- DN — Escreve num jornal onde há uma cruzada declarada contra José Sócrates?
Pacheco Pereira — Sim, com que eu, na maioria dos casos, estou de acordo, defendendo o Público.
1. Teria deixado escapar a questão se não tivesse lido este post de Fernanda Câncio e este outro de Pedro Sales¹.
O Expresso publicou uma transcrição do depoimento prestado à ERC por José Manuel Fernandes, no qual o director do Público acusava José Sócrates de lhe ter cochichado ao ouvido: “Fiquei com uma boa relação com o seu accionista e vamos ver se isso não se altera”. Era a prova provada de que Sócrates, que havia autorizado o acesso de um jornalista do Público ao seu processo individual na universidade, fez “pressões ilegítimas” para condicionar o jornal da Sonae. “Pressões ilegítimas” (há outras?) que, ainda assim, não mereceram então, por parte de Fernandes, uma linha sequer para as denunciar.
Esta declaração, atribuída por José Manuel Fernandes ao primeiro-ministro, andou por aí à solta durante duas semanas, tendo sido inclusivamente referida numa notícia do Público e na crónica dominical do provedor do leitor. José Manuel Fernandes, que chegou a ser questionado pelo provedor Joaquim Vieira sobre esta questão, manteve-se impávido e sereno a assistir aos acontecimentos, sublinhando, de resto, que já não tinha lá muito presente o que havia dito à ERC.
Entretanto, José Sócrates reage numa carta dirigida ao presidente da ERC: “Não posso deixar sem um desmentido formal e categórico essa afirmação ou insinuação do director do Público.”
Logo se fez luz na cachimónia de José Manuel Fernandes. Ele, que parecia tolhido pela amnésia, recorda-se de imediato que não fizera tais declarações. Entra em contacto com o presidente da ERC, ambos concluem que houvera um lapso e o depoimento do director do Público no site da ERC é corrigido: afinal, Sócrates não dissera o que por aí corria, tratando-se tão-só de uma interpretação criadora do bestunto do director do Público. Os delírios habituais a que Fernandes nos acostumou.
Mais, deixou de constar dessa interpretação do director do Público a frase que faria toda a diferença: “e vamos ver se isso não se altera”.
2. Mas se ninguém (salvo Pacheco Pereira) tem dúvidas sobre a conduta desqualificada do director do Público, que transformou o jornal num órgão do projecto político e ideológico dos neocons indígenas, o que espanta é que o provedor do leitor tenha embarcado nesta aventura.
Joaquim Vieira atira-se com um entusiasmo desmedido à cruzada. Sem sequer ter confirmado no site da ERC que as palavras atribuídas a Sócrates não passavam de mais uma efabulação de Fernandes, toma-as como proferidas pelo primeiro-ministro e remata assim: “uma frase que parece saída de O Padrinho”. A enorme fotografia de Marlon Brando, no papel de Padrinho, que decorava a página do provedor compõe o cenário. Tudo isto num jornal de referência.
Peço ao leitor que faça um compasso de espera: isto tudo passou-se com o director e o provedor do leitor do Público. Nenhum deles se demitiu. Veja-se o estado a que chegou o jornal fundado por Vicente Jorge Silva.
__________
¹ Sugiro vivamente a leitura dos dois posts, que estão muito mais bem documentados do que este que escrevo.
14 comentários :
Inacreditável !
Querem ver que o director do Publico é que fez a marosca para o outro se pseudo-licenciar em engenharia? Ainda vão descobrir que o fax ridiculo do ingles por fax, afinal foi enviado pelo publico, com a falsificação da assinatura e do "seu, jose socrates". Isto é tão ridiculo que mete do.
Alias, nada de espantar vindo do partido mais ridiculo de que há memoria. agora estao de acordo com uma coisa, votam contra, e apresentam em conjunto uma declaraçao de voto. Se o ridiculo pagasse imposto, estava a crise mundial resolvida com estes socialistas.
Para este respublica o que recomendo é dramamine.Evita o bolsar.
É mais higiénico do que o que lhe sai do interior.
MFerrer
O mais absurdo é que esta história da pressão de Sócrates tresanda, em termos de verosimilhança, mas ainda assim toda a gente se gosta de indignar com o alegado facto de termos um PM mafioso. Mesmo que isso não tenha qualquer aderência à realidade.
O Zé Fernandes já contribuiu mais para desacreditar a empresa do tio Belmiro do que 30 campanhas da concorrencia.
Porra para o director do Público que já cansa tanto fanatismo. Se o dinheiro fosse dele, ele não afunilava assim o espectro dos leitores.
E aldrabilhas ate dizer chega, safa.
A malta sabe a quem ele serve.
O mal é dar-lhe enaltecimento, que ele não merece.
è um jornalista abaixo da media, só diz lugares comuns, até parece o Zé Boné, eu me confesso
Quanto mais fraco for o Estado, maior a probalidade de aparecer os "capachos" dos novos ricos.
È assim ao longo da historia.
Lembram-se do Champalimaud?
Que havemos de fazer com dirigente do pcp(ml) e "capachos"
Não passar boía, deixai o "cães ladrar"
Por falar em ética e deontologia:
QUEM É ESTA MULHER?
ANA FERNANDES
...A NOVA CEO da EDP Renováveis...que só vai dar dividendos em 2020!!!
ESPALHEM MAIS ESTE ESCÂNDALO:
Salário Milionário
Com uma remuneração anual fixa de 384 mil euros para 2008, à qual acresce uma contribuição para o plano de pensão e ainda um prémio anual e um prémio plurianual para períodos de três anos, cada um dos quais até uma verba máxima de 100% do salário base.
Ou seja, se todos os seus objectivos de desempenho forem cumpridos, Ana Maria Fernandes receberá mais de 1,1 milhão de euros no seu primeiro ano como presidente de EDP Renováveis após a entrada da empresa na bolsa. Os valores mencionadosconstam do contracto de admissão.
NOTA: São quase 2.000 salários mínimos ou seja cerca o trabalho de 143 anos pelo salário mínimo. Como é possível? É pior do que no Futebol. Assim a EDP obriga os clientes a pagar os erros da sua gestão, como nas dívidas incobráveis que quer exigir aos pagadores honestos.
E PERGUNTA-SE...O QUE ISTO SIGNIFICA, QUEM A " PATROCINA " ???
: ESCANDALO EDP...
QUEM É ESTA SENHORA?
ANA FERNANDES
...A NOVA CEO da EDP Renováveis
...que só vai dar dividendos em 2020!!!
ESPALHEM MAIS ESTE ESCÂNDALO:
Salário Milionário
Com uma remuneração anual fixa de 384 mil euros para 2008, à qual
acresce uma contribuição para o plano de pensão e ainda um prémio anual e um
prémio plurianual para períodos de três anos, cada um dos quais até uma
verba máxima de 100% do salário base.
Ou seja, se todos os seus objectivos de desempenho forem cumpridos,
Ana Maria Fernandes receberá mais de 1,1 milhão de euros no seu primeiro ano
como presidente de EDP Renováveis após a entrada da empresa na bolsa. Os
valores mencionadosconstam do contracto de admissão.
NOTA: São quase 2.000 salários mínimos ou seja cerca o trabalho de
143 anos pelo salário mínimo. Como é possível? É pior do que no Futebol.
Assim a EDP obriga os clientes a pagar os erros da sua gestão, como nas
dívidas incobráveis que quer exigir aos pagadores honestos.
E EU PERGUNTO... COM QUEM SE DEITA???
http://www.tsgnet.com/pres.php?id=46832&altf=Qbdifdp1Qfsfjsb&altl=Xf1kvtu1offe1pof1cmph
Retirado do AspiraB
aconselha-se a dar uma olhadela.
A fama já vem de longe
Retirado do AspirinaB
Uma precisão importante:
Das declarações de JMF houve duas versões porque, por asneira da ERC, a gravação não se efectuou.
A primeira versão foi feita pelos elementos da ERC que a enviaram a JMF para que a alterasse como entendesse, uma vez que tinha falhado a gravação e tal acta resultava de meros apontamentos. E JMF assim fez.
Ao Expresso, por mais uma borrada da ERC, foi enviada a primeira versão, com a tal frase que correu mundo.
JMF certamente que matéria tão sensível tinha diferente versão, a que ele próprio redigiu. Mas ficou calado, até à carta do PM à ERC.
E deixou que o Provedor fosse pela cano…
Esse "jornaleco fascistoide" é o esgosto por onde alguns vomitam o odio, a ignorancia e falta de ética.
Que mais há a dizer? Sobre ignorantes ou talvez atrasados mentais,que façam os tratamentos adequados e a reinserção social.
Já alguém se deu ao trabalho de ir ao site da ERC e ler tudo? E tudo é: a versão rabiscada da dita, a versão correcta que a dita trocou, o vómito que é a carta do PM e, por fim, a péssima reprodução dos outros depoimentos?
Pelo que comentam, vejo que não. E que muitos tomam por certo o que diz a namorada do nosso primeiro quase engenheiro.
Insisto: leiam a carta do dito, e recordem-se que quem com ferro mata, com ferro morre. Geralmente mais depressa do que julga.
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