terça-feira, abril 06, 2010

Nobre Guedes ao Diário Económico

Há dias em que não há tempo para citar tudo o que tem interesse. É o caso da entrevista de Luís Nobre Guedes à edição de ontem do DE. Eis algumas passagens:
    - O CDS deveria ir para o Governo com o PS mesmo sem o PSD?
    - Deveria ter feito tudo para que o país tivesse um Governo maioritário. Parece que a preocupação do CDS é crescer à custa do PSD, mas isso é o que menos interessa. Como também defendi, CDS e PSD deveriam ter um programa comum e reformista para ser alternativo ao programa de Sócrates. Porque o primeiro-ministro, concorde-se ou não com ele, tem um programa para o país.

    (…)

    - Concorda com a comissão de inquérito que vai investigar se o primeiro-ministro mentiu quando disse desconhecer a tentativa de compra da TVI por parte da PT?
    - Esse assunto já deu o que tinha a dar. Não vejo que saia qualquer coisa positiva da comissão a não ser o denegrir da classe política. O resultado não vai redignificar os titulares dos órgãos políticos.

    - Como vice-presidente do CDS chegou a propor a realização de um Orçamento do Estado alternativo. Porque nunca foi feito?
    - Paulo Portas entendia que era uma má ideia porque se abria o jogo e perderíamos votos porque tínhamos que propor coisas impopulares. Acho o contrário: só se ganha em dizer a verdade.

    (…)

    - É advogado e esteve no Conselho Superior da Magistratura. Quem é o responsável pelo estado da justiça?
    - A justiça está politizada e há uma responsabilidade colectiva. Há mais de 25 anos que não é uma prioridade nacional e todos os partidos são responsáveis.

    (…)

    - O Presidente deveria ter poderes reforçados na justiça?
    - Sim, uma voz activa no Conselho Superior de Magistratura. Por exemplo, José Sócrates tem demonstrado que tem um discurso estruturado para o país e percebe-se o que quer. Mas fala pouco de justiça. E sem resolver este problema não se consegue desenvolvimento, crescimento, modernização ou garantia do Estado Social. Tem que resolver o impasse da Justiça. É prévio a tudo.

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