quarta-feira, julho 23, 2008

Trabalhadores do Continente mal pagos impõem subsídio em espécie

Eis a manchete do Público:




É com alguma ansiedade que se folheia apressadamente o jornal para encontrar a página 29. Afinal, os dados respeitam a 2007, ainda o Público não falava em crise.

E se calhar não é a crise responsável pelos roubos, já que “produtos pequenos e caros são os mais furtados”. Quando supus que o jornal relataria que o desbaste dos stocks se tinha verificado nas embalagens de carne ou de leite, lê-se que os amigos do alheio estiveram mais atentos aos cosméticos e aos perfumes.

Mais, para além de existir “uma percentagem pouco expressiva de actos isolados”, o que revela que não é consequência de dificuldades económicas como sugere a manchete, o estudo a que se refere o Público adianta que “os furtos são cometidos, em fatias iguais, por trabalhadores e por consumidores”. Assim sendo, talvez a manchete que mais se adequasse à situação teria sido esta:
    “Trabalhadores do Continente mal pagos impõem subsídio em espécie”.
Mas o objectivo do estudo promovido pela Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED) é outro: “calcula” que os amigos do alheio se apropriam de 0,53 por cento da facturação, pelo que está a pressionar o Ministério das Finanças para “a necessidade de rever a lei fiscal”. Ou seja, a APED pretende que seja “admitido como custo dedutível, a título de perda desconhecida, um valor não inferior a 0,6 por cento da facturação.”

À partida, pelos cálculos da APED, o Continente já estaria a lucrar à custa dos amigos do alheio (0,6 – 0,53). É mais lucrativo do que ter de reforçar a segurança nos hipermercados. Aguarda-se, a todo o momento, um inflamado editorial de José Manuel Fernandes a defender que os contribuintes não têm de suportar mais encargos.

9 comentários :

Anónimo disse...

Eh eh eh .......

Anónimo disse...

Começa a ser pornográfica a manipulação constante do JMF. A Sonae sai muito mal da fotografia apesar de embaraçar o Socrates. São vitórias de Pirro ou nem isso .

Anónimo disse...

Jornalismo de sarjeta em toda a sua plenitude.
Má-fé, manipulação, distorção, alarmismo, populismo, sensasionalismo. Está tudo nesta "notícia" antológica.
O poder de síntese desta "notícia", em termos de porcaria, é qualquer coisa de impressionante.

Anónimo disse...

Estes números são incorrectos.

A Associação é parte interessada e divulgou dados falsos.

Os montantes mencionados reportam-se ao preço dos bens furtados. Ora, o prejuízo dos hipermercados computa-se pelo custo dos mesmos.

Se fosse aceite a sugestão da dedução fiscal, os hipermercados estariam a deduzir valores que não constituiram custo. A margem de lucro não pode ser tido como custo, pois os bens furtados são de imediato repostos. Não se deixa de fazer nenhuma venda, por causa dos furtos.

Vão aldrabar para outro lado.

Anónimo disse...

Ahahahahah....

Anónimo disse...

Aqui há uns anos atrás confesso que gostava do Público. Deixei de comprar jornais.Mas de quando em vez lá vou comprando, mas prefiro o 24 horas ao Público, de longe.

Anónimo disse...

Os "continentais" que vão mas é roubar para as estradas (da Madeira?...)!

Anónimo disse...

É nisto que dá a crise.
O governo gasta em futilidades como o aeroporto e o TGV e o povo, com fome, tem que recorrer ao roubo para sobreviver.
Isto está bonito, está...

Anónimo disse...

JMF e o publicitario ordinario onde vomita o seu odio, não passarão. Este paquiderme faz todo o tipo de jeitos ao seu belmiro, patrono mor da exploração dos seus trabalhadores.

Não compreendo o silencio da cgtp, comunistas e louças,sobre os magros salarios e falta de regalias sociais que os trabalhadores da sonae estão sujeitos.

Cheira-me a um pacto de silencio entre eles. Alias, os comunistas sempre se deram bem com os capitalistas exploradores.