domingo, outubro 17, 2010

As limitações dos governos nacionais perante a crise

• Pedro Adão e Silva, ISTO PODE NÃO ACABAR BEM (ontem no Expresso):
    (…) Acontece que, como sublinha o politólogo Peter Mair, num artigo recente, “The Political crisis”, há hoje três aspetos novos associados às decisões impopulares dos governos.

    Em primeiro lugar, não só o processo de desnacionalização das decisões políticas se intensificou, como se perderam formas de sindicância democrática. À perda de soberania dos Estados-nação (o fim do embedded liberalism) juntou-se a perda de soberania dos cidadãos, que deixaram de poder responsabilizar quem decide através do voto. O que se anuncia no novo modelo de governação económico europeu é, a este propósito, não só negativo economicamente, como representa uma machadada sem precedentes na dimensão política da construção europeia.

    Em segundo lugar, enquanto a perda de soberania diminui drasticamente a capacidade dos executivos para, de facto, governarem, também o grau de autonomia orçamental se reduziu. O lastro das políticas já consolidadas torna a despesa muito rígida, pelo que aos Governos, caso queiram fazer diferente, só resta aumentar o endividamento, num contexto em que são obrigados a reduzi-lo.

1 comentário :

Anónimo disse...

Desculpem lá, quem lidera a Europa? Se é assim, EUROPA NÂO OBRIGADO..