sexta-feira, outubro 28, 2011

Il faut juger à froid et agir à chaud. (P. Valéry)

A preferência pela democracia como forma de governo assenta, dizia Espinosa, também no facto de nela haver menos razões para temer absurdos. Apesar das suas origens lusas, Espinosa esqueceu-se que com os portugueses as coisas são sempre mais complexas. O que é que é legítimo esperar de um Governo que acaba de ser eleito? Assim ao correr da pena diria: preparação, competência, coerência, transparência, sentido de justiça, probidade, decência, bom senso. Vejamos, caso a caso, como se sai este Governo de direita PSD/CDS:
    Preparação: o caso TSU mostra à saciedade que não. O caso das GOP não revela mais, muito mais, do que impreparação. A tentativa de passar culpas o que mostra é uma certa queda para a má fé.

    Competência: bem, basta pensar no Álvaro para morder a língua. E já agora também, em M.Relvas, que procedeu sem aviso prévio ao alargamento da UE à Noruega!!

    Coerência: isso era antes das eleições. Agora o aumento de impostos, o corte dos subsídios, etc., desmentem em absoluto que haja nestes governantes um mínimo de coerência.

    Transparência: a ver vamos, mas lá que parece cada vez mais opaco, parece; alguém já percebeu o que quer que seja do plano de privatizações, em especial, da RTP?

    Sentido de justiça: sentido de quê? O OE2012 demostra, por redução ao absurdo, que é duvidoso que saibam sequer o que tal significa, seja em termos nominais seja em termos reais (para usar as expressões e a sintaxe deste PM.)

    Probidade: bem, o caso dos subsídios de renda de casa é esclarecedor.

    Decência: com benevolência imerecida diria talvez; mas a verdade é que o nível da argumentação para justificar algumas das medidas do OE2012 roça a indecência.

    Bom senso: pois, não parece haver, ou não andariam a advogar o empobrecimento como política.

    Q.E.D.

    Afonso

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