imprensa. Não é crime? Talvez não (e mesmo aí tenho algumas dúvidas), mas é politicamente importante, porque nos permite saber sobre a qualidade de democracia que José Sócrates e o PS pensam que merecemos. Ou será que nos queremos limitar (como diria o slogan do Diário há alguns anos) à verdade a que temos direito (e esta se limita à verdade que nos é permitida pelo governo e pelo PS)?

Anónimo disse...

Admito que as conversas em que o primeiro-ministro participe tenham relevância politica. Mas as conversas entre o Sr. Aníbal e o sr. Lima (de certeza que das célebres escutas, ainda deve existir material relevante) , e entre a D. Manuela e o filósofo Pacheco também têm.
Ora, nesse caso, que tal termos também conhecimento dessas conversas. Estou em pulgas para as ouvir.

Carlos Ramos disse...

Ana

Tire-nos então da ignorância e diga lá então que conspirações manhosas são essas, quem são os conspiradores e as vitimas das ditas.

Anónimo disse...

É pá leiam o comunicado do Procurador e parem de dizer disparates.

O procurador diz que não à elementos probatórios. Não diz que são irrelevantes criminalmente ou que não existem indícios.

É diferente.

Elementos probatórios não é a mesma merda que indícios ou criminalmente relevantes.

90% das noticias de crime não tem elementos probatórios. É com a abertura do inquérito que se fazem as diligências de prova.

Foi aberto algum inquérito?

Pedro L disse...

Se calhar o Carlos por exemplo não?
Nunca conspirou contra ninguem ao telemóvel, é um santinho?

Anónimo disse...

merda deve ser você seu neofascista do caraças

ana disse...

Sousa Mendes

O meu comentário dizia, ou pretendia dizer, exactamente o contrário do que entendeu...

ana disse...

Manuel Duarte,

Se Sócrates não conhecia oficialmente o assunto, não mentiu. Se lhe foi transmitido particularmente, certamente não poderia revelá-lo e não me parece que isso seja crime. Não tendo nenhum de nós, é certo, a responsabilidade de um PM, quantas vezes, ao longo das nossas vidas, fomos conhecedores de factos que não podíamos revelar?

Carlos Ramos
Gosto muito dos Gato Fedorento. Durante algum tempo andou na berra o "o que tu queres, sei eu..."
Mas voltando à sua pergunta e respondendo com outra pergunta, para a qual ambos sabemos a resposta:
Quem retira e trunca partes de processos que estão em segredo de justiça e os passa a certos jornais? E para chegar, sempre, a quem?
Como não há fantasmas e jesus cristo não se mete nestas coisas, o mistério está esclarecido.

Antolin Santos disse...

A Manela é acima de tudo uma velhaca reflectindo nisso o seu mau perder e a sua arrogância pessoal estrutural.Estou-me marimbando para a sua propalada honestidade. Em que? A desonestidade não se apresenta sempre em roubar uma mercearia, banco ou pagar ao Cavaco o dobro pelas acções que tinha na SlN...É uma questão de gosto. Quem é desonesto mas tem dinheiro pode atacar de outra maneira e com alvos também diferentes.