quinta-feira, janeiro 14, 2010

Leituras

• Alberto Arons de Carvalho, O PS e a liberdade da comunicação social:
    Recordo ainda um episódio triste (a perseguição à TSF) e dois mais caricatos: a tentativa de vedar alguns corredores da Assembleia da República a jornalistas e a proibição de um programa de Herman José. Ou outro, anterior: em 1982, em dois meses e meio, 11 membros do Governo PSD utilizaram o então existente "tempo de antena do Governo" para falar ao País a seguir ao Telejornal…
• António Costa, Não somos gregos!:
    (…) passou a ser moda comparar o país à Grécia e afirmar, com gosto, que também estamos à beira da bancarrota. Não é verdade e, por isso, a explicação só pode ser encontrada na luta política e no desgaste do Governo que, infelizmente, em última análise afecta negativamente o país e o seu futuro.
• João Cardoso Rosas, A concorrência desleal do Estado:
    Li e ouvi esta semana queixas de diversas entidades privadas quanto à concorrência desleal que lhes é movida pelo Estado. As televisões comerciais queixam-se da concorrência desleal da RTP, os hospitais privados queixam-se da concorrência desleal do serviço nacional de saúde, as universidades privadas queixam-se da concorrência desleal do ensino universitário estatal, e por aí adiante. Todas essas entidades fornecem serviços que são também fornecidos pelo Estado a um preço mais baixo, ou mesmo gratuitamente. Assim sendo, torna-se difícil competir com os serviços estatais. Mas será que estamos verdadeiramente na presença de fenómenos de concorrência desleal?
• João Talone, Pressões inaceitáveis:
    Em primeiro lugar considero inacreditável e inaceitável a forma que as agências de rating têm optado por divulgar as suas opiniões. São entrevistas (ex: ao "Financial Times"); são relatórios globais de índole opinativa. Estas entidades têm formas de comunicação institucional consagradas, quer com os alvos das análises quer com os mercados - são as reuniões de informação fechadas; são os pedidos de esclarecimento; são os warnings públicos fundamentados; são os relatórios intercalares; são finalmente os relatórios de notação com a fundamentação e a nota. Tudo de uma forma séria e rigorosa. Este é afinal o objectivo da sua existência. Tudo o que sejam opiniões não técnicas, análises comparativas abusivas, ou futurologia avulsa são, em minha opinião, pressões inaceitáveis sobre os alvos da notação e informações para o mercado que em vez de esclarecerem alarmam e confundem gratuitamente. No caso concreto de Portugal e da Grécia, podendo haver algumas semelhanças, a dimensão dos problemas e sobretudo a credibilidade, não permitem estabelecer paralelos simplistas. Não esquecer que o Eurostat ontem emitiu uma opinião quanto à má qualidade do reporte da informação grega e os erros graves e grosseiros que tinha detectado. Isso não se passa com Portugal. E a credibilidade é um valor fundamental para os agentes económicos.

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