Sejamos realistas: se nada for feito, a austeridade vai continuar por muitos anos; com a austeridade não haverá crescimento económico, e sem crescimento Portugal arrisca-se a não conseguir pagar o que deve. É mau para a zona euro mas pior ainda para os portugueses, que continuarão sufocados pelo garrote da dívida. A solução é dotar a União Europeia de mecanismos que permitam reestruturar a dívida pública criando a “folga” necessária ao crescimento. O Manifesto dos 74, que uniu personalidades portuguesas dos mais diversos quadrantes políticos, já tinha alertado para a imperiosa necessidade da reestruturação. João Cravinho, um dos mentores do documento, desmistifica as origens da crise da dívida (que são essencialmente bancárias); recorda exemplos históricos de reestruturação sem recurso à austeridade e analisa números e argumentos que sublinham a falta de credibilidade da estratégia oficial de redução da dívida. Há alternativas. Fiel ao espírito do manifesto reúne aqui três diferentes abordagens à reestruturação: a defendida por James K. Galbraith, Stuart Holland e Yanis Varoufakis, o ensaio PADRE e a solução proposta pelo Conselho de Peritos Económicos da Alemanha. Há outras saídas, mas na essência não diferem muito das apresentadas neste livro. O que falta é a coragem política de escolher um caminho. Nesse sentido "A Dívida Pública Portuguesa", antecipa a forçosa discussão sobre o tema que vai dominar a política portuguesa (e europeia) nos próximos anos.
domingo, julho 06, 2014
As origens da crise da dívida são essencialmente bancárias
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2 comentários :
Um livro que tem muito interesse...pelo menos, para mim...
Um livro fundamental. Nele percebermos como já há sólidos trabalhos académicos e ensaísticos que nos guiam em novas perspectivas para construir vias alternativas que nos comecem a tirar do barranco onde caímos.
GRANDE CRAVINHO! GRANDE POLITICO E CIDADAO
Nota: saiu outro livro essencial e maravilhoso de Adriano Moreira.
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