sábado, março 27, 2010

Quando os textos contradizem os títulos



Li e reli o artigo de Eduardo Ferro Rodrigues hoje publicado no Expresso. “CONVICÇÕES SOBRE A CRISE E O PEC” é um artigo que quem se considere da esquerda democrática tem naturalmente de subscrever. Como é que o Expresso faz uma chamada de primeira página em que afirma que ex-ministros PS arrasam o PEC?

Eis uma passagem do ponto 3 do artigo sobre o PEC português:
    “O PEC português, neste quadro e perante estas regras do jogo, não tinha outra alternativa que não fosse a preocupação com a sua própria credibilidade, não inventando previsões inexequíveis em matéria de crescimento ou de receitas do Estado. Desse ponto de vista, o objectivo foi alcançado, como decorre dos comentários das principais instituições económicas e financeiras internacionais (da OCDE ao FMI). A aprovação esta semana, no Parlamento, da resolução sobre o PEC é mais um contributo importante para a credibilidade externa de que o país precisa.”
E no ponto 4 do artigo, Eduardo Ferro Rodrigues faz alusão às despesas com as prestações sociais:
    “Compreendo as preocupações que têm sido expressas por muitos com algumas das fórmulas utilizadas do lado da contenção de despesas (por exemplo, com a utilização da expressão 'tectos' para limitar as transferências do Orçamento do Estado para o Orçamento da Segurança Social, destinadas ao financiamento das prestações sociais não contributivas em geral e do rendimento social de inserção, em especial). Compreendo a sua relevância política, mas estou confiante de que o futuro demonstrará que não há razão para alarmes.

    Vai ser possível não ultrapassar os 'tectos', designadamente através de acções coerentes e justas, de fiscalização e controlo, de verificação e penalização de abusos, das políticas de activação e da evolução da situação social. Não se vão praticar acções inconstitucionais (por exemplo, não cumprir direitos porque não há dinheiro, pondo alguns em situação diferente de forma discriminatória), ou ilegais (nomeadamente regressando ao pré-1995, quando não se cumpriam as transferências legais do OE para o Orçamento da Segurança Social para financiar as prestações não contributivas — descapitalizando a Segurança Social, para depois se constatar com cinismo que a Segurança Social Pública estava à beira da falência) ou, ainda, iníquas (optando-se por baixar o valor das prestações mensais exactamente para os mais pobres dos mais pobres).

    Não, isso não vai acontecer. Se houvesse dificuldades em respeitar os 'tectos', para se cumprirem os objectivos do défice, mais depressa se tomariam medidas à irlandesa na Administração Pública e/ou se revia a manutenção do IVA ao nível em que ficou depois da última baixa—já efectuada em momento arriscado. Estou certo! É que convém relembrar que as prestações em causa não são esmolas do Estado, mas direitos dos cidadãos e das famílias com inerentes deveres. A nova geração de políticas sociais, lançada em 1995, colocou Portugal num patamar civilizacional superior.

    A minha convicção principal é a seguinte: a credibilidade internacional e a confiança interna são dois aspectos imprescindíveis para o êxito do PEC. Não esqueçamos que uma sem a outra não chega. Acho que quem tem a enorme responsabilidade de governar Portugal em período tão difícil não o esquecerá.”

9 comentários :

Anónimo disse...

Comentário de merda! E o país vai caminhando para o abismo.

Francisco Clamote disse...

Tive a mesma sensação de que "a bota não batia com a perdigota".É o jornalismo que temos, mas, mesmo assim, há bem pior.

rodasnopervil disse...

A estratégia da oposição passou a outra fase.Como não resulta criar casos politicos para afastar Sócrates,então,investem nas dissidências de opinião dentro do PS, tentando pôr em causa a liderança do partido.Isto, é a prova de fraqueza, de fragilidade de todos aqueles que investiram nos "truques" para derrubar Sócrates!
Fáz-me lembrar a raposa: estão verdes...

Luis M.. - E as últimas do Polvo disse...

O Expresso de Balsemão, tal como a restante media que controla, são um instrumento politico que usa descarada e desavergonhadamente . Eu teria posto outro título para chamar atenção dessa manipulação - Assim, diria: Semanário Expresso manipula artigo de Ferro Rodrigues para citação em manchete - Não me havia apercebido, pois não costumo ler este jornal, mas vou também referir-me ao caso. É importante chamar para título do post a matéria do seu conteúdo, para maior visibilidade nos motores de busca.

Parker disse...

Pois, pois, e Manuel Alegre? Um osso atravessado na garganta que terão de engulir...

Anónimo disse...

O objectivo da manipulação é saber que os acefalos jornalistas televisivos (assim como alguns bloggers)só replicam os leads das noticias, podem por isso contar com um efeito repetitivo que servira de base para o argumentario dos comentadores e opinadores. Não interessa o que disse F.Rodrigues o que interessa é o que dizem do que ele disse.A mentira e manipulação no imperio balsemão.

Anónimo disse...

Claro que o PEC é IMPEC. Taxa as mais valias bolsistas, é mais rigoroso e fiscalizador na atribuição de subsídios de desemprego e rendimento mínimo, mais de 50% dos contribuintes não é afectado pela redução dos tectos fiscais, criou-se um novo escalão de IRS para taxar as grandes fortunas, 45%, e insere-se a máxima: QUANTO MAIS GANHAS MAIS CONTRIBUIS. Na minha ótica, e não me importava de pagar o escalão máximo porque era sinal que o tinha! este PEC é amplamente Credível, Exequível, Corajoso e Necessário.

Anónimo disse...

Hoje, no JN, até me deu vómitos ver aquela 1ª página onde aparece um tal de João Palma, sindicalista de magistrados!
Sabem o que é um Fascista?
Ei-lo.
Já alguém o ouviu falar algo do género contra Cavaco Silva ou os seus 'homens de confiança' ?

Anónimo disse...

Hoje, no JN, até me deu vómitos ver aquela 1ª página onde aparece um tal de João Palma, sindicalista de magistrados!
Sabem o que é um Fascista?
Ei-lo.
Já alguém o ouviu falar algo do género contra Cavaco Silva ou os seus 'homens de confiança' ?