Como é que se pode recuperar a velha aspiração da Dr.ª Manuela de suspender a democracia por seis meses para “pôr tudo na ordem”, sem parecer alguém saído do baú do Estado Novo? Assim, de uma forma um pouco mais burilada, Pacheco Pereira levanta uma ponta do véu para “endireitar o país”:
- ‘Ou seja “toda a gente” sabe quais são os problemas e “toda a gente” sabe quais são as soluções.
(…)
Há anos que se ouve tudo isto e eu, pessoalmente, penso que têm toda a razão. Também eu “sei”. Só que falta um pequeno-gigantesco problema por resolver que nenhum deles é capaz de enunciar: onde é que se vão buscar os votos para estas políticas? Onde é que em democracia, e em particular na democracia portuguesa, onde existe um grande “partido do estado”, favorecido pela memória recente da pobreza, pela dependência de interesses múltiplos, pela fragilidade da nossa “sociedade civil”, com os grandes partidos muito presos a este estado de coisas, se vão buscar os votos? E mais: onde é que num país em que os próprios empresários vivem num conúbio próximo com o governo da ocasião, existe independência no tecido económico para apoiar uma sociedade civil forte que não medra em clima de necessidade?’
5 comentários :
Manelinha no seu melhor!O que ela faz agora na Ass. da Républica con sus muchachos não é precisamente o mesmo que criticava na altura daquelas declarações? Mudam-se os tempos mudam-se as vontades. Se tivesse mais 20 anos se calhar tinha sido secretária de estado de Salazar....embora duvide que o Salazar não tivesse lá bastante melhor na mesma linha. E já agora: só 6 meses ou 48 anos??
O Pacheco Pereira também pode tentar endireitar o país recorrendo às terapias do laboratório Lilly que passa publicidade diária nas TVS.
Querias mas não te dou... agora dava jeito uma suspensão, mas não pode ser, vai ter de governar até á moção de (des)confiança ser apresentada.
ESTE FOI O ÚNICO ACTO COERENTE DE MANUELA AO ASSUMIR A SUA QUALIDADE DE NEOFASCISTA
Aos mais velhos como eu,este tipo de considerações lembram-me as que Salazar usava para justificar o cerceamento das liberdades,dizia ele "o povo não está preparado para a Democracia".
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