A sujeição do PEC a uma resolução da Assembleia da República, por confrontar os partidos ali representados com as suas responsabilidades, é um momento clarificador da vida democrática.
Em 2003, o novo Governo PSD-CDS também sujeitou o PEC à apreciação da Assembleia da República. No quadro do processo de Revisão do Programa de Estabilidade e Crescimento para 2003-2006, foi possível estabelecer um amplo consenso interpartidário, que se materializou na aprovação da Resolução da Assembleia da República n.º 7/2003.
Esta deliberação contou, em 2003, com a viabilização do PS, que considerou importante um entendimento em torno da consolidação das finanças públicas. Infelizmente, o governo PSD-CDS não cumpriu nenhuma das recomendações da resolução, não tendo por isso o acordo que suportou a resolução a continuidade que teria sido desejável. Como se sabe, o equilíbrio das contas públicas só viria a acontecer no Governo que lhe sucedeu, liderado por José Sócrates.
Hoje, o PEC foi ao Parlamento, num daqueles momentos em que os partidos eram convocados a assumir o necessário sentido de Estado. Todos sabem o que estava em jogo, nomeadamente a imagem e a credibilidade internacional da economia portuguesa. Soubemos quem esteve à altura das suas responsabilidades. Esperemos que saibam manter a este nível.
2 comentários :
Em Portugal a maioria dos Partidos e os seus parlamentares não tem credebilidade e nem é jente seria politicamente, como se viu novamente na votação do PEC.
A gajada da extrema-esquerda numa aliança fraterna com a direita da direita posiciona-se com a ambição de chegar um dia ao poder. Como esta longe bem longe, penso até que nunca chegará esse dia.
Como a lembrança faz tão bem aos espíritos!
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