sexta-feira, agosto 07, 2009

Leituras

• Baptista Bastos, Tudo está em aberto:
    Há umas semanas convidei, em outro jornal, os leitores a observar os olhos da dr.ª Manuela Ferreira Leite: "está lá tudo aquilo que nos assusta." Não exagerei. A bondade ausentou-se daquele olhar. E, como todas as criaturas inseguras, também lá reside uma espécie particular de rancor, a que os freudianos chamam "repeso ou adormecido". Evidentemente este tipo de análise pende, sempre ou quase sempre, para o subjectivo. Devo acrescentar que nada de pessoal me move contra a senhora. Nem sequer a receio. Venho de um tempo em que os próprios medos ensinavam a defrontá-los. Mas estou de sobreaviso ante o que o futuro político nos reserva.
• Leonel Moura, O que está realmente em causa:
    As coisas estão assim. O PS quer prosseguir o seu projecto de modernização do País; o PSD quer parar, rasgar e andar para trás; o PC quer continuar a protestar em seco; o Bloco gostava de ser Governo, mas não sabe como. O CDS passeia-se pelas feiras. Exceptuando o PS - et pour cause! -, todos desejam acima de tudo minar, destruir e se possível assassinar politicamente Sócrates. Esse é, para já, o único objectivo dos partidos da oposição, pouco importando as consequências. Por isso não têm propostas, mas só críticas; por isso não definem uma saída política para a crise, e vivem exclusivamente do ressabiamento e da má-língua.
• Palmira F. da Silva, No país das maravilhas:
    (…) as linhas gerais do programa eleitoral do PSD são intrigantes. O último ponto, sobre educação, indica que, para o PSD, esta se resume ao ensino básico e secundário. Mas, realmente mistificante é o ponto sobre políticas económicas, do qual transparece que melhorar a competitividade das empresas é, simultaneamente, premissa, meio e objectivo central. Em nenhum ponto ou preâmbulo se explica como, apenas que importa romper com políticas que "atiram dinheiro para cima dos problemas, endividando ainda mais o país". O que, aplicado ao ensino superior, inovação ou tecnologia, é catastrófico. Porque, não tenhamos ilusões, a economia global em que competimos só tem correspondência com o clássico de Lewis Carroll no excerto que por acaso deu nome a uma teoria científica: "É preciso correr o máximo possível, para permanecermos no mesmo sítio". Assim, rasgar, romper ou nada fazer é receita certa para ficar para trás.

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