sexta-feira, julho 10, 2009

“Que Portugal queremos?” [1]

A propósito deste post no blogue da Dr.ª Manuela, veja-se:

1. A falácia da não convergência

Ao contrário do que é senso comum, se compararmos o PIB per capita em Portugal em paridades de poder de compra com a média da União Europeia a 15, verificamos que Portugal convergiu… Só em 2004, andava por aí o Governo PSD-CDS/PP, é que essa trajectória foi interrompida.

A comparação com a média EU-15 é a comparação que faz sentido, uma vez que foi a convergência com os então membros da UE que foi eleita como objectivo aquando da adesão à CEE. Ter agora como termo de comparação outros referenciais (Zona Euro ou EU-27), é como se a meio de uma corrida a meta mudasse de lugar.

É que esses outros referenciais são afectados pela inclusão de novos Estados-membros que, tal como aconteceu com Portugal quando aderiu à então CEE, estão a registar um período de crescimento acelerado. Se, por absurdo, a China aderisse à UE e todos os países mantivessem as suas taxas de crescimento, eles começariam a registar divergências face à média…

Veja-se como se está a processar a convergência:
    • PIB pc PT UE15=100

    • 1997 — 65,9
    • 1998 — 66,4
    • 1999 — 67,9
    • 2000 — 67,6
    • 2001 — 67,3
    • 2002 — 67,4
    • 2003 — 67,5
    • 2004 — 65,9
    • 2005 — 68,2
    • 2006 — 68,0
    • 2007 — 68,1
    • 2008 — 67,9




Importa sublinhar que Portugal foi, de facto, dos países da EU mais afectados por choques adversos associados ao alargamento da UE e à entrada na cena económica mundial de novos players, como a China e a Índia, que concorreram directamente com os tradicionais sectores de especialização da economia portuguesa, o que contribuiu para níveis de crescimento baixo. Portugal tinha conseguido atrair investimento directo estrangeiro muito importante e passou a ter dificuldade em competir com estes países, que beneficiaram claramente de uma localização geográfica mais central (países do centro da Europa) ou vantagens relevantes de dimensão e de custos.

Não estamos perante uma questão de curto prazo: quase 20 anos após a adesão, Portugal não estava preparado em 2004 para enfrentar estes desafios. Só uma agenda de modernização e transformação da estrutura produtiva permitirá recuperar níveis de crescimento mais elevados. Era essa situação que se estava a verificar desde 2005 com a aposta na internacionalização e na modernização da economia.

5 comentários :

José Duarte disse...

Isto eu assino por baixo. Sou militante social democrata, natural de Vila Nova de Gaia. Fiquei boquiaberto com o golpe palaciano que foi levado a cabo pelos baronatos do partido. Mal surgiu a Crise Mundial eles não perderam tempo e fizeram a folha a LF Menezes, um homem com ideias NOVAS, o 1º presidente eleito pelas bases...e imediatamente também o 1º a ser "esfaqueado" pelos Barões. Eu, como muitos outros militantes não conseguimos esconder a mágoa pelo puro oportunismo e o puro embuste que esta direcção encabeçada por uma senhora muito respeitável mas muito mal está a fazer ao partido e a figuras que muito deve. Ela está a abrir portas a muitos ressabiados que aguardam uma oportunidade para a destronar logo de seguida e fazerem-se valer dos seus pequenos nichos feudais. Não é de espantar que o Psd tenha ganho as Europeias, pois considero que o Ps apresentou um candidato fraco, um candidato desastrado que não passava mensagem, não tinha jeito para aquilo. Mas a Dra Ferreira Leite também não se espante de no meu conselho ter ganho o Ps, pois nós temos atravessada na garganta o golpe que foi patrocinado ao Dr. Luís Filipe Menezes.
Vejo os meus colegas de partido demasiado arrogantes, a vitória nas Europeias esté a colocá-los nas nuvens e todos sabemos o que acontece quando se acorda..
(Há muitos de nós que se preparam, Dra. Embuste, para fazer como um dia um político comunista falou..."Camaradas, eu não gosto do Soares, mas coloca-se a mão em cima dele e marca-se lá a cruz")

Manuel Cintra disse...

Porque é que a senhora não colocou as estatísticas do desemprego? Se calhar não ia gostar do resultado. Aqui mostram-se os resultados da sua bela governação
http://sitiocomvistasobreacidade.blogs.sapo.pt/12732.html

NetKingCool disse...

no desemprego não so convergimos com ultrapassamos a media europeia durante o socratismo por isso essa estatistica é para ser escondida neste blog

Unknown disse...

Outra dimensão da convergência é a produtividade do factor trabalho.

Chamo a atenção para o facto da Espanha estar a melhorar claramente a sua produtividade em relação a outros países europeus. Isto porque a redução do PIB foi mais que compensada por uma redução brutal da população empregada. Mais pormenores em www.kambaia.blogspot.com

Pergunto se Portugal estará a convergir com a Europa em termos de produtividade do factor trabalho.

José Teles disse...

Outra dimensão da convergência é a produtividade do factor trabalho.

Chamo a atenção para o facto da Espanha estar a melhorar claramente a sua produtividade em relação a outros países europeus. Isto porque a redução do PIB foi mais que compensada por uma redução brutal da população empregada. Mais pormenores em www.kambaia.blogspot.com

Pergunto se Portugal estará a convergir com a Europa em termos de produtividade do factor trabalho.