terça-feira, outubro 20, 2009

O sindicalismo de direita

aqui fizera uma breve referência ao editorial do último boletim do Conselho Superior da Magistratura (CSM), subscrito por Noronha do Nascimento. Só agora tive oportunidade de o ler na íntegra.

O presidente do Supremo Tribunal de Justiça (e por inerência do CSM), um dos fundadores do sindicalismo judiciário, arrasa a “cegueira estratégica evidente” do actual presidente da Associação Sindical dos Juízes Portugueses (ASJP), António Martins, o tal que era o braço direito do deputado do PSD Fernando Negrão, quando este exercia o cargo de director da Polícia Judiciária (e foi apanhado a exemplificar como o segredo de justiça é uma coisa frágil).

Eis uma passagem do editorial para aguçar a vontade de o ler:
    Toda esta problemática foi agora exponenciada – tenhamos a coragem de pôr os pontos nos is – pelo caso da avaliação do juiz Rui Teixeira.

    E foi exponenciada porque entretanto tínhamos à porta – tenhamos igual coragem de o dizer – três eleições quase seguidas: as eleições legislativas, a eleição para a presidência do S.T.J e a eleição para o C.S.M.; e, nessa medida, a direcção nacional da A.S.J.P. resolveu entrar em campanha em todas elas, sabendo-se como se sabe que tentar interferir em eleições político-partidárias traz normalmente a prazo efeitos corrosivos que dificilmente se apagarão.

    Aliás, e nessa sequência, as notícias jornalísticas do fim de Agosto – ou seja, a um mês das legislativas – sobre um estudo acerca das más condições em que funcionava um conjunto alargado de tribunais, estudo esse que, segundo as mesmas notícias, a direcção da A.S.J.P. tinha em seu poder havia dois anos, são significativas: com um estudo em seu poder há dois anos, a direcção da A.S.J.P. guardou-o e publicitou-o nas vésperas das legislativas, convencida ingenuamente de que tinha voz activa na matéria.

5 comentários :

Anónimo disse...

Mistura explosiva a da direcção da ASJP: corporativismo exarcebado com conservadorismo do Portugal profundo.

Anónimo disse...

Rapaziada nós, os burros dos portugueses não somos tão burros quanto v/ pensam. Isso não é guerra esquerda-direita, nem PSD-PS, é a guerra das Maçonarias. No caso a 'Regular' e a 'Irregular'; a 'inglesa' e a 'francesa'.

Chamem os bois pelos nomes (salvo seja)!

Anónimo disse...

Este tal de Negrão viu depois o seu processo arquivado por uma desembargadora (também ela nomeada para cargos de confiança pelos governos do partido que o mesmo Negrão representa) com base num argumentário jurídico completamente risivel.

É assim a vida das corporações... os colegas e amigos são para as ocasiões.

Anónimo disse...

Está cada vez mais à vista (até para membros da própria magistratura) que houve uma urdidura contra o Governo e com vista a interferir no resultado das eleições.

Os Limas, os Alvarezes, os Fernandes, os blecks:relvas, as bocas guedes, e as corporações sindicais, sempre com malta do sindicato no meio...

Cristiano disse...

Claro em Portugal os eleitores são estúpidos e por isso era preciso, para não votar num governo que falhou com as promessas todas que fez na campanha anterior, que mentiu deliberadamente nomeadamente acerca de não aumentar os impostos e outros assuntos, que conduziu um ataque sem precedentes á liberdade de imprensa, que depois de ser incapaz de recnhecer a existência de uma grave crise económica (Portugal vai ficar imune), foi absolutamente incapaz de lhe fazer frente, era preciso criar casos que o embaraçassem...
Claro porque não foi o PM que tirou uma licenciatura de forma, no minimo atabalhoada, não foi ele que deliberadamente, ao longo de toda a legislatura, tratou e calar todos os que tinham, e têm, uma opinião diferente, nem sequer é um facto que o processo do Juiz Rui Teixeira é absolutamente inacrditável numa democracia e num estado de direito.
Eu estive certamente a sonhar nos últimos 4 anos, e como para além de ter estado a sonhar, sou estúpido e não posso formar a minha opinião com base em factos alguém lembrou-se de fazer uma campanha negra para me "ajudar"...