terça-feira, agosto 31, 2010

"Para que servem as ordens profissionais?"

É o título do artigo escrito por Vital Moreira para a edição de hoje do Público. Eis uma passagem:
    Em Portugal, como em muitos outros países, o Estado entregou às próprias profissões organizadas a tarefa de regulação e de supervisão profissional, designadamente no que respeita ao cumprimento dos deveres deontológicos e das boas práticas profissionais, bem como a punição das eventuais infrações (autodisciplina profissional). Ao contrário das associações de direito privado, que são de criação e de inscrição voluntária e que não dispõem de poderes de autoridade pública (salvo casos excecionais de delegação), as ordens profissionais - como se denominam oficialmente entre nós desde o início, copiando a designação italiana - são criadas por lei e são de inscrição obrigatória, como condição de exercício da profissão, sendo caracterizadas pelos poderes públicos que lhe são conferidos legalmente, designadamente na área da disciplina profissional.

    Como é inerente à sua natureza de organismos de base associativa, as ordens acumulam o exercício de poderes públicos, em nome e representação do Estado, com a representação e defesa dos interesses coletivos da respetiva profissão, o que lhe confere uma natureza dualista, que pode levar a verdadeiras contradições, sempre que a defesa dos interesses profissionais as conduzirem a opor-se às políticas públicas para o respetivo setor. Mesmo fora de qualquer conflito, há sempre o risco de as ordens dedicarem os seus meios e recursos financeiros mais à promoção dos interesses profissionais do que ao desempenho das tarefas públicas que as justificam. Como mostra a experiência, nossa e alheia, não é pouco frequente esta ocorrência. Se precisássemos de um exemplo flagrante, a Ordem dos Médicos serve como nenhuma outra.

5 comentários :

M.coutinho disse...

A ordem dos Médicos,não faz mais, do que defender os filhos e enteados de uma maneira, que na minha opinião, roça por vezes a indignidade. Com o atual Presidente,(que foi a eleições mas não fez campanha, pois mandou um Duplo) a situação agravou-se. Em devido,talvez por interesses de classe... chegou ao ponto de questionar, a qualidade dos genéricos...

Anónimo disse...

E têm um lema: «ou a nossa corporação ou a morte».

Anónimo disse...

As ordens profissionais, sobretudo em Portugal, são o expoente máximo do corporativismo exacerbado e egocentrista.O que é grave em Portugal é que são as próprias corporações a se auto-avaliarem e auto-fiscalizarem, aparentando uma suposta isenção e imparcialidade para o exterior nessa sua actividade crucial á sua probidade; os resultados estão á vista. Todas as corporações deveriam de ser avaliadas e fiscalizadas por entidades 100%externas,isentas e independentes, com periodicidade temporal de mandatos dos seus membros.

Júlia disse...

O princípio da constituição de uma Ordem para, supostamente, meter as pessoas na ordem é um princípio errado... Tudo o que é feito por imposição não pode funcionar democraticamente...

Anónimo disse...

A quantas empresas o governo deu apoio para o desemprego. A mulher a dias do ministério do trabalho não decide nada o caso do despedimento colectivo de 112 familias do casino estoril que com milhoes de lucros e com apoio do governo e ninguem investiga quem está por detrás desta ilegalidade que destroi 112 familias.
Porquê tanto medo de se investigar O casino estoril quem ganha com os despedimentos ilegais neste país para enriquecer há custa dos precários.