Poderia dar vários exemplos das guinadas políticas do PS nestes três anos. Desde logo, a mudança de posição em relação aos pedidos de fiscalização sucessiva das normas inconstitucionais dos orçamentos do Estado (referida na epígrafe).
Mas, hoje, ouvi com algum espanto as declarações de António José Seguro sobre a renegociação da dívida: «Como é sabido há um consenso nacional e quem tem estado fora desse consenso é o Governo. Espero que o Conselho de Estado ajude e contribua para que o Governo entre para dentro deste consenso nacional e que possamos todos fazer o possível para aliviar os sacrifícios dos portugueses através de uma renegociação do pagamento da nossa dívida. Nós queremos pagar, queremos é melhores condições para o fazer».
Pode não haver um «consenso nacional», porque os interesses que o Governo representa são aliados dos credores externos para justificar a estratégia de empobrecimento. Mas há com certeza um consenso patriótico em torno da necessidade de reestruturar a dívida. Esse consenso teve a sua expressão pública no Manifesto dos 74.
Que posição tomou o PS em relação ao Manifesto? O secretário nacional Álvaro Beleza, falando em nome do partido, mostrou-se agastado com os seus subscritores, tendo tido o desplante de lhes fazer um convite pouco amistoso de adesão ao Novo Rumo: «Podem inscrever-se». Entre outros aspectos, foi este constante tacticismo que descredibilizou a actual direcção do PS.
6 comentários :
Que quer agora o Seguro? Aceitando fazer de ajudante num novo governo (neste momento será difícil reunir muitos eleitores a favor dele para vencer Passos Coelho), o que adiará a sua morte política (que a teimosia dele torna inevitável) serão eleições antes que a casa do PS esteja arrumada. O futuro dele depende do Cavaco, com consenso ou com eleições, quando muito de uma demissão rápida do Coelho (a pretexto das “velhacarias” do TC). O Conselho de Estado é só um acto destinado a cumprir antrecipadamente a lei, para o caso de... Aqui, como no resto, os interesses deles quase que coincidem.
Mas a argumentação dele é tão rasca e os ataques tão persistentemente ordinários (é uma tristeza ver diariamente um secretário-geral-candidato-a-primeiro-ministro descer a um nível tão baixo de linguagem e "argumentos"), que, se perder (do que não duvido), me pergunto como vai depois ele mostrar a cara em público.
Se ganhar (ele não está longe de Fátima...) também não irá longe, o PS implodirá, patrioticamente, para salvação do povo.
Há rupturas que se fazem, e há momentos em que são inadiáveis. Metade do país não pode ficar anos à espera que um Seguro se sinta realizado e compensado na sua irremediável mediocridade, ao lado dos Relvas do país. Nessa altura quero ser dos primeiros a apoiar um PS reunificado.
O povo português, com todos os defeitos mas também muitas qualidades, merece que alguém puxe por ele e o poupe a esta resignação apática e masoquista, mais própria de um rebanho. À volta de António Costa há muitos outros valores com quem pode contar. E agora não está em causa apenas uma luta política. É a dignidade de tantos que tantos e tão grandes sacrifícios têm feito ao longo desta noite democrática que já vai em três anos.
António José Seguro e os seus acólitos na direção política do PS,existem para envergonhar e enxovalhar a História do maior partido politico português.
Gente que não passa de cadáveres adiados, nem direito a missa do sétimo dia tem!
O PS está sequestrado e não me admira que Tó Zé vá comprometer o partido com decisões importantes para o país, ignorando olimpicamente que está numa disputa e escudando-se que é o secretário geral do PS...
Será mais uma pulhice... Já ontem, até o o Marcelo estranhava que, para se fazerem eleições no país são necessários 60 dias , mas para o PS fazer eleições são precisos 4 meses! Videirinho é o que é!
Mais uma vez se prova que esta aventesma do tó-zero não passa de uma ENGUIA, que um dia sonhou ser talvez uma "eirós do mar", para um nobre Povo e uma Nação valente!
Coitadito. Ninguém de jeito aparece a defendê-lo.
Nous avons même beaucoup de plume (we have same much feather)...
Basta olhar para a enorme diferença com que ambos os candidatos em disputa se tratam para perceber logo quem está do lado certo e quem está do lado errado.
António José Seguro tem-se portado como um canalha.
Não sei se o é de facto ou se está a ser levado a isso pelo desespero dos que o rodeiam, mas o único termo de comparação que eu, que não o conheço pessoalmente, tenho, é o seu comportamento público perante o adversário. E esse comportamento têm sido abaixo de cão.
Os homens definem-se pelos seus actos, não pelas suas palavras. É bom que tenhamos sempre isso em mente.
Exato! Mas para quem não tem carácter, nem sabe o que isso é -caso da esmagadora maioria dos que, à Esquerda ou à Direita, por aqui aparecem a defender o tó-zero -, esse argumento resvala na carapaça da sua insensibilidade, ignorância, ou ininteligibilidade.
Com gente dessa, que procura apenas distinguir entre Ant.º Costa e o OKUPA do Rato em termos das "ideias", falar de actos e de carácter é tempo perdido...
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