segunda-feira, julho 23, 2007

“Pequenos pormenores”

Parece-me que era pacífico que, se o “SIM” vencesse, as mulheres poderiam interromper a gravidez (até às dez semanas). Parece-me também que era pacífico que, se o “SIM” vencesse, e foi um argumento brandido até à exaustão pelos companheiros de luta do angustiado João Gonçalves, seria o SNS a suportar os custos da interrupção, sob pena de, em caso contrário, as parteiras de vão de escada fazerem uns preços mais em conta. Parece-me igualmente que era pacífico que as leis aprovadas pela Assembleia da República, promulgadas pelo Presidente da República e publicadas em Diário da República são aplicadas em todo o território nacional. Parece-me ainda que era pacífico que o Dr. Alberto João não está investido de poderes constitucionais, tanto mais que o badalado pedido de fiscalização sucessiva nem sequer deu entrada no Tribunal Constitucional. A claque do Opus Dei, já manifestamente afónica, é que não se atrapalha com "pequenos pormenores". Ao Miranda, que anda por lá a fazer coro, ainda ninguém lhe disse que houve um referendo — em Fevereiro.

11 comentários :

Anónimo disse...

Caro Miguel:

A pergunta do referendo, que foi votada afirmativamente por 2 238 053 eleitores, negativamente por 1 539 075 eleitores (tendo-se havido 4 981 015 eleitores que se abstiveram e apenas 3 851 613 que votaram) era, apenas, Concorda com a despenalização da interrupção voluntária da gravidez, se realizada, por opção da mulher, nas primeiras dez semanas, em estabelecimento de saúde legalmente autorizado?. Embora não tivesso o mínimo de participação para ser mandatória, os partidos tornaram essa votação lei.

Mas tenho a certeza que no Referendo não dizia lá nada àcerca de que "seria o SNS a suportar os custos da interrupção" (até porque o seu camarada patrão do SNE, ou do que restou dele, decidiu recentemente sobre taxas "moderadoras" sobre operações - e penso que a generalidade destas "interrupções", passe o eufemisto mentiroso, assim serão...).

Também tenho dúvidas sobre que as "as leis aprovadas pela Assembleia da República, promulgadas pelo Presidente da República e publicadas em Diário da República são aplicadas em todo o território nacional", mas apenas por motivos financeiros e os decorrentes da Lei das Autonomias.

Agora tenho a certeza de que muitos que falaram pelo Sim disseram umas coisas muito interessantes que comprovam a teoria dos políticos de que o hoje é verdade amanhã é mentira. Não havia indicação de que haveria uma política efectiva de educação sexual, acesso ao métodos anticoncepcionais e verdadeiro apoio à maternidade/paternidade? O resultado: mais dez euros por mês por criança (em raros casos...) e aborto gratuíto...

Anónimo disse...

Ó balha-me deus. Ainda andam nisso? Queria ver se o resultado do referendo fosse o inverso e o governo regional dos açores se lembrasse de implementar a ivg gratuita até às 10 semanas, a expensas do governo regional, o que é que diziam estas bestas.

Anónimo disse...

O resultado nos Açores foi igual ao da Madeira - vitória esmagadora do Não... Não é isso que está em causa, o resultado foi nacional.

Mas que custa saber que uma tipa que é atropelada pagar taxas moderadoras e outra, que se está cagando para métodos anticoncepcionais, não pagar nada pelo aborto, é claro que custa.

Anónimo disse...

Defendi, com unhas e dentes o IVG, com motivos de causa, por experiencia e vivencia de vida, nascido e criado num bairro popular de Lisboa, dá-me esse traquejo, julgo, portanto, ter algum credito na materia . mas tambem defendi,; que quem possa pagar, que o faça, admiti por escalões de rendimento e so em casos extremos o Estado suportaria.

Não percebo a razão porque estão a comprar uma vitoria numa guerra.

Sim ao IVG - não as curiosas de vão de escada - mas quem pode pagar o preço do serviço do estado tem de o fazer . eu pago custas judiciais, um serviço de grande importancia para o cidadão - então?

Quem pode pagar deve pagar consoante o seu rendimento e há "meninas" que gaham muito bem, excepcionalmente bem
Ze Bone o trinca espinhas

james disse...

É tudo uma questão de SAÚDE PÚBLICA e como tal deve inserir-se no SNS!

Quem quiser abortar num SPA que aborte e que pague a estadia e os custos das mordomias conexas, mas isso não é impeditivo de que, quem queira, possa recorrer ao SNS, repito.

Anónimo disse...

E sem taxas moderadoras, que isso é para operações em que a malta, voluntariamente, faz por tal - cancros, pernas partidas, operações toráxicas, etc.

Anónimo disse...

Oh Miguel Abrantes,

Você deve fartar-se de rir à custa deste pessoal que vem para aqui "mandar uns bitaites"...

Você, qual Pitonisa de Delfos, "amanda" o tema... e o macacal, tipo "baile mandado", desata a abanar o capacete...

Não tenho dúvidas: comparado com asnos destes, você é um sobredotado !

Anónimo disse...

Se fosse eu si, seu Bruxo, deixava-me era ficar quieto nas Vicentinas de Braganza, a fazer doces para fora com os seus parteneires, percebe?

Anónimo disse...

Ao Bruxo-Alexandrino,

De facto, Miguel Abrantes atira-nos milho, mas neste cenário quem é pombo é V. e veja lá é se não apanha, antes, uma chumbada, entendido?

Anónimo disse...

"anónimo ha detto...

Ao Bruxo-Alexandrino,

De facto, Miguel Abrantes atira-nos milho, mas neste cenário quem é pombo é V. e veja lá é se não apanha, antes, uma chumbada, entendido? "

Quantos são, quantos são ?!!!!

Anónimo disse...

Por favor:

Façam aprovar uma lei que permita abortar retroactivamente até 49 anos e temos o problema resolvido !

Muitos abortos ambulantes seriam evitados...

Boa idéia, né ?