segunda-feira, outubro 18, 2010

Leituras

• António Correia de Campos, Antagonismo em excesso:
    O elevado número de altas personalidades que insistiram num desfecho positivo leva-me a pensar que acreditavam na ameaça. O que torna mais grave o acto. Também ele próprio, PPC, deve ter acreditado no que dizia, ora seguindo os que o aconselhavam a esticar a corda até ao fim, à espera de cedências do Governo, ora dando ténues sinais de cooperação, enredando-se em bloqueios cada vez mais densos. O Governo apresentou-se, desde o início disponível para negociar, mas certamente não em termos que relevam do absurdo. Dois exemplos apenas, surgidos de fontes laterais: propor que os dois pontos de acréscimo do IVA fossem gastos para baixar a taxa social única, seria até uma excelente proposta em condições normais, mas em matéria de redução do défice seria tirar com uma mão o que se dava com a outra; extinguir o Conselho Nacional de Saúde seria uma interessante simplificação administrativa, se tal conselho existisse, o que não acontece. Exige-se ao PSD, no mínimo, que faça com mais rigor o seu trabalho de casa.
• João Rodrigues, Toda a economia é política:
    A ciência económica convencional tornou-se incapaz de explicar os mecanismos dos capitalismos realmente existentes e as exigências de reforma para tornar os sistemas económicos mais sustentáveis social e ecologicamente. A coisa foi ainda pior: a ciência económica foi colonizada pelo dinheiro e tornou-se uma engenharia política ao serviço dos poderes capitalistas mais perniciosos. Em certa medida, a economia neoliberal criou as condições intelectuais e institucionais para a autodestruição económica real.

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