quarta-feira, dezembro 17, 2008
A estratégia do BE explicada às criancinhas
“A sessão da Aula Magna” poderá — “baralhando e dando de novo” — permitir “uma alternativa política de esquerda que recuse a simples gestão do sistema neoliberal (sic)”. Nuno Ramos de Almeida tem noção de que se trata de uma tarefa ciclópica — mas “possível”.
Para isso, há que apontar baterias para “uma convergência de votantes e activistas da esquerda do PS, do Bloco e do PCP”, a qual, é bom de ver, só se consegue se “uma fatia significativa dos activistas do PS” voltar as costas… ao PS. Portanto, o primeiro objectivo a atingir é uma cisão no PS.
O segundo objectivo é retirar a maioria absoluta ao PS: “Este novo pólo não tem que ganhar eleições para conseguir mudar a política portuguesa, basta-lhe, numa primeira fase, retirar a maioria absoluta ao PS e pesar mais do que 20 por cento para transformar radicalmente o quadro parlamentar.”
O terceiro objectivo, “numa primeira fase”, é procurar atirar o PS para o colo da Dr.ª Manuela, segundo uma estratégia de “quanto pior, melhor”: “O antigo dirigente do PS Pedro Adão e Silva comentou no Diário de Notícias que esta eventual nova força política só terá como resultado atirar o PS para os braços do PSD e tornar o bloco central uma realidade governativa. É isso negativo? Creio que não.”
Nuno Ramos de Almeida está a revelar-se um excelente tradutor do pensamento de Louçã. Só por o dizer sem filtros já lhe devemos estar gratos.
Subscrever:
Enviar feedback
(
Atom
)
4 comentários :
O delírio da tontaria.
Uma irresponsabilidade de quem apenas sabe apostar na ingovernabilidade do país como condição para terem matéria com que se deleitar, no parlamento e foras dele.
Os monstros dos tempos de hoje que recusam ser poder, sabendo que jamais seriam aposta séria fosse para quem fosse.
Ainda hoje no debate com o 1º. Ministro, louça foi mais uma vez a criança do costume, utilizando uma argumentação corriqueira de uma extrema esquerda folclorica e sem bases que sustentem uma politca seria de governação.Se, no pior cenario, esta gente chega-se um dia ao poder, seria catastrofico para todos nós, pobres, classe media e ricos, o país entraria num ciclo de destruição e violencia imparavel.
Por detras daquela cara de anjo pudico,esta uma personalidade altamente perigosa que acessorado por uns tantos como ele,querem transformar o pais numa experiencia revolucionaria que inevitavelmente acabara por implodir uma guerra civil.
camururu
Alianças à esquerda?
[Publicado por Vital Moreira] [Permanent Link]
Como é que é se pode defender seriamente um entendimento político do PS com os partidos à sua esquerda, se é evidente que as "esquerdas da Esquerda" (PCP e BE) exigem como ponto de partida que o PS, de longe o partido maioritário, perfilhe inteiramente as posições políticas deles, abdicando das suas, e se ambos protestam enfaticamente que não querem assumir responsabilidades de governo com o PS?
Mesmo deixando de lado o fosso político e doutrinário entre as duas esquerdas (ou seja, entre o PS por um lado e o BE e o PCP por outro) -- o que só por si inviabiliza qualquer entendimento sólido --, uma aliança política pressuporia duas coisas elementares: (i) uma abertura para aproximações e compromissos recíprocos e (ii) a disponibilidade para assumir responsabilidades governativas conjuntas. Nem o BE nem o PCP preenchem qualquer destas condições.
Enquanto as coisas forem assim, o discurso esquerdista sobre "entendimentos à esquerda" não passa de retórica oportunista para enganar eleitores incautos...
O que é o PRI mexicano? É governar com muita atenção aos pobrezinhos, e com ainda maior atenção aos possidentes...
Enviar um comentário