A líder da oposição, Manuela… Moura Guedes

Queixam-se que a líder da oposição fala pouco. E é verdade. Só aparece uma vez por semana, à sexta-feira. Mas quando aparece, não fica pedra sobre pedra.

É absolutamente irrelevante se a notícia é de sexta ou de há três dias atrás. É absolutamente irrelevante passar a versão do Governo sobre a matéria, a não ser que seja para a gozar ou ridicularizar. É absolutamente irrelevante ouvir todos os protagonistas. É absolutamente irrelevante relatar o facto ou o acontecimento, se aquilo que permite “cascar” no Governo foi apenas o aparte, a reacção de rua, o comentário lateral, etc..

Enfim, a única coisa que é mesmo relevante é dizer mal do Governo, nem que para isso seja preciso distorcer a notícia, manipular os factos, seleccionar cirurgicamente o ângulo da história, descrever as coisas de forma parcial, relatar os acontecimentos de modo tendencioso, anunciar as medidas governamentais de forma preconceituosa e desconfiada (antes de verificados os seus efeitos), quando não abertamente crítica, sistematicamente ignorar ou mesmo esconder os resultados que são positivos para o Governo, construir as peças de forma a salientar invariavelmente os aspectos mais negativos para o Governo, adoptar um alinhamento intencional, dolosa e aprioristicamente anti-PS e tentar negar a existência de uma agenda político-partidária subjacente a tudo isto, enfim, desrespeitar todas as regras básicas do jornalismo.

O que bem se compreende. Para quê respeitar as regras do jornalismo, se aquilo não é jornalismo, é campanha?!

E depois há sempre aquela cena do «um diz mata, o outro diz esfola», em pendant com Vasco Pulido Valente. É daqueles duos improváveis, estilo Nuno Guerreiro e Maria Bethânia: o vozeirão duma e a vozinha doutro! Mas o que interessa isso se o objectivo é mesmo só dizer mal do Governo e, para esse efeito, ambos estão bem afinados e em coro?!

Contributo de Guilherme D.