terça-feira, abril 05, 2011

“Deitaram abaixo o Governo, não aprovaram o PEC e agora vão pedir a quem deitaram abaixo para fazer as coisas?”

Estas palavras de Basílio Horta sintetizam o cinismo da estratégia da direita. O presidente do AICEP prevê que, em consequência da coligação negativa que ditou o chumbo do PEC, “vem aí um grande sarilho”.

Se calhar, perante a barragem de desinformação a que estamos a ser submetidos, convém recordar diariamente quem concebeu e fez aprovar em Bruxelas as linhas globais do PEC e quem chumbou este mecanismo que nos fazia estar protegidos das intempéries dos mercados.

7 comentários :

Anónimo disse...

"Os sacrifícios que não se podiam exigir aos portugueses podem agora se exigidos. Os PECS chumbados em Portugal na Assembleia da República são compromissos assumidos, pelo PSD, em Bruxelas; Os aumentos de impostos que eram inaceitáveis passaram a ser uma proposta real do PSD; as leis outrora apoiadas pelo PSD são agora revogadas; A entrada do FMI que seria o “Hara Kiri” deste governo para o PSD é agora aceite com naturalidade por estes; O Governo PS que nada podia fazer sozinho quando levou o PEC4 a Bruxelas, pode agora fazer tudo, inclusive pedir ajuda externa, mesmo que isso signifique falta de legitimidade para assumir compromissos futuros; O FMI, diabolizado até há bem pouco tempo pela oposição, transformou-se em Fundo de Estabilidade Financeiro, algo mais light!"
João Azevedo
http://clube-novoshorizontes.blogspot.com/

Anónimo disse...

Como seriam as coisas se não fossem os discursos do rei?

Filipe Brás Almeida disse...

Em resposta à pergunta retórica do Basílio Horta:

Sim.

Mesmo que o chumbo da PEC tenha sido uma jogada cínica e calculista do PSD, o facto é que ela conseguiu desequilibrar as finanças públicas para a insolvência iminente, salvo a intervenção dos devidos mecanismos externos de intervenção.

Face aos acontecimentos destes últimos dias - e digo isto como apoiante do Primeiro Ministro e simpatizante do PS - seria um ato de teimosia mórbida se o Sócrates mantivesse a sua posição atual sobre a recusa da necessidade de recorrer ao FMI.

Esta recusa, expressada com tanto afinco ontem na RTP, em nada contribui para a solução da situação financeira do país. Não baixará os juros, e não fará subir os ratings. Parece-me que o seu único propósito nas atuais circunstâncias, seria ganhar um ponto político mesquinho com o Passos Coelho e o PSD.

Valerá a pena hipotecar desta forma o presente e futuro do país, adiando irracionalmente, a única alternativa que resta?

António Carlos disse...

"quem concebeu e fez aprovar em Bruxelas as linhas globais do PEC"
O problema está precisamente aí. É que o PEC não devia ter sido concebido e feito aprovar em Bruxelas apenas pelo Governo. Antes disso o Governo devia ter tido o cuidado de, discretamente, discutir esse documento com a oposição, considerando os seus pontos de vista e incorporando algumas das suas sugestões. Só com esse apoio e negociação prévia é que o Governo devia ter apresentado o PEC para aprovação em Bruxelas.

Anónimo disse...

O Basílio Horta é de esquerda??!! Está tudo louco?

Anónimo disse...

Caso o leitor das 11.00 PM caso não tenha reparado eu lembro-lhe que o lambão Passos Coelho semanas antes já andava a dizer que estaria indisponivel para negociar novos pacotes de medidas, caso houvesse necessidade das mesmas. Com declarações dessas também eu , perdoem-me a expressão, cagava para o idiota e ia tratar do assunto directamente com quem temos mesmo de prestar contas : a UE.
Lembro-lhe também que na constituição nada obriga o governo a passar primeiro pelo parlamento ou pelo PR para ir negociar as linhas gerais do PEC a bruxelas...
Depois da má criação do discurso de posse do presidente ainda se estava á espera de consideração? Eu cá não tenho consideração por quem se mostra incapaz para o cargo que exerce, provavelmente Socrates pensou da mesma forma e fez muito bem.Quanto ao PSD pouco lhe importa que o governo tenha discutido ou não com eles o PEC IV, andavam á espera de uma desculpa e encontraram-na.Vamos a ver é se a pistola afinal não estava virada para o lado errado .

Anónimo disse...

Mais um reparo : mesmo que o governo possa ter agido de forma desrespeitosa para com a oposição na aprovação das linhas gerais do pec ( e isto não é a minha opinião ) , amuar porque "ninguém falou conosco primeiro" não me parece ser motivo credivel e sério para lançar um pais inteiro numa crise politica. Se o PSD se pauta por este tipo de reacções infantis então claramente não está apto a governar