segunda-feira, outubro 05, 2009

“O rei manda marchar, não manda chover”

Fernando Lima não é, como se quer fazer crer, mais um assessor do Presidente da República. Lima acompanha Cavaco há 24 anos e, mesmo quando este não exercia cargos públicos, o assessor sem pasta aparecia como o seu colaborador mais próximo. A historieta de que a última edição do Sol dá conta é um retrato fiel do homem mais fiel do Presidente:
    Conspiraçãozinha

    FERNANDO Lima está no seu papel de tentar meter coisas na imprensa, e não tem culpa de que um jornal tivesse feito de uma especulação vaga sobre escutas notícia de 1.ª página. E menos culpa de um outro jornal vir revelar em público informação confidencial do primeiro, incluindo troca de correspondência privada (cuja privacidade é assegurada por lei).

    Igualmente não tem culpa nenhuma de no Público as reacções terem sido simultaneamente um desmentido do editor responsável pelo assunto e a confirmação de José Manuel Fernandes (aproveitando para tentar arranjar outro caso, com acusações de ventoinha aos serviços de informações).

    Dito isto, Fernando Lima sempre teve um certo apego ao mistério e às teses conspirativas. Há largos anos, quando ele praticamente se estreava nas funções de assessor do então primeiro-ministro Cavaco Silva, telefonei-lhe para saber o nome do assessor jurídico de S. Bento. Respondeu-me tratar-se de informação confidencial. Perplexo, tentei outro elemento da Casa, suponho que o próprio chefe de Gabinete, que se riu da história porque, como salientou, «o primeiro-ministro não tem assessores clandestinos, e todos tomaram posse pública, com os nomes no Diário da República». Lá fiquei então a saber o nome que queria, mas deixei Lima zangado.

1 comentário :

Anónimo disse...

Como todo este drama é dado a teorias conspirativas, acrecento, então, uma teoria para a incompreensível preocupação do Presidente com os seus e-mails. Em teoria, aquilo pode ser um ataque preventivo.

O DN publicou aquele e-mail. Não me custa a crer que existam outros. Não deve ter existido somente aquela troca de correspondência sobre as escutas.

Vamos imaginar que, por falta de precaução e conhecimento deste tipo de comunicações, o Presidente transmitiu orientações sobre aquele assunto por e-mail ao Fernando Lima. Imaginemos que, depois, o Fernando Lima, por falta de senso, o reencaminhou para o Público como forma de reafirmar a veracidade da fonte ou por outra razão qualquer (há problemas graves que começam com disparates mais inverosímeis).

Se isso tivesse acontecido, pode existir um e-mail ou outro engraçado para publicação.
Com uma ameaça destas o que faz o Presidente? Começa a levantar a teoria da conspiração sobre o acesso aos seus e-mails.

Enfim, o que disse o Presidente presta-se a todas as teorias.
Esta é só mais uma delas. Extrambólica, é verdade, mas que não deixa de ter graça.