terça-feira, outubro 24, 2006

A Europa e nós (V) – Vencimentos dos juízes

Em Portugal, um juiz ganha, em início de carreira, cerca de 2,4 vezes o salário médio nacional e, em final de carreira, cerca de 5,8 vezes. Estes ratios estão acima de países como a Suécia, Espanha, Noruega, Holanda, Luxemburgo, Itália, Alemanha, França, Finlândia, Bélgica ou Áustria. Se duvida destes dados, analise o quadro seguinte:




European judicial systems
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É óbvio que estas comparações pecam por defeito. Nem em todos os países há alcavalas que não estão espelhadas na folha de vencimentos. Como — e é apenas um exemplo — o subsídio de habitação compensação, no valor de 700 euros (não tributados, vá-se lá saber porquê).

6 comentários :

Anónimo disse...

Miguelito. Pensei que já tinhas percebido que o que está em causa é o valor médio, não é o valor absoluto.
Paciência, chumbaste outra vez, assim não ganhas um recurso, nem que os desembargadores ouçam as cassetes 10 vezes

Anónimo disse...

Um comentário de alguém que conhece muito bem o sistema judicial sueco: compare os vencimentos dos advogados na Suécia com o salário médio, e depois compare com a realidade portuguesa.

O valor dos vencimentos reflecte sempre a dificuldade que se coloca no acesso à profissão. Veja o vencimento de um médico em Portugal e de um médico sueco e compare com os salários médios. Com a agravante de o vencimento dos juízes nenhuma influência ter no acesso dos cidadãos à Justiça, o que não acontece com os preços das consultas médicas.

Anónimo disse...

Ora aqui ficamos com uma bela deixa para cenas de próximos capítulos.

Venham os da bata branca...

Pasquim

Anónimo disse...

E os juízes da Arménia? Então já repararam que esses bandidos ganham verdadeiras fortunas - cerca de 6,5 vezes o salário médio nacional? Isto para não falar dos juizes do Azerbeijão e da Ucrânia - vejam o quadro.

Ainda bem que o senhor Miguel Abrantes está atento para nos alertar para estas disparidades.

Quanto ao comentário de Ter Out 24, 05:43:47 PM, deverá o mesmo ser ignorado. Onde já se viu fazer uma análise ponderada dos vencimentos? Então aquele comentador não viu que isso estragaria a brilhante argumentação do senhor Miguel Abrantes.

Declaração de intereses: sou juiz.

Anónimo disse...

Não era preciso fazer a declaração de interesses... A gente já tinha percebido que é juiz.

Anónimo disse...

Não era preciso fazer a declaração de interesses... A gente já tinha percebido que é juiz.