sábado, julho 05, 2008
Manipulação a dois três tempos numa casa alucinada
Ao anunciar, na quarta-feira à noite, benefícios fiscais no âmbito da habitação, Sócrates não quis antecipar pormenores das medidas a tomar.
Surpreendemente, anteontem, logo pelo fresquinho da manhã, o jornal de José Manuel Fernandes desvendava tudo: “Sócrates prometeu [sic] aumentar a dedução fiscal para o primeiro e segundo escalões do IRS e também reduzir o IMI”. Pensei cá com os meus botões: — O problema deve ser dos plasmas comprados na Worten.
Ontem, a manchete é feita com base no que a redacção do Público (e mais ninguém) ouvira no tal plasma comprado na Worten:
E como naquela casa alucinada vale tudo, o Público on-line dá conta, poucas horas depois, de uma notícia, na qual o ministro das Finanças divulga que as medidas de alívio fiscal vão beneficiar 60 por cento das famílias. Nem uma palavra sobre a manipulação que o jornal levara a cabo durante dois dias.
Hoje, o Público volta à carga: “O ministro das Finanças, Fernando Teixeira dos Santos, deu ontem novos [sic] detalhes sobre uma [sic] das medidas de alívio fiscal prometidas, na quarta-feira, pelo primeiro-ministro José Sócrates. Tem a ver com o Imposto Municipal Sobre Imóveis (IMI) e visa um alargamento, para quatro e oito anos, dos prazos de isenção do regime.”
O teor da notícia é hilariante. Num texto sem pés nem cabeça, o jornal lá cita as palavras do ministro das Finanças, que disse que “vão ser abrangidos os primeiros três escalões de IRS”. E, no parágrafo seguinte, ignorando as palavras de Teixeira dos Santos, e as do próprio jornal (que falara em benefícios apenas para os dois primeiros escalões de IRS), acrescenta-se: “tal como o PÚBLICO ontem noticiou, as promessas do primeiro-ministro terão um impacto muito limitado nos bolsos dos portugueses.”
É isto jornalismo?
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4 comentários :
À muito que ando a dizer " as noticias deste jornaleco são uma autentica MERDA", já não tenho pachorro para ver ou ouvir nada que diga respeito à folha decadente.
Só lê essa merd... quem é como mjf/sonae.
Não. Não é jornalismo. É manipulação do eleitorado. Da classe média: Sabendo que as alternativas de governo se situam entre o PS e o PSD, apontam todos os canhões naquele que estiver no poder. Colhem assim os apoios daquele que lá não está, e que precisa de lá estar, e esperam que o outro ceda aos seus desígnios. Simples! O único think tank existente no País é o da Sonae.
A sua rede de destribuição, montada no topo da cadeia produtiva, teve e tem a seu débito o encerramento acelerado de centenas de concorrentes e, elás, de outras centenas de pequenos produtores a quem chupou, carne, osso e tutano.
Actualmente, não há produtos portugueses a comprtar e nem compram quaisquer produtos estrangeiros em Portugal. Até as importações têm que passar pelo crivo da própria Sonae.
Depois dos produtores nacionais terem sido espremidos e terem que passar a ser importadores, agora a Sonae cortou a veia jugular aos intermediários, aos agentes, aos representantes das marcas.
O polvo lançou os seus tentáculos e, indiferente aos governos, impõe a lei do West. a lei do saque rápido!
MFerrer
é a voz do dono Belmiro que queria comprar a PT ao desbarato e o Sócrates não deixou.
As alternativas de governo situam-se entre o PS e o PSD.
O problema é (tem sido) esse.
Pois eu que sou da classe média/baixa e tenho sido sistematicamente atacado pelos governos PS/PSD, desde há 29 anos que posso votar, nunca votei no PCP mas para a próxima vou votar.
Sem hesitações.
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