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No mesmo Conselho de Ministros que aprova um corte nas pensões inferiores a €1350 (através da “recalibragem” da CES) e o aumento dos descontos dos trabalhadores do Estado para a ADSE, o Governo decide proceder a uma alteração à lei (aprovada pela Assembleia da República) para reduzir a contribuição dos operadores privados de telecomunicações, passando a diferença a ser suportada pela ANACOM – Autoridade Reguladora das Comunicações.
Jorge Barreto Xavier, o ajudante para a Cultura, garante que não houve recuo por parte do Governo. Então, veja-se:
A Lei do Cinema previa a progressão da taxa que as televisões por subscrição pagam para o cinema, que começaria nos 3,5 euros até chegar aos 5 euros. O Governo recuou, fixando a taxa única em 3,5 euros, repartida pelos operadores e pela ANACOM.
E Marques Guedes, ministro da Presidência, fez questão de sublinhar que não haverá dotações do Orçamento do Estado para cobrir o recuo do Governo. Então, veja-se:
Como 85% do resultado líquido anual da ANACOM já eram entregues ao erário público, significa que, por via indirecta, o Estado se substitui aos operadores privados de telecomunicações no “fomento, desenvolvimento e protecção da arte do cinema e das actividades cinematográficas e audiovisuais”. Por outras palavras, uma parte do montante entregue anualmente pela ANACOM ao Estado será desviada para colmatar as verbas que operadores privados de telecomunicações se recusam a pagar.
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Fonte do gabinete do ministro responsável pela pasta da Energia, Jorge Moreira da Silva, declarou então que “o ministro solicitou à China Three Gorges um ponto da situação sobre esses investimentos a apresentar numa reunião a realizar ainda em Setembro", uma vez que, sublinhou, “por ocasião da privatização da EDP, foram criadas expectativas de investimento, nomeadamente, na instalação de uma unidade industrial de aerogeradores [fábrica de turbinas eólicas]”.
Entretanto, passou Setembro, Outubro, Novembro, Dezembro e já estamos em 2014, não havendo sequer notícias do “ponto de situação” pedido à China Three Gorges. O próprio ministro Jorge Moreira da Silva deixou de dar notícias.
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Os donos das duas grandes cadeias de distribuição fizeram saber que estavam incomodados com a medida e o Governo publicou de imediato uma portaria a “clarificar” o âmbito de aplicação da taxa. Ou seja, o Governo recuou, tornando a taxa numa caricatura ridícula. Os Belmiros e os Soares dos Santos não se contentaram com o recuo do Governo. Querem mais: a abolição da medida.
Em Novembro, Assunção Cristas fez um ponto de situação da medida: dos 15 milhões de euros de receita prevista, o Estado arrecadou apenas três milhões, montante pago apenas pela “pequena distribuição”. A “grande distribuição” ainda não pagou nada.
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¹ Assunção Cristas, adoptando o modo de conjugar o presente do conjuntivo do verbo ser do alegado primeiro-ministro.
3 comentários :
Tanta ignorância gramatical! Não sei como o ministro Crato aguenta tanta falta de conhecimento! Será efeito do ensino privado?
O costume...
É, mas disto os Lavouras, Sá Moreiras e quejandos não falam.
Nem disto nem do alapanço do gangue do BPN ao dinheiro de todos nós.
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