quinta-feira, maio 22, 2008

Não apaguem a memória




          “Ao desagregar o território dos tribunais da memória histórica e cultural das populações perde-se essa ligação simbólica e efectiva (…).”
            Manuel Soares, Público (p. 43), 22 de Maio


Manuel Soares é o secretário-geral da Associação Sindical dos Juízes Portugueses (ASJP) — o equivalente a Ribau Esteves no PSD — e escreve hoje um artigo de opinião no Público, no qual coloca reservas à reforma do mapa judiciário.

Manuel Soares não ignora que há “comarcas com poucas dezenas de processos”, enquanto outras estão atafulhadas de papel. Mas isto não é suficiente para o comover: o secretário-geral da ASJP teme que a reforma venha a afectar a “memória histórica e cultural das populações”, implicando a perda da “ligação simbólica e efectiva” aos tribunais.

Não é difícil imaginar a comoção que o novo mapa judiciário poderá provocar por esses estabelecimentos prisionais fora: paredes-meias com as manifestações de júbilo de uns por poderem salvaguardar a sua “memória histórica e cultural”, a consternação de outros pela perda da “ligação simbólica e efectiva” que mantinham com os tribunais que os condenaram.

Veja-se do que esta gente da política é capaz só para acabar com a lentidão da justiça.

11 comentários :

Anónimo disse...

“Ao desagregar o território dos tribunais da memória histórica e cultural das populações perde-se essa ligação simbólica e efectiva "

Manuel Soares


Este sr. estará por ventura a trazer à nossa memoria colectiva o que foram os tribunais plenarios do fascismo? Onde muitos, senão todos, os magistrados foram colaboradores e coniventes com a repressão politica? Será que a "memoria historica" é isso mesmo?Bem se é isso mesmo que quer dizer, este sr. deve ser corrido do seu lugar de magistrado.

Sobre o mapa judiciario, só tenho a dizer o seguinte. Está atrasado 30 anos. Ainda bem que agora arranca e corrije uma situação anomola e de previlegio para muitos magistrados.

Anónimo disse...

Ligação simbólica e EFECTIVA?
Será que ele queria dizer AFECTIVA?
Mas há alguém que tenhas boas memórias de um tribunal?
Só se for este juiz que lá ganhou o seu primeiro salário.

Isto não lembrava ao diabo. Criticar a reforma judiciária por causa da memória histórica e cultural.

Só se for dos tribunais plenários, como diz o Chavalo. Desses deve haver memória histórica e cultural, mas para que eles nunca mais existam.

Anónimo disse...

Vem confirmar - a grande clivagem entre cidadãos - o que ja se sabia, mas que nada se faz para igualizar direitos/deveres.

O extracto socil esta assim ordenado.

Igreja
Capital , financeiros etç.

O poder politico do qual a grande maioria e funcionarios publicos

Funcionarios (sirvadores do estado ) do qual se servem dele e apoderam-se dele como se fosse um quintal.

E depoiis o resto o que vive das sobras.

Simples

Não admira que sejamos um povo miseravel

Anónimo disse...

Um povo que ninguem nos respeita, que nos achincalha, Isto ja no tempo do "BOTAS" , em que um servidor do estado tinha pedir autorização para casar, outros tempos, hoje, fazem-se greves a

6ª feira para assim ganhar mai um dia. lutando pelos seus direitos e reeidivicacões justa ... país de funcionarios...e qual a sua produtuvidade, ou isso, e só para povo trabalhador?

Burns disse...

o senhor devia ter um pouco de vergonha.
não ha memoria de pior que se possa fazer ao povo que nas governaçoes do partido que lhe paga o ordenado
seja honesto e nao faça comentarios , faça apenas critica musical

Pacheco-Torgal disse...

Apreciei bastante deste comentário. Estes juizes precisam mesmo é de chuto no rabinho, para ver se despacham mais processos em vez de andarem com filosofias lúdico-hisóricas da treta.

Anónimo disse...

Para ver se despacham mais processos os juízes precisavam era que o poder político - que até se preocupa em definir o prazo máximo para a marcação de julgamentos - definisse o número de processos que os juízes deveriam terminar por ano.
A treta da contingentação.
Só que depois não podiam arranjar bodes espiatórios. Só responsáveis mesmo.
Vá-se lá saber porque é que o poder político não se preocupa com isso.
Apesar de ter agravado as condições de responsabilidade civil dos juízes.Já a dos políticos não existe, por isso não há nada para agravar.

Anónimo disse...

Desculpem lá a pergunta mas há muito tempo que ando para saber isto:
Há algum outro órgão de soberania para além dos tribunais que exerça as suas funções em prédios arrendados, ou seja, sujeito a despejo?
É que a tão falada cidade judiciária a instalar no Parque da Nações, vai ficar nuns edifícios arrendados - um quarteirão inteiro -, por uns milhões de euros mensais ao que consta.
O Estado arrenda a privados.
Vejam lá quem fica a ganhar e quem será sócio da sociedade proprietária do quarteirão.
Já agora podiam arrendar um prédio no Intendente para pôr lá a Assembleia da República.
Só pela variedade cultural, étnica e nacional do espaço, claro.

Anónimo disse...

Vê-se logo que o Senhor Miguel Abrantes não percebe nada de tribunais, nem de mapa judiciário. E por isso vê-se na necessidade de pegar numa frasesinha descontextualizada dum artigo, para achincalhar quem escreve e defende uma ideia - concorde-se ou não - com pés e cabeça. E para achincalhar as pessoas, como é aliás normal neste blogue, define as pessoas de modo deselegante, no caso, comparando o autor da frase com Ribau Esteves, quando não têm a menor semelhança.
O blogger é aliás, useiro e vezeiro nessa técnica.
Mas não engana ninguém com esta desinformação.
O blogger estava bom era para um Pravda, ou para a televisão do Hugo Chávez: estamos no melhor dos mundos, a Socralândia PSlândia!

Anónimo disse...

A questão não tem a ver com tribunais, juízes ou edifícios. Trata-se da reforma do mapa judiciário. Aqui este juiz é contra porque se vai perder a ligação simbólica e Efectiva (?) à memória histórica e cultural das populações.

Será que este juiz não tem noção do ridículo?

Anónimo disse...

A questão tem a ver com tribunais sim e com a tentativa de distrair do que é essencial:
Juntar os tribunais em grandes edifícios se pode ser à partida, uma boa solução é também uma grande negociata porque o Estado não adquire património: vende e arrenda para dar dinheiro a sociedades cujos sócios desconhecemos mas devem andar próximos do poder políticos.
Suguem até a teta secar.