Dei comigo a pensar o que aconteceria se todas as semanas os presidentes do Supremo Tribunal de Justiça, do Tribunal Constitucional e do Supremo Tribunal Administrativo dessem entrevistas ou fizessem declarações públicas a propósito de tudo e de nada. Alguém lhes recordaria que os cargos que ocupam exigem recato.
Dá-se o caso de Guilherme d'Oliveira Martins, investido no cargo de presidente do Tribunal de Contas, ser, nos últimos anos, uma presença assídua na comunicação social, na qual se pronuncia sobre as questões da vida política que estão na ordem do dia, e não haver uma voz que lhe sugira que se resguarde.
Que razões haverá para tanta benevolência?
Em primeiro lugar, Oliveira Martins não parece ser especialmente agressivo com o Governo, não apenas como presidente do Tribunal de Contas, mas também na qualidade de presidente do Conselho de Prevenção da Corrupção.
Em segundo lugar, Oliveira Martins, através de um discurso baço, comporta-se como mais um porta-voz do TINA (There Is No Alternative). A entrevista que Oliveira Martins dá hoje ao Diário Económico é, a todos os títulos, um bom exemplo das razões por que as constantes aparições públicas são olhadas com desmedida benevolência.
Com efeito, Oliveira Martins entende, relativamente ao programa da troika, que «cumprimos o essencial que havia a cumprir». Ou dito de outra forma para reforçar a ideia: «Portugal pode-se comparar a um doente que está na fase de recuperação. Já teve alta, usando a metáfora, mas há cuidados que têm de ser adoptados.» E tal como Cavaco Silva disse ao Presidente da República da Alemanha, considera que «houve lições que foram tiradas».
Oliveira Martins apresenta também uma solução para esse empecilho que é a Constituição da República: «precisamos de mais concertação social», que «é uma forma de resolver o problema da incerteza constitucional.» Ou seja: «Havendo mais concertação, certamente que há uma melhor preparação da interpretação inteligente da Constituição material, uma Constituição que responda aos desafios fundamentais perante os quais se encontra.» De uma vez por todas, os juízes do Tribunal Constitucional têm de perceber que «muitas normas que tinham uma interpretação muito rígida no princípio, depois tiveram uma interpretação natural, flexível, porque as leis fazem-se para as pessoas, não são as pessoas para as leis.»
Para levar a bom porto esta empreitada, Oliveira Martins defende que é imperioso dar sequência aos apelos de Cavaco Silva para haver diálogo e compromisso: «O senhor Presidente da República tem tido essa preocupação e é indispensável que o oiçamos.»
Perante este magnífico quadro de branqueamento da devastação promovida pelo Governo, ao mesmo tempo que defende que o PS dê a mão à tropa fandanga da direita para a tirar do buraco em que se meteu, quem é que poderia estar interessado em o intimar a assumir uma postura de maior recato?
Dá-se o caso de Guilherme d'Oliveira Martins, investido no cargo de presidente do Tribunal de Contas, ser, nos últimos anos, uma presença assídua na comunicação social, na qual se pronuncia sobre as questões da vida política que estão na ordem do dia, e não haver uma voz que lhe sugira que se resguarde.
Que razões haverá para tanta benevolência?
Em primeiro lugar, Oliveira Martins não parece ser especialmente agressivo com o Governo, não apenas como presidente do Tribunal de Contas, mas também na qualidade de presidente do Conselho de Prevenção da Corrupção.
Em segundo lugar, Oliveira Martins, através de um discurso baço, comporta-se como mais um porta-voz do TINA (There Is No Alternative). A entrevista que Oliveira Martins dá hoje ao Diário Económico é, a todos os títulos, um bom exemplo das razões por que as constantes aparições públicas são olhadas com desmedida benevolência.
Com efeito, Oliveira Martins entende, relativamente ao programa da troika, que «cumprimos o essencial que havia a cumprir». Ou dito de outra forma para reforçar a ideia: «Portugal pode-se comparar a um doente que está na fase de recuperação. Já teve alta, usando a metáfora, mas há cuidados que têm de ser adoptados.» E tal como Cavaco Silva disse ao Presidente da República da Alemanha, considera que «houve lições que foram tiradas».
Oliveira Martins apresenta também uma solução para esse empecilho que é a Constituição da República: «precisamos de mais concertação social», que «é uma forma de resolver o problema da incerteza constitucional.» Ou seja: «Havendo mais concertação, certamente que há uma melhor preparação da interpretação inteligente da Constituição material, uma Constituição que responda aos desafios fundamentais perante os quais se encontra.» De uma vez por todas, os juízes do Tribunal Constitucional têm de perceber que «muitas normas que tinham uma interpretação muito rígida no princípio, depois tiveram uma interpretação natural, flexível, porque as leis fazem-se para as pessoas, não são as pessoas para as leis.»
Para levar a bom porto esta empreitada, Oliveira Martins defende que é imperioso dar sequência aos apelos de Cavaco Silva para haver diálogo e compromisso: «O senhor Presidente da República tem tido essa preocupação e é indispensável que o oiçamos.»
Perante este magnífico quadro de branqueamento da devastação promovida pelo Governo, ao mesmo tempo que defende que o PS dê a mão à tropa fandanga da direita para a tirar do buraco em que se meteu, quem é que poderia estar interessado em o intimar a assumir uma postura de maior recato?
15 comentários :
Onde quer que ele vá lá está a comunicação social e ele, vaidoso e palavroso, perora, tanto mais por ser algo em relação ao original Oliveira Martins a que ele se agarra não pela vertente dos vencidos da vida mas pela vertente dos vencedores da vida que fizeram escola na JSD a exemplo de Passos Coelho e que por ínvías situações se foi demarcando em fuga para um PS que o sustenta no ar.
Só lamenta ser Presidente de um Tribunal de Contas que na prática é pouco respeitado não obstante todas as promessas de que a partir de agora é que vai ser a doer.
Mas este Oliveira Martins, secundado pelo Cluny, como coordenador dos PGA junto do Tribunal de Contas, sempre foi do PSD e católico, apostólico e romano.
Porque razão o PS o "recuperou"?
(a lista começa a ser imensa e o PS com a sua ética republica pode "limpar as mãos à parede").
Ele é mais do que o porta-voz do TINA.
Ele é um verdadeiro TINO
Um autêntico DESATINO.
Com ele a direita está sempre a capitalizar...
Capitalizou quando o Sócrates o escolheu...e fartou-se de apanhar por ele...
Mas o TINO, investido daquela coluna vertebral que é tão característica de alguns sobreviventes que estão sempre prontos a ajudar o inimigo, mesmo que seja mordendo a mão que fez dele quem ele é....e até apanhou por isso dos mesmos a quem anda sempre lambendo servilmente
Um claro exemplo da decadência MORAL do pensamento e do "carácter" formado pela educação beata e bem-falante das elites sociais portuguesas.
Que produziram "excrecências cívicas" do calibre de um Guterres, de um Marcelo Rebelo de Sousa, de um José Policarpo, ou de um João Carlos espadinha, entre tantos outros e outras, que mais nos valera tivessem para sempre permanecido Escuteiros (ou Lobitos...).
"Nata" podre, à espera da devida - e já atrasada - remoção.
Guilherme de Oliveira Martins, ao contrário do seu ilustre antepassado, sempre fez carreira à pala de uma qualidade-não qualidade - não ter verdadeiramente nenhum ideia - e sobretudo por nunca por nunca “sair dos carris” da consensualidade ou fazer verdadeiramente ondas. O espalhafato no Tribunal de Contas é para inglês ver, a reverência, por exemplo, ao “Senhor Presidente da Republica” é sincera.
Já era este o seu “fond de commerce” quando era estudante na Faculdade de Direito de Lisboa, foi assim quando andou pelos governos do padre Guterres, no CNC e, agora, no Tribunal e Contas. Um Acácio dos tempos actuais!
Tachista
Que pena não dar cá um salto o seu avõ ou bisavô ou lá o que seja para ter uma conversinha com este sonso do seu neto! Não aprendeu nada com o seu antepassado, infelizmente!
Corrijo:
(a lista começa a ser imensa e o PS com a sua ética republicana pode "limpar as mãos à parede").
A quadrilha do pato donald.
Não sei quando isto vai parar - o BES faliu - o Costa e o Cavaco foram funcionários do BP e está tudo na mesma.
Sinto vergonha o mesmo se podia dizer de Manuel Espírito Santo
Já arranjei um causador disto tudo é o Vitinha.
Valha-me Deus, estamos entregues ao Diabo
Zé da Adega e a esperança
Excelentes comentários, TODOS, se não me engano! Vamos embora, TODOS, correr com esta gentalha que tem nas suas mãos SUJAS e EMPORCALHADAS (governo e PR) os nossos destinos politico-económico-sociais! VIVA O ESTADO SOCIAL, ABAIXO OS TRAIDORES neo-liberais ao serviço do capitalismo internacional e do novo nazismo alemão!
MCTorres
Oliveira Martins,sabe que está onde sempre esteve.Só que,chegado aqui,já não precisa de disfarçar ou contorcer,envelheceu e ficou rico!
Agora,escova o fato,ajeita a gravata e pede que lhe engraxem os sapatos.O resto,bem, o resto,o País e o povo que se fodam!
Como alguém já escreveu, o PS pode limpar as mãos à parede, e não só por este.
Pois!! O PS sempre meteu no governo a direita que não consegue lugares nos governos de direita. Mas a coisa vai continuar, é só esperar pela próxima vez para verem...
Esquerda, salvo seja.
Este senhor do T de Contas, sempre foi do PSD. Formou-se lá e subiu na politica e na carreira com o apoio do Cavaco e dos tolos do PS.
Se n sabem, fica esta: o Oliveirinha (mister Bean) é da terra do Cavaco. Sim, de Boliqueime. Quando foi ministro da educação do Guterres, deu o nome da escola da terra ao Cavaco.
E dizia o Brederote: Sairam de Boliqueime mas Boliqueime n saiu dentro deles!
Ora aí está o porquê de tanta afinidade!!!!!!!Entre o mais que n sabemos!
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