segunda-feira, novembro 05, 2012

"E o ajustamento acaba por não se fazer pela poupança, mas pelas falências"


João Galamba, Naufragar com Gaspar:
    ‘Em 1933, em plena Grande Depressão, o economista americano Irving Fisher escreveu que, quando existe um elevado ‘stock' de dívida, quanto mais se tenta reduzir os níveis de endividamento mais acaba por se dever. E o ajustamento acaba por não se fazer pela poupança, mas pelas falências. O que está a acontecer em Portugal é a confirmação desta tese.

    Em nome da poupança, a austeridade de Vítor Gaspar não só não está a reduzir o endividamento do Estado, como está a empurrar as famílias e as empresas para a falência. Este processo - que o Orçamento de 2013 irá agravar - tem um impacto negativo no balanço dos bancos, que são forçados a reforçar o seu capital efectuando cortes ainda maiores na concessão de crédito o que leva ao agravamento da recessão; e/ou a recorrer a fundos públicos para recapitalização, o que agrava o endividamento do Estado. Se olharmos para a economia portuguesa como um sistema integrado, a conclusão torna-se evidente: este processo é insustentável. Estamos num ciclo vicioso que só pode resultar na falência generalizada de toda a economia portuguesa. Ao contrário do que pretende Gaspar, este, sim, é caminho do incumprimento.

    O problema da actual estratégia centrada na austeridade reside na ideia de que faz sentido criar condições para pagar a dívida empobrecendo. É, ou melhor, devia ser uma verdade de La Palisse que esta estratégia não faz sentido, porque é contraditória: na tentativa de não contrair nova dívida empobrecendo, estamos a impossibilitar que se pague a dívida que já foi contraída. A realidade que Gaspar, teimosamente, insiste em ignorar, está aí para o demonstrar.’

3 comentários :

Anónimo disse...

Gostava de saber como este senhor do prego na orelha resolve então a situação? É curioso que quem levou o país à bancarrota venha agora com este tipo de comentários dizer que era uma inevitabilidade!!!! Já que tão inteligente e informado, porque é que não recomendou isso ao seu amigo Sócrates antes de este enterrar o país? Parece que o ecomomista americano produziu essas declarações em 1933 .... Parece ser então verdade que este senhor apoia a ideia socialista de se continuar a endividar e não pagar a divida já contraída!!!! Porque é que os Xuxas não apresentam uma alternativa EXEQUIVEL? não é dizer ao povo mentiras que não podem cumprir pois a troika não os deixa (e eles sabem pois foram eles que pediram dinheiro à troika)!!! Porque se recusam a refundar o Estado nas suas funções que já se viu não poderem continuar a ser feitas da mesma maneira? É uma tristeza verificar que este badameco continue a falar e emitir baboseiras sem contribuir para o bem futuro da Nação (não sei se saberá o que isso quer dizer ....). Obrigado pela publicação do meu comentário

Anónimo disse...

Foi curioso ouvir este senhor num programa de TV a dizer (com a convicção e maneira de falar maoista) que a Espanha e a Italia deveriam a todo o custo evitar pedir ajuda à toika, pois segundo ele: o país perdia soberania, os juros a pagar eram elevados, conduzia ao desemprego, conduzia às convulsões sociais, à pobreza, ao fim de direitos adquiridos ..... entre outras coisas!!!! Se sabia isso tudo porque é que conduziu o SEU País para essa situação??? É curiosa a memória curta desta gente!!!!!Malandro!

Anónimo disse...

JÁ NAUFRAGÁMOS COM OS SOCIALISTAS E COM ESTE SENHOR J GALAMBA. Este deveria ser o titulo de um tipo honesto e que quer ser exemplo