sexta-feira, fevereiro 05, 2010

Leituras

• Daniel Amaral, A questão salarial:
    ‘Nos últimos dez anos, o peso salarial no PIB subiu três pontos para os 53%: os salários cresceram mais do que deviam.’

• Marina Costa Lobo, Sócrates na eleição presidencial:
    ‘(…) para ganhar o centro, quer queira quer não, Alegre terá de contar com o empenho de Sócrates. Para unir o partido e o eleitorado nestas eleições é fundamental que o primeiro-ministro se mostre absolutamente convicto que a vitória de Alegre é o melhor para o País. Isso será tanto mais assim quanto as elites do PS mostrarem reservas sobre este candidato. Neste aspecto existem paralelos entre esta eleição e o último referendo ao aborto. Perante incertezas e dúvidas, a posição de Sócrates como agregador foi fundamental para conseguir a vitória das esquerdas.’
• Paul Krugman, Bom e chato:
    ‘(…) o percurso do Canadá parece confirmar que a melhor maneira de manter a banca segura é mantê-la sensaborona - ou seja, limitar-lhe o nível de assunção de riscos. Os Estados Unidos tinham um sistema bancário sensaborão, mas a desregulamentação da era Reagan tornou as coisas perigosamente interessantes. O Canadá, pelo contrário, manteve-se num tédio feliz.

    Mais especificamente, o Canadá tem sido muito mais rigoroso nos limites impostos à banca para obtenção de fundos por meio de empréstimos. E limitou também o processo de titularização ("securitization"), no qual os bancos aglutinam e revendem títulos de dívida, um processo que supostamente ajudaria os bancos a reduzirem os riscos mas que se tornou, na prática, uma maneira de apostarem quantias cada vez mais vultuosas com o dinheiro de terceiros.’
• Pedro Adão e Silva, O carnaval financeiro:
    ‘Depois do braço-de-ferro entre governo e oposições para definir as condições de governabilidade, o país viu-se enredado num novo braço-de-ferro: entre os partidos "nacionais" e as suas declinações regionais. Até ver, a versão regional dos partidos leva vantagem. Enquanto isso, a bolsa de valores cai a uma velocidade estonteante e o risco da dívida portuguesa vai batendo alegremente recordes. Quando era necessário robustez política para cortar a despesa e conter o endividamento, os partidos, empurrados a partir da Madeira e inspirados pelas palavras de João Jardim, iniciam um desfile de Carnaval antes de tempo.’

1 comentário :

Graza disse...

Graças à recomendação redescobri Daniel Amaral, que já não sabia onde escrevia.