A palavra aos leitores

Do leitor Pedro M.:

‘Parece ser a nova táctica da direita... considerar que Sócrates e todos aqueles que não comungam das suas visões catastrofistas, estão desligados da realidade, que vivem no munda da lua, talvez careçam até de tratamento psiquiátrico, sei lá...

Este Nogueira Pinto e outros que tais, ontem na TVI24 foi a vez do historiador Rui Ramos enveredar pelo mesmo discurso, talvez não se apercebam, mas ao proceder assim, são eles que descolam da realidade, são eles que se recusam a comentar as notícias que vamos tendo da economia e da sociedade, o aumento do PIB, a execução orçamental, a contenção do desemprego, a diminuição do abandono escolar, a redução do índice de risco de pobreza. De facto sobre estas matérias, e não são de lana caprina, não lhes ouvimos uma palavra... perdem por falta de comparência.

Verdade se diga que todos os trates e velhacos da direita podem argumentar em seu favor que cada vez é mais difícil debaterem as "ideias" que defendem, com quem se lhes opõe...
E têm razão coitados... o panorama da comunicação social em Portugal está totalmente alaranjado, é praticamente impossível a quem não faça sua a profissão de fé laranja, aparecer e fazer-se ouvir na c. social. Hoje por hoje é assim.

Ainda ontem, na SIC-N, TVI24 e RTPN, entre as 21h e as 22h, foi um regabofe. Na SIC-N lá estava o inefável prof. Cantigas, que com alguns bolos tentava convencer os tolos. Na TVI24 podíamos ver o historiador Rui Ramos a analisar a ligação de Sócrates com a realidade, só faltando chamá-lo de louco, aliás ele deu essa ideia só que, por agora, vai-lhe faltando o descaramento para o dizer assim preto no branco. Para intervalar do impagável Ramos lá tínhamos ,o esse sim quase impagável (ai tantas pensões acumuladas...), Mira Amaral, como se sabe mais um socrático fanático.

Mas não é tudo... para ajudar à festa na RTPN lá estava um fulano todo pipi, cujo nome me escapou, mas a cuja vacuidade e desonestidade intelectual se devia erigir um monumento naquele estúdio, onde já foi mais de uma vez.

Pois o sr. Pipi às tantas em menos de 5m usou mais de 20 vezes a palavras "reformas", as tais que no entender dele têm de ser feitas e que por não serem feitas é que isto está como está e tal.... enfim já conhecemos a espécie de ginjeira.

Pois às tantas o entrevistador que a principio parecia estar distraído, deve ter-se sentido espicaçado pelo uso recorrente daquele termo e lá se atreveu a perguntar: "Reformas? Mas quais?"... e pronto ficou a pintura estragada. Perante esta questão simples o que fez o sr Pipi? Fez aquilo que fazem alguns da sua laia e de má qualidade quando são lidado ali para os lados do Campo Pequeno... refugiou-se em tábuas, limitando-se a elencar a reforma laboral. Questionado pelo jornalista sobre o facto de ter havido uma reforma laboral recentemente, respondeu que não tinha dado por nada. Quanto mais concretas se tornavam as questões mais o balão do sr. Pipi se esvaziava. Acabou a dizer que a legislação laboral não garante saídas profissionais estáveis aos recém licenciados, como se alguém acreditasse que qualquer reforma laboral possa garantir isso, como se todos não soubéssemos que o que esses srs. Pipis ou broncos pretendem quando falam em reforma laboral é tão só e apenas a liberdade de despedir individualmente, sem razão e sem indemnização...

Enfim... este é o panorama da comunicação social em Portugal, onde não existe debate porque a ela não têm acesso os que não professam a cartilha laranja, uma comunicação social onde a realidade do país que trabalha, estuda e avança não entra porque os estúdios da TV's e as páginas dos jornais estão ocupados por aqueles que ignoram o país, que ignoram a realidade.’