BOAS FESTAS

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Com 2011 a terminar, e apesar

- das ocupações selvagens, das revoltas urbanas, dos cocktails molotov, do terrorismo informático e do regresso à Europa dos atentados bombistas. Dos surtos de criminalidade e de insegurança urbana. Da fermentação e da agitação nos campus universitários entre o filhos da classe média e nas periferias suburbanas. Da quebra brutal dos níveis de confiança e do rendimento diponível das famílias;
- da linguagem agressiva e do comportamento cada vez mais hostil entre os líderes políticos europeus. Da atitude de governos e governantes que não hesitam em responsabilizar e em punir, desnecessariamente, vítimas inocentes de uma crise que não provocaram, ao mesmo tempo que premeiam, descaradamente, os verdadeiros responsáveis e se vergam, despudoradamente, aos interesses e à concupiscência dos ‘mercados’. (De facto, quando aos líderes europeus, à saída de uma cimeira, nada mais lhes ocorre para dizer aos cidadãos senão ‘vamos ver o que dizem amanhã os mercados’, percebemos quão próximo está o grau zero da responsabilidade política, da accountability e, porventura, da própria legitimidade democrática.)
- de uma crise financeira que evoluíu para uma crise económica e que está à beira de se metamorfosear numa crise política. De uma ‘globalização paradoxal’ em que os EUA estão entretidos a cuidar de si próprios, a UE anda entretida a dar cabo de si própria, a Rússia empenhada em regressar ao passado totalitário e a China entretida a maximizar o interesse próprio...

Apesar de tudo isto, dizia, e do muito que ficou por dizer, sejamos realistas: acreditemos em milagres.

Por isso, quero desejar a todos os leitores do CC um BOM ANO DE 2012.

Afonso