quinta-feira, setembro 20, 2012

Há alternativa

• Rui Pereira, Há alternativa:
    'A afirmação de que não há alternativa é uma das mais nefastas para a nossa Democracia. Cortam-se os subsídios e pensões porque não há alternativa, aumenta-se a contribuição dos trabalhadores para a Segurança Social porque não há alternativa, sobe-se o IRS porque não há alternativa, encerram-se as empresas porque não há alternativa e despedem--se os trabalhadores da Função Pública porque não há alternativa. A percepção popular de que "os políticos são todos iguais" é inteiramente justa em relação aos que subscrevem aquela afirmação.

    Se não há alternativa, para que servem então as eleições, o pluralismo ou a alternância? Para dar ao Povo os números circenses necessários quando o pão escasseia? Se a arte da governação é simplesmente uma técnica, parece obsceno delapidar dinheiro em propaganda partidária e desbaratar energia em debates que semeiam a cizânia e ilusões. O Presidente, o Governo e o Parlamento deveriam ser escolhidos por concurso público ou, na perspectiva do darwinismo social, através de lutas que levassem ao poder os elementos mais fortes da comunidade.

    É preciso que estas ideias erradas sejam contrariadas por um saudável "existencialismo social". O que Sartre dizia de cada indivíduo também vale para um povo: é aquilo que faz do que fizeram dele. Está nas nossas mãos a última palavra sobre a União Europeia, a moeda única ou a "assistência externa". Essa imensa e solitária liberdade gera uma responsabilidade colectiva indeclinável. Portugal não é um protectorado, é uma Pátria com quase novecentos anos de História – uma varanda rasgada para o Mundo, que inventou caminhos entre os continentes.

    É preciso explicar aos cínicos mais empedernidos que esta conversa não é um exercício de retórica nem um assomo de lirismo. Devemos criar as condições políticas para uma renegociação da dívida que torne mais razoáveis os juros, mais exequíveis os prazos, mais viável o crescimento económico e mais efectiva a justiça social. Temos de o fazer em nome de todos nós, a começar pelos jovens que já deixaram de acreditar no futuro e pelos desempregados. Não podemos, como explicou O’Neill, perfilar-nos de medo, agradecendo o medo que nos salva da loucura.'

5 comentários :

Anónimo disse...


Já agora Sr Rui Pereira depois da leitura do seu texto fiquei com uma dúvida. Qual é a alternativa que apresenta? Li mas não vejo nenhuma em concreto, tirando a da renegociação da divida que por acaso trará como consequência mais dívida ao país como é óbvio.

Ant.º das Neves Castanho disse...

Plenamente de acordo!

Com tudo. Apenas acrescentaria a esta frase "É preciso explicar aos cínicos mais empedernidos que esta conversa não é um exercício de retórica nem um assomo de lirismo", explicar sim, sobretudo com actos, em especial com actos governativos!

O PS que nunca se esqueça destas palavras sábias, sobretudo quando voltar a pôr ordem no caos deixado pela Direita, como aconteceu com Soares em 83, com Guterres em 95, com Sócrates em 2005, enfim, como acontece sempre que a Direita governa com maioria absoluta, mas mesmo assim não consegue mostrar que tem condições para governar sem uma "suspensão da Democracia", como naqueles célebres 48 anos.

Anónimo disse...


Eh pá pelos vistos os Portugueses pelo comentário das 11:35 têm começar a ficar preocupados a socratice ameaça voltar ao poder o "assalto" vai recomeçar!!! Realmente só se estivessemos todos doidos é que essa corja socrática que esteve no poder entre 2005 a 2011 regressava ao governo.Enfim sonhos da socratice.

Anónimo disse...

mas ó gente o que vos aconteceu o país estava ótimo não era preciso mais austeridade as contas estavam todas feitas pelo pintelheiro e depois deste terrorismo que vocês têem feito ainda precisam de mais alguma coisa? talvez mais algum desvio colossal que vocês encontraram
alguns esqueletos esquecidos ou andam por aí mais loureiros á solta?

Anónimo disse...

Os portugueses (assim mesmo sem maiúscula, em bom Português, seu analfabruto!) não estão nada preocupados que o PS volte ao Poder.


TU É QUE ESTÁS PREOCUPADO, Ó PANASCÃO!


Mas não tens nada a temer, bandalho, quando fores definitivamente internado: os Hospitais Psiquiátricos públicos vão voltar a ser de confiança quando o País voltar a ser governado de novo...


Dr. Júlio Dantas de Matos.