quinta-feira, outubro 15, 2009

Leituras

• António Costa, Ferreira Leite ‘ajuda’ Paulo Portas:
    (…) o PSD continua a ter no ‘não' a sua palavra mais ouvida, refugiando-se no lugar comum de que é um partido da oposição. Mas ser da oposição não invalida que apresente propostas concretas e obrigue, o termo é este, o Governo e o grupo parlamentar que o suporta a negociarem. Cumprindo, até, a decisão dos portugueses de preferirem, agora, uma política de compromissos em contraponto às políticas de maioria absoluta. Em vez disso, o PSD prefere esperar pelas propostas concretas, nomeadamente a mais importante de todas, a lei do Orçamento do Estado. Pelo passado recente, já se antecipa a rejeição do orçamento. Ora, tendo em conta os resultados das legislativas e a necessidade de entendimentos partidários, o PSD corre o risco de se tornar insignificante, deixando o papel de ‘oposição responsável' para o CDS de Portas. E isso só contribuirá para fragilizar o próximo líder, especialmente se for um ‘apadrinhado' por Manuela Ferreira Leite.
• João Cardoso Rosas, A ética da crise:
    Os gestores financeiros, sendo moral e legalmente responsabilizáveis pelas suas acções, não operavam num vazio institucional. Agiram segundo regras formais (leis) e informais (padrões de profissionalismo) que eram geralmente aceites e consideradas suficientes.
• José Leite Pereira, Que opções fará o PSD?:
    A varredela de que o partido precisa passa pela sua classe dirigente. Quase todos os actuais dirigentes do partido são filhos do Cavaquismo ou do Barrosismo. (...) Piores do que estes dirigentes a quem a orfandade (evidente sobretudo no caso dos cavaquistas) deixou sem rumo, são alguns ideólogos que nunca puseram "a mão na massa", isto é, que nunca exerceram o poder. São teóricos ressabiados, gente que gosta de se pôr atrás da cortina (...).

• Marina Costa Lobo, O que se passa com o sistema partidário em Portugal?:
    Contados os votos, o PSD de Ferreira Leite não foi além do PSD de Santana Lopes, o que não deixa de ser um péssimo resultado. Isto por pelo menos duas razões: por um lado, em 2005, Santana Lopes era um primeiro-ministro extremamente impopular. Por outro, em 2009 a conjuntura económica e mesmo política favorecia o principal partido da oposição.
• Rita Marques Guedes, Ir ao fundo:
    É lastimável que depois da ‘débacle’ eleitoral do PSD, quer nas legislativas quer também nas autárquicas, os seus dirigentes se permitam vir a público clamar vitória (...).

    Houvesse um pouco mais de sensibilidade política na direcção do partido e de certeza que se evitaria este tipo de figuras tristes que o público escarnece e a militância já desdenha.

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