sexta-feira, março 11, 2011

“O grito anacrónico de Cavaco Silva”

• Raul Vaz, A censura dos empatas:
    O que é que mudou desde que o Presidente defendia a sobriedade no debate interno como única forma de evitar um efeito negativo junto dos nossos credores? Mudou o essencial: o Presidente foi reeleito. O professor Cavaco Silva sabia que "isto" não poderia adivinhar melhoras. É, aliás, isso que não consegue iludir no seu grito de raiva: perdeu-se uma década.

    Perdeu-se, é verdade. E é aí que Cavaco Silva se deixa envolver com Francisco Louçã - numa atitude que ultrapassa o discurso e afirma uma característica. Ambos se acham acima de uma mediania (conceito em que habita o "povo"), ambos são produto de uma aprendizagem que se alimenta de uma mensagem evangelista. Nunca se peça a Cavaco ou a Louçã o reconhecimento de um erro. Ou, sequer, a sua correcção.

    A consequência é, também, natural: trocando a marca ideológica, o discurso de Cavaco poderia ter sido lido por Louçã. E, a partir de agora, a doutrina confunde-se num objectivo comum: remover Sócrates, desde que alguém o faça por eles.

2 comentários :

Anónimo disse...

A politica deixou-se dominar pelo ódio que algumas personagens têm a Sócrates.

E o ódio faz desaparecer toda a racionalidade, os contrários estão unidos num processo de destruição

E não se importam de destruir tudo à volta desde que isso implique destruir o Sócrates...

Pensam como iluminados como o poeta sem Graça e cada vez mais mouro (taliban) - se o povo vota nele, então mate-se o povo.

Zé da minda sempre disse...

Tal e qual,os extremos tocam-se com ternura....