sexta-feira, julho 26, 2013

A nona remodelação do Governo

      “Está na altura de racionalizar a dimensão do Estado. Mas não é só o Estado em sentido lato — das empresas públicas, dos institutos e das fundações. Esse exemplo tem de ser dado pelo próprio governo. Um governo que atribui absoluta prioridade à reconfiguração do Estado e ao seu peso financeiro tem de começar a dar o exemplo de ser um governo seco, enxuto, disciplinador e frugal. Desde logo na sua composição. Não podemos ter um governo que tenha 16 ministros, mais o primeiro-ministro, e dezenas de secretários de Estado. Nós temos de ter um governo que se possa sentar à volta de uma mesa e que, com o primeiro-ministro, possa responder pelas decisões que são tomadas. E isto pode-se fazer com um governo muito mais pequeno e com um número de ministros não superior a dez.”
        Passos Coelho (vídeo), em 7 de Abril de 2011

O “governo seco, enxuto, disciplinador e frugal”, “sem dezenas de secretários de Estado”, acabou de dar entrada no Palácio de Belém para a nona recauchutagem. Após estas constantes remodelações, o governo de Passos & Portas tem mais secretários de Estado do que o anterior governo, sendo globalmente maior do que o executivo tão criticado por Passos Coelho pela sua dimensão. Veja-se: em dois anos, a lista de ministros subiu, assim, de 11 para 14 ministros (mais três), enquanto o número de secretários de Estado subiu de 36 para 42 (mais seis), num movimento inverso ao da espiral recessiva.

Ao contrário do que acontece com a carcaça dos pneus, susceptível de reparação se não contiver danos estruturais, a recauchutagem do Governo, sob o alto patrocínio de Belém, revela-se uma missão impossível, como a seu tempo se verá. É que a coligação de direita parece capaz de todas as acrobacias, mas não pode ir contra a sua própria natureza: o propósito de reduzir o “custo do trabalho” e de transformar o Estado social num Estado assistencialista. Por isso, o “novo ciclo” ficará à porta da São Caetano e do Caldas.

2 comentários :

Anónimo disse...

Além de ser um primeiro ministro mal preparado, Passos Coelho é um demente, não tendo sequer inteligência para ser um obstinado.

É um pobre diabo sem estrutura mental, representando muito mal a sua geração, visto que enquanto os outros se formavam, Passos Coelho, ao contrário, se acantonou no partido e nos circuitos da carne assada e não cresceu.

Depois, já velho, fingiu que administrava empresas e desbaratou com Relvas, a sua idoneidade.

É um homem perigoso e uma língua de trapos. Não presta minimamente.

A mudança de discurso agora operada, soa a falso e só demonstra a falta de escrúpulos desta personagem.

Anónimo disse...

Se outro governo tinha gorduras a mais...este...com tanto lambuzar no pote, já está a ficar muito obeso...parece até que obesidade mórbida...