Lê-se na última edição do
Expresso que a escolha de Paulo Mota Pinto para
chairman do BES teve em conta a circunstância de ele ser, «no fundo, apolítico». A alguém que tenha dúvidas de que assim é, recomenda-se a leitura do seu
curriculum:
«Foi mandatário nacional da candidatura de Manuela Ferreira Leite à liderança do Partido Social Democrata, em Abril de 2008, e vice-presidente da Comissão Política Nacional entre 2008 e 2010. Foi o redactor do programa eleitoral com que o PSD se apresentou às legislativas de 2009, intitulado Compromisso de Verdade. Foi deputado à Assembleia da República na XI Legislatura (2009-2011), pelo círculo eleitoral de Coimbra, sendo presidente da Comissão Parlamentar de Orçamento e Finanças. Em 2011 integrou a Comissão Política da recandidatura de Cavaco Silva à Presidência da República e foi candidato às legislativas de 5 de Junho de 2011, desta vez pelo círculo eleitoral de Lisboa, tendo sido eleito deputado. É desde Julho de 2011 presidente da Comissão de Assuntos Europeus da Assembleia da República.»
No fundo, o PSD, desde Cavaco Silva, só fabrica seres apolíticos. Que depois são distribuídos por aí.
3 comentários :
Mais talvez por ali (€€€€€€€€€) do que por aí.
Até desde antes de Cavaco: já o próprio Sá Carneiro era um "apolítico"! Tinha tanto de social-democrata, como o País tinha de democrático, quando ele integrava a Assembleia Nacional marcellista...
Não se pode pensar que PMP seja um homem politico.É um faz tudo: articula com as secretas, os silvas carvalhos, os relvas, as universidades, os falcones, os kopelika, os arnaults..
Para além destes faits divers - biombos atrás dos quais se refugiam os verdadeiros poderes fácticos e as ferozes representações de interesses - aqui no CC, passem a descrever e a debater como esta gente BES tem sido infiltrada e nomeada em cascata, como endividou o Grupo, desbaratou capitais(ESI,BESA, etc) impunemente, como esta gente manipula e chantageia o estado e as instituições, como é encoberta pela UE, pelo BCE, pelo FMI, pelos governadores do BP, pelo PR Cavaco, pelos tribunais, pelos ministros das finanças e da economia, pelos primeiros ministros e pelos outros bancos seus pares. Com a ajuda da "media" que dominam, conseguem ocultar ou iludir o evidente descalabro financeiro, a vigarice e o crime económico, com o conhecimento e a complacência de amplos sectores da nossa "elite" publica, privada e profissional. Dura há muito. Esta instalado.
Se eles se dizem apolíticos, isso pouco importa. Mas denunciar a ampla cascata de conivências, silêncios, bandidos de luva branca, negócios ruinosos ou falsos, gente comprada e colocada para fins inconfessáveis ... isso parece que ninguém discute no CC ...e nos que se pretendem alternativa de governo. Exige trabalho de casa e conhecimento, pois. Deixar de dizer baboseiras fáceis. Também o PS sempre seguiu "o realismo" de se curvar reverencialmente aos Salgados, e congéneres, mergulhado acriticamente na onda global.Os seus dirigentes máximos pactuaram com esta promiscuidade entre politica, regulação, financiamento e negócios.
O tema é incomodo mas o rei vai nu. O PS do Tó Zé sempre fugiu destes temas como o diabo da cruz. Cabeça baixa,bom comportamento, para não dividir. O passarinho na gaiola. Um futuro PS liderante tem de ser claro e diferente. O pais reclama. O BURACO esta a rebentar. A procissão ainda vai no adro. Todo o verão este assunto vai rolar, por muito que o encubram. E o povo português vai pagar a factura, com mais desemprego, com perda de valor patrimonial e com perda de independência nacional. Os desmandos desta oligarquia financeira que faz e desfaz governos vão ficar impunes como sempre(só o pobrezinho do Oliveira e Costa ficou em domiciliária, para amostra!) Vamos descobrir que os SLN_BPN, os BANIF e os Millennuim-BCP são apenas meninos de coro.
E andamos distraídos com os fait divers.
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