Tivesse eu os dons da escrita e criatividade e haveria de fazer um estudo asado sobre esta surpreendente figura da política portuguesa. O homem merece, a nação agradecia.
Deixo aqui um pontapé-de-saída para algum escriba pegar na bolinha.
O Mirelvas está a revelar-se orador prolixo, reformador de Portugal, quiça do mundo: debates, conferências, mensagens, reforma da adm. pública e territorial, televisões, rádio e imprensa em geral, a definição de um desígnio de serviço público de comunicação social, preleções à juventude, etc....
Apresenta-se aos olhos dos portugueses imbuído de autoridade, homem público que tem algo a dizer, uma verdade a transmitir, uma lição a dar. Até o Dr. Balsemão se verga a tal revelação: em lugar de dizer-lhe, estás-me a f....., diz, "parece..." que me estás a f....
Tem lacunas em certas técnicas, que tenta ultrapassar, no que concerne à gramática, retórica e dialética - o básico trívio. Usa com mestria a experiência de 15 anos em Tomar, onde montou uma Lapa, a partir da qual enfernizou a vida partidária local e preparou o assalto ao poder; recorre a uma ou outra frase de ignição, que fixou, e chega a despertar expetativas de que embalará por aí afora até ao Absoluto; uma humildade de servo da gleba, nesse ir por aí afora..., montou uma campaínha de alerta ao seu cerebelo que o adverte com precisão do abismo entre esse instinto natural e a sua cultura e capacidade.
Não raras vezes aventura-se na especulação filosófica, na filosofia política (e até na nossa História), mas logo tropeça, emperra, quando quer adornar o discurso com arte e manha: acaba sempre por verter a Manha, a falsidade, deixando transparecer um caráter vazio de humor, paixão e identificação com coisa nenhuma. Quando puxam por ele, arreganha os dentes, enfurece o olhar e despista com "vocês sabem isso, até já passaram aqui no vosso canal..."; outras vezes ameaça com o olhar os entrevistadores (nanja o Mário), que se quedam rafeirinhos. A vida custa...
Agora até diz que o actual líder do PS é responsável, tem qualidades para o cargo que exerce no PS. Quase me surpreendia...
Procuro há muito uma personagem na nossa literatura com que se identifique.... Em vão. Procuro um jornalista, um escritor, enfim, um intelectual português de hoje que fosse capaz de eternizar este Manhoso num artigo, num conto, numa novela, num romance. Não vejo ninguém com perfil... para isso.
Só um vero trabalhador intelectual, tipo operário das letras. Só O nosso Camilo, o Castelo Branco. Mas esse está no céu...
Não há por aí ninguém que se inspire neste Manhoso para uma obra de Arte?
3 comentários :
UM DESAFIO Á INTELIGENTSIA PORTUGUESA!
Miguel Relvas.
Tivesse eu os dons da escrita e criatividade e haveria de fazer um estudo asado sobre esta surpreendente figura da política portuguesa. O homem merece, a nação agradecia.
Deixo aqui um pontapé-de-saída para algum escriba pegar na bolinha.
O Mirelvas está a revelar-se orador prolixo, reformador de Portugal, quiça do mundo: debates, conferências, mensagens, reforma da adm. pública e territorial, televisões, rádio e imprensa em geral, a definição de um desígnio de serviço público de comunicação social, preleções à juventude, etc....
Apresenta-se aos olhos dos portugueses imbuído de autoridade, homem público que tem algo a dizer, uma verdade a transmitir, uma lição a dar. Até o Dr. Balsemão se verga a tal revelação: em lugar de dizer-lhe, estás-me a f....., diz, "parece..." que me estás a f....
Tem lacunas em certas técnicas, que tenta ultrapassar, no que concerne à gramática, retórica e dialética - o básico trívio. Usa com mestria a experiência de 15 anos em Tomar, onde montou uma Lapa, a partir da qual enfernizou a vida partidária local e preparou o assalto ao poder; recorre a uma ou outra frase de ignição, que fixou, e chega a despertar expetativas de que embalará por aí afora até ao Absoluto; uma humildade de servo da gleba, nesse ir por aí afora..., montou uma campaínha de alerta ao seu cerebelo que o adverte com precisão do abismo entre esse instinto natural e a sua cultura e capacidade.
Não raras vezes aventura-se na especulação filosófica, na filosofia política (e até na nossa História), mas logo tropeça, emperra, quando quer adornar o discurso com arte e manha: acaba sempre por verter a Manha, a falsidade, deixando transparecer um caráter vazio de humor, paixão e identificação com coisa nenhuma. Quando puxam por ele, arreganha os dentes, enfurece o olhar e despista com "vocês sabem isso, até já passaram aqui no vosso canal..."; outras vezes ameaça com o olhar os entrevistadores (nanja o Mário), que se quedam rafeirinhos. A vida custa...
Agora até diz que o actual líder do PS é responsável, tem qualidades para o cargo que exerce no PS. Quase me surpreendia...
Procuro há muito uma personagem na nossa literatura com que se identifique.... Em vão. Procuro um jornalista, um escritor, enfim, um intelectual português de hoje que fosse capaz de eternizar este Manhoso num artigo, num conto, numa novela, num romance. Não vejo ninguém com perfil... para isso.
Só um vero trabalhador intelectual, tipo operário das letras. Só O nosso Camilo, o Castelo Branco. Mas esse está no céu...
Não há por aí ninguém que se inspire neste Manhoso para uma obra de Arte?
Os portugueses agradeciam.
Parabéns caro Fernando Romano!
5 Estrelas....
G.
tenho um carinho especial por uma televisõ púbica que paga 30 mil por mês a figuras várias e dá avenças culturais de tamanha monta
quinté admira que a RTP internacional não seja outra CNN
e a RTP memória...esqueci-me
mas cá por mim podem contar com os 50.000 cêntimos para pagar as minhas partes da dívida a esse Taj Mahal cultural
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