- ‘Através de uma grelha de leitura sob a forma de questões, procuraremos demonstrar que o documento é político, duramente político e não económico, como o título pode erradamente induzir. E como tal deve ser tratado. 1. Terão os três projectos e dentro deles os lanços ou fases, todos o mesmo impacto económico? Existirá uma ordem de prioridades dentro deles? Ou a condenação é genérica? 2. Terão todos os projectos, executados ou suspensos, o mesmo efeito político? Serão alguns politicamente correctos (coesão territorial, ambiente) e outros danosos? Ou são todos errados? 3. O ARGIP contém argumentos genéricos para condenação ou atraso, mas é omisso quanto aos específicos. Haverá ou não especificidades, graus de condenação ou de absolvição, passíveis de visão diferente por cada signatário? 4. Pessoas conhecidas e antigos responsáveis políticos, alguns dos signatários estiveram profundamente envolvidos em decisões ligadas ao endividamento nacional. Como deve este apelo ser visto pelos cidadãos: penitência, responsabilização, catarse, arrependimento, orgulho? 5. Alguns dos signatários poderão apoiar o Governo, outros a Oposição, parecendo muito mais numerosos os segundos que os primeiros. Será a diversidade minoritária valor suficiente para excluir a motivação política, na génese do ARGIP? 6. Se os signatários, pensando o que pensam, fossem membros do actual Governo, defenderiam a suspensão dos projectos? E se vierem a fazer parte do Governo no próximo ciclo político, manterão a actual posição? 7. Face à gravidade da crise e à omissão de propostas alternativas, vão os signatários organizar-se para sugerir medidas anti-crise? Ou contentam-se com esta posição negativa?’
• Clara Ferreira Alves, O meu cérebro loiro:
- ‘O cérebro do homem sabe o que faz, gere o mundo. O da mulher é (seria, seria) uma harpa onde se dedilham uns sentimentos e presságios. Algumas lágrimas. Eu detesto chorar, embora menos do que detesto futebol. E, já agora, adoro uma boa piada. Do género: O Pacheco é a loira do PSD. É mauzinho e tem graça. Nisto, sou um homem. Se fosse mulher achava ofensivo o modo como o Pacheco se ofendeu e as loiras não. E agora, peço desculpa, tenho de ir ao cabeleireiro aclarar o loiro. Do cabelo.’
- ‘Não usar todos os instrumentos para combater uma crise como nunca vimos outra seria trair as gerações futuras, a quem temos a obrigação de legar uma economia ambiental e socialmente sustentável. Foi por isto que subscrevi o manifesto, lançado no sábado, por uma política económica centrada no emprego.’
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