sábado, abril 05, 2014

A fraude de Nuno Melo e C.ª

• João Galamba, A fraude de Nuno Melo e C.ª [hoje no Expresso]:
    «A discussão sobre a supervisão bancária em Portugal não pode ser a mesma antes e depois da carta aberta que foi assinada esta semana por cinco pessoas que dispensam apresentações. Segundo dizem Artur Santos Silva, Rui Vilar, Miguel Beleza, Silva Lopes e Teodora Cardoso, os ataques a Vítor Constâncio por causa da supervisão têm assentado numa "enorme confusão sobre a natureza dos bancos centrais e, em particular, das suas funções de supervisão bancária". Sendo evidente que não devemos aceitar meros argumentos de autoridade, não é menos evidente que todos devemos refletir sobre a pergunta que a carta suscita: a supervisão é um sistema potencialmente infalível de deteção de crimes e fraudes financeiras (como têm procurado fazer crer todos aqueles que argumentam que "se houve uma fraude, houve uma falha de supervisão"), ou a supervisão é o que diz a carta e o que Constâncio sempre disse (e, já agora, o que também Mário Draghi sempre disse quando, no caso Monte dei Paschi, se defendeu com argumentos exatamente iguais aos de Constâncio)? Aqueles que apontam o dedo a Constâncio não podem limitar-se a repetir as acusações do costume: o que a carta diz é que essas acusações assentam num falso conceito e toda a interpretação que dão dos factos é um erro. Ou seja, o que a carta diz é que, além da fraude do BPN, há outra fraude: a fraude das acusações e interpretações desinformadas de Nuno Melo & Ca. Consideremos dois exemplos: o famoso artigo de Camilo Lourenço na revista Exame em 2001 e todas as coisas que Nuno Melo diz ter "descoberto" durante a primeira comissão de inquérito ao caso BPN. Ambos afirmam com orgulho que as suas "denúncias" e "descobertas" são irregularidades identificadas em relatórios de supervisão do... Banco de Portugal (BdP). O que ambos não compreendem é que essas irregularidades não são crimes, são riscos excessivos que foram duramente punidas pelo BdP com medidas de supervisão: isto é, com a imposição de brutais aumentos de capital, bem como das provisões e das reservas, e ainda com a redefinição do perímetro do grupo e a proibição de colocar o capital em bolsa.

    Para um leigo, estas afirmações tendem a ser difíceis de compreender. Como podem as irregularidades ter sido "corrigidas" se sabemos hoje que houve uma fraude gigantesca? Bem, a resposta é fácil: a fraude consistiu na ocultação de perdas numa contabilidade paralela (através do famoso Banco Insular e de um "balcão virtual"). Pode ter havido muitos crimes por detrás dos negócios do BPN ("o que se dizia" incluía muitas coisas), mas o único crime concreto de que realmente temos conhecimento é este: a existência de duas contabilidades e a ocultação de perdas numa delas. Antes da entrega de provas pelo BdP à Procuradoria Geral da República em 2008, a "operação furacão" investigou o BPN e abriu apenas dois processos por "crimes fiscais", como revelou Pinto Monteiro na COF em 2008. Mas o que não se conseguiu descobrir durante anos com recurso a métodos de investigação policial era suposto que o BdP tivesse adivinhado com recurso a meros métodos de supervisão. É este absurdo que a carta desmascara.»

5 comentários :

Victor disse...

Não liguem ao afilhado daquele sujeito mal afamado em Santo Tirso.

Anónimo disse...

Nuno Melo representa tudo o que há de escarro na politica. Um tipo reles, sem educação, sem vergonha na puta da cara, sem sequer noção do ridiculo que o cobre.
Um imprestavel que se dispensava muito bem no cenário politico portugues. Infelizmente não é o único. Por mim era atirar o PSD e o CDS inteiros ao rio, mesmo os que falam mal do governo. Falam mal, mas continuam lá todos, agarradinhos ao tacho, não vão os ventos mudar de repente.
Confesso que se fizesse parte daqueles partidos há muito que teria entregue o cartão, pelo simples facto de não me querer conspurcar com a próximidade de gente tão insalubre...

Antonio Correia disse...

Vocês gostam é todos de defender os ladrões deste país!! Socialistas de merda, ide brincar com o dinheiro dos outros no caralho!!!

Alcides Freitas disse...

O Nuno Melo é cá do norte e se calhar o ultimo politico decente neste pais de corruptos e ladroes!! Bem tentam achincalhar, mas o povo ta contigo NUNO!!!

Anónimo disse...

Força, Nuno! O Alcides e o Toni estão contigo! O escrutínio crítico e a sindicância ética que se lixem..