quinta-feira, julho 29, 2010

Trabalham uns para os outros

Na nota que enviou à Comunicação Social, o Procuradoria-Geral da República elencou algumas datas fundamentais para entendermos o caso Freeport.
Atentemos nesta:
Em 1 de Outubro de 2008, o processo transitou para o DCIAP e foi distribuído a dois Senhores Procuradores (...)
Como se compreende, então, isto:
Procuradores quiseram ouvir Sócrates mas não tiveram tempo ?
Simples. Para que 'jornalistas' como este possam continuar a opinar isto:
Afinal, José Sócrates não pode afirmar "finalmente" (...).

7 comentários :

Anónimo disse...

Passos Coelho diz que proposta de revisão constitucional é só um teste (Diário Digital)


não era nada que não se percebesse, mas apesar de tudo isto só pode ser uma enorme irresponsabilidade. Quem somos nós para sermos testados por este bando de irresponsáveis?
é insuportavel ouvir este PPC a falar com aquele ar enfatuado de alguém que acabaou de aprender umas coisas e constrói frases que tem dificuldade em terminar.
baahhh

JOAQUIM CASTILHO disse...

O CÃO DE FILA

Sempre que é preciso morder no Sócrates o "PÚBLICO" atiça o Cerejo! E o rapaz não se faz rogado! No desespero de atacar de qualquer forma o PM e sempre convencido que descobriu, mais uma vez, um furo jornalístico do caraças, perde a noção do ridículo em que cai e em que coloca os "amigos" que lhe encomendam o serviço. E assim o `Público" se vai afundando no descrédito e nas vendas!

Ze Maria disse...

2-Procuradores-2, não tiveram tempo ao fim de 6-ANOS-6 de investigação, de fazerem 27-perguntas-27 ao Primeiro Ministro. Bem andaram os catalães ao acabar com as touradas...

Mycroft Holmes disse...

Continuamos à espera que José Pacheco Pereira cumpra a sua palavra e revele publicamente as tais escutas que escutou. Não as de Sócrates a Cavaco, sob cuja sombra a estratégia de campanha brilhou a grande altura, bem entendido, mas as das longas orelhas da justiça ao pérfido asfixiador democrático. O apoio, subreptício e por omissão, ao malfeitor sem carácter tem de acabar.

Anónimo disse...

Não tiveram tempo? Seis anos!...
É óbvio que não destrunfaram. O PM não esteve em parte incerta, são conhecidas a sua residência oficial e a morada de família. Se as 'questões' fossem relevantes para o processo Freeport, seria caso de manifesta parcialidade e/ou incompetência técnica; como o interesse das 'questões' incide no processo FRITAR O SÓCRATES, eles decidiram não destrunfar para garantir que a luta continua. Com esta confissão e num Estado de direito os dignos agentes do Ministério Público seriam alvo de procedimento disciplinar.
F.Dias

PedroM disse...

Ora, ora... 27 perguntas??... Qualquer CPI idiota consegue em 6 meses inventar mais perguntas dirigidas ao PM do que os 2 Exmos. procuradores em 6 anos!!... Vamos lá a ver, isso não é sinal de competência.

Para ajudar os procuradores, coitados tão constrangidos pela falta de tempo, sugiro que a cada uma das 27 questões se juntem mais estas:
- Tem a certeza?
- Absoluta?
- Porquê?

Assim já teriamos a bonita soma de 108 questões, que está mais de acordo com as tradições da magistratura portuguesa e com ela (magistratura)comungam outra caracteristica, são puramente retoricas e não servem para nada!

J. Pires disse...

Os procuradores do processo Freeprot, entenderam por bem fazer constar do despacho em que acusam dois dos arguidos e arquivam o processo quanto ao mais que gostariam de ter ouvido Sócrates, Ministro do Ambiente à data do licenciamento do Freeport, bem como o então Secretário de Estado do Ordenamento do Território e da Conservação da Natureza.

E chegam mesmo a elencar as questões que gostariam de ter colocado a Sócrates e ao então Secretário de Estado, embora não esclarecendo qual o estatuto em que gostariam de os ter ouvido.

A utilidade/necessidade da sobredita inquirição – ainda que não solicitada pela PJ – radicar-se-ia, por um lado, nos cargos que ambos ocupavam e nas correspondentes responsabilidades no processo de licenciamento e, por outro, no facto de os nomes de ambos terem sido invocados quer em documentos apreendidos, quer em depoimentos prestados.

E porque não o fizeram? Porque, dizem, por despacho do Vice-procurador-geral da República de 4 de Junho de 2010 este fixou o dia 25 de Julho de 2010 como data limite para a conclusão do inquérito no caso Freeport, o que inviabilizou a inquirição de Sócrates já que esta teria, ainda, de ser de autorizada do Conselho de Estado, não sendo tal possível entre aquelas duas datas. Ou seja, porque não houve tempo.

Não chega, no entanto, a ser esclarecida pelos procuradores a razão porque não ouviram o então Secretário de Estado do Ordenamento do Território e da Conservação da Natureza, cuja inquirição não estava sujeita àquela formalidade…

O despacho dos procuradores do caso Freeport permitiria, em qualquer caso tirar duas conclusões, a segunda com uma possível alternativa, elucidativas das enormes barreiras com que se depara a investigação criminal portuguesa.

Em primeiro lugar, e infelizmente, até porque a investigação foi, por certo, conduzida na perfeição, só depois de 4 de Junho terão os procuradores tido acesso a documentos e testemunhos que citam Sócrates e o então Secretário de Estado. Manifestamente, até àquela data, e nos seis anos anteriores do processo, o silêncio foi total e nem o mais pequeno rumor existiu quanto àqueles nomes.

Em segundo lugar fica-se a saber que só depois de 4 de Junho de 2010, e decerto após aturadas investigações, apuraram os procuradores quem eram o Ministro do Ambiente e o Secretário de Estado do Ordenamento do Território e da Conservação da Natureza à data do licenciamento do Freeport. Ou então, sabiam quem eram, mas só depois de 4 de Junho, e após ainda mais aturadas investigações, é que determinaram o paradeiro dos dois presumíveis meliantes.

A coisa é de tal modo ridícula que daria apenas para rir, não fosse ainda mais grave do que ridícula.

É que estamos perante um caso em que, manifestamente, mais do que dissecar o disparate dito pelos procuradores, havia que perceber as razões que os motivaram a incluí-lo no despacho. Porque de uma coisa estou convicto: a lenga-lenga do gostaria- de-ter-ouvido-mas não-ouvi-porque-não-me-deram-tempo é tudo menos inocente.

Obviamente que penso que o local certo para prestarem, os procuradores, os esclarecimentos sobre as razões que os levaram a incluir no despacho afirmações totalmente desprovidas de lógica, mas que deixam no ar uma insinuação que sabem que vai afectar (e, por isso, pretendem afectar) a honra de um cidadão que é Primeiro Ministro de Portugal, será um processo disciplinar. É que quando os procuradores dizem, no despacho, que ao fim de seis anos não houve tempo para ouvir Sócrates e o então Secretário de Estado, isso revela, ou a mais completa incompetência, que deve ser, enquanto tal, sancionada, ou, muito mais grave, uma intolerável tentativa de intromissão no combate político (para utilizar um eufenismo).