Corre por aí que Bruxelas quer que haja, em Portugal, uma maior flexibilização no mercado de trabalho. Talvez se justifique que se faça chegar ao gabinete do presidente da Comissão Europeia uma cópia de um relatório da OCDE no qual se observa que as reformas feitas colocam Portugal ao nível dos países de onde vem tal recomendação. Vejam-se os seguintes gráficos (retirados do citado relatório da OCDE):
3 comentários :
Basta uma ínfima informação para destruir tudo o que aí coloca: em cerca de 140 países, a flexibilização do código laboral de Portugal coloca-o no lugar 117, salvo o erro. E nem experimente ir à eficiência dos gastos governamentais, outra beleza geneticamente portuguesa. Aliás, a posição de Portugal referente ao seu código laboral é tão má que estamos atrás do Zimbabwe, esse país de capitalistas, neoliberais e gajos do PSD...
Variações percentuais são um grande nada. Em termos de validade no conteúdo, são zero. Servem somente para silenciar os que nadam na ignorância.
Eexemplo: dois grupos. No 1º ano, O grupo A caminha a 10 km/hora. O Grupo B caminha a 100 km/h. No 2º ano, o Grupo A caminha a 20 km/hora. O Grupo B continua nos 100 km/h.
Análise deste blogue: a variação percentual do Grupo A é 100%, portanto, está tudo bem. No entanto, e é isto que vocês escondem, o Grupo B continua 80 km's mais rápido que o A. A variação enorme do Grupo continua a manter o mesmo muito atrás do grupo B.
Se existe crítica feita a Portugal de forma consistente, é a que refere o código laboral. É mencionada por todos. Todos, sem excepção. É que não existe um organismo económico que não nos faça uma crítica a esse respeito.
Refere o relatório da OCDE. No entanto, tipicamente, só refere o que lhe dá jeito, porque quando o relatório tenta oferecer soluções a Portugal, uma das propostas mais vezes referida é precisamente aquela que defende maior flexibilização do mercado laboral. Não só sugere essa alteração, como confirma que o problema do desemprego estrutural crescente é consequência da rigidez do mercado laboral. Ou seja, para leigos, quando as pessoas caem no desemprego, a economia tem dificuldades em ir lá buscá-las. E não só nos dá essa informação, como conclui também que a elevada precariedade laboral é, outra vez, uma causa da rigidez do código laboral.
Eu até me dei ao trabalho de colocar no meu blogue uma análise ao relatório da OCDE. Passe por lá.
E é por isso que Portugal continua como está: há quem se divirta a fazer politiquices com assuntos sérios.
Mesmo nos seus gráficos (o primeiro) mostra que a rigidez laboral das pessoas a tempo indeterminado é a maior da todas. Se o tal não é tão alto é devido a uma menor protecção no trabalho temporário: conclusão cada vez menos trabalho a tempo indeterminado e mais recibos verdes.
O que quer mostrar é que o governo reduziu desde 2003 (infelizmente o gráfico não começa onde quer 2006), mas parte é devido ao temporário, ainda não se fez tudo nos indeterminados.
Mas pronto, você lá sabe como lê os gráficos, ...
É importante,dizerem-nos se Insurrecto Meditativo,tem ou não razão. Graficos, não são artigos de opinião,sendo mais dificil duas leituras.
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