quinta-feira, outubro 23, 2008

E que tal começar pelo Plano A, que não chegou a ser testado?




No estado actual da imprensa, os diários económicos são excelentes fontes de informação — ainda que, como é bom de ver, exprimam pontos de vista mais à direita (os dos empresários). Infelizmente, a qualidade da informação não tem correspondência nas suas audiências. É, por isso, natural que a imprensa especializada procure abrir-se ao exterior, criando colunas que alarguem o leque de leitores.

É neste contexto que me pareceu uma excelente ideia o Jornal de Negócios ter criado um espaço semanal dedicado à blogosfera: Plano B.

Lamentavelmente, Paulo Pinto Mascarenhas (PPM), a quem foram confiadas duas páginas das edições de quinta-feira para dar conta das peripécias da blogosfera, não está à altura da empreitada. Incapaz de fazer a ponte entre o leitor habitual do jornal e os temas relevantes que se discutem na blogosfera nos domínios da economia, da política, da literatura e das artes, da ciência, etc., o autor fez do Plano B uma coluna sem dimensão, vincadamente sectária, em que alia o mexerico e a intriga a uma superficialidade que leva a abandonar a leitura dos artigos antes do termo do primeiro parágrafo. É pena.

PS — A imagem que ilustra este post é de uma lambisgóia que dá vida ao artigo central de hoje: «O Pecado Original [blogue da Sexy Net, avisa PPM em maiúsculas] reúne fotografias bastante animadas de mulheres bonitas (…), sendo que as retratadas nunca se apresentam com vulgaridade. O bom gosto é predominante». PPM não deixa escapar o lado cultural da coisa: o «autor, ou autora, (…) acompanha muitas vezes as imagens com pequenos textos de lavra própria, procurando misturar prosa com poesia. Como este: “Fecha os olhos e pede um desejo! Sopra-me manias alucinantes ao ouvido para que me lembre de querer mais do que eu posso ter. Toca a minha vida com a tua mão, faz-me desaparecer o medo que conservo cá dentro. Faz-me voltar à vida numa comunhão de alegria. É uma alucinação… pois que seja o vómito do meu coração que eternamente se expande de prazer até ao cimo de nós. Quero-te!». Exactamente, verso solto ou branco num jornal de economia.

7 comentários :

Jeronimo disse...

Mascarenhas é dos mais fanáticos anti-Sócrates que se conhece. Nem o Luís Delgado dos seus melhores (piores) tempos de "amigo do Pedro" lhe chegava aos calcanhares. Mas o mais patético é que gosta de se auto-proclamar "jornalista", sobretudo à conta do seu "Plano B". Como se isenção e rigor fossem qualidades supérfluas no exercício dessa profissão.

Nuno disse...

"...Como se isenção e rigor fossem qualidades supérfluas no exercício dessa profissão."
Totalmente superfluas, atente-se o director do Público por ex ;-)

Anónimo disse...

Se o meu amigo não tivesse dada a "estampa", não tinha dado por isso, ou melhor, sei da exitencia do cavalheiro, nada mais, ler balelas, ou ouvi-las, meu caro, já tenho a vista cansada e ouvido tapado...Mas quem é o Mascarenhas, conheci uns Mascarenhos que andaram comigo na primaria.
Zé Boné

bloom disse...

"o vómito do meu coração"... gostei, até parece J. Rodrigues dos Santos...

Anónimo disse...

Ainda bem que não gostou, "Miguel Abrantes".

Anónimo disse...

Mais um janota armar-se em jornalista comentador. Comentador de quê? de mexericos e merdices avulsas que por aí aos milhões. Parece-me pouco culto. Só agora é que deu pela existencia da blogosfera? vem tarde e a mas horas.

Se o tipo não gosta de Socrates o problema é dele, eu gosto e muito, mas vai ter que o gramar mais 5 anos, não é?

Paracelso disse...

O homem é obviamente um cretino e sinceramente nem merece que se lhe dedique qualquer linha, contudo parece que ocupa demasiados "blogers" com os seus crónicos disparates.