- ‘Conspiraçãozinha
FERNANDO Lima está no seu papel de tentar meter coisas na imprensa, e não tem culpa de que um jornal tivesse feito de uma especulação vaga sobre escutas notícia de 1.ª página. E menos culpa de um outro jornal vir revelar em público informação confidencial do primeiro, incluindo troca de correspondência privada (cuja privacidade é assegurada por lei).
Igualmente não tem culpa nenhuma de no Público as reacções terem sido simultaneamente um desmentido do editor responsável pelo assunto e a confirmação de José Manuel Fernandes (aproveitando para tentar arranjar outro caso, com acusações de ventoinha aos serviços de informações).
Dito isto, Fernando Lima sempre teve um certo apego ao mistério e às teses conspirativas. Há largos anos, quando ele praticamente se estreava nas funções de assessor do então primeiro-ministro Cavaco Silva, telefonei-lhe para saber o nome do assessor jurídico de S. Bento. Respondeu-me tratar-se de informação confidencial. Perplexo, tentei outro elemento da Casa, suponho que o próprio chefe de Gabinete, que se riu da história porque, como salientou, «o primeiro-ministro não tem assessores clandestinos, e todos tomaram posse pública, com os nomes no Diário da República». Lá fiquei então a saber o nome que queria, mas deixei Lima zangado.’
1 comentário :
Como todo este drama é dado a teorias conspirativas, acrecento, então, uma teoria para a incompreensível preocupação do Presidente com os seus e-mails. Em teoria, aquilo pode ser um ataque preventivo.
O DN publicou aquele e-mail. Não me custa a crer que existam outros. Não deve ter existido somente aquela troca de correspondência sobre as escutas.
Vamos imaginar que, por falta de precaução e conhecimento deste tipo de comunicações, o Presidente transmitiu orientações sobre aquele assunto por e-mail ao Fernando Lima. Imaginemos que, depois, o Fernando Lima, por falta de senso, o reencaminhou para o Público como forma de reafirmar a veracidade da fonte ou por outra razão qualquer (há problemas graves que começam com disparates mais inverosímeis).
Se isso tivesse acontecido, pode existir um e-mail ou outro engraçado para publicação.
Com uma ameaça destas o que faz o Presidente? Começa a levantar a teoria da conspiração sobre o acesso aos seus e-mails.
Enfim, o que disse o Presidente presta-se a todas as teorias.
Esta é só mais uma delas. Extrambólica, é verdade, mas que não deixa de ter graça.
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