quinta-feira, novembro 22, 2012

O desempenho do “muito impressionante” Gaspar


aqui tínhamos feito referência ao facto de o memorando da troika exigir, para 2012, medidas de consolidação orçamental no valor de 5.073 milhões de euros, mas que o Governo tinha decidido quase dobrar a parada, apresentando um pacote de austeridade contendo medidas que atingem 9.042,3 milhões de euros (cf. Relatório do OE-2012, p. 22, na versão em papel, ou p. 30, na versão on-line) — e, muito possivelmente, nem um por cento de redução do défice conseguirá atingir este ano.

Numa desapaixonada análise comparativa dos efeitos da consolidação orçamental em 2011 e 2012, Manuel Caldeira Cabral escreve hoje o seguinte (num artigo intitulado Um ajustamento mais fraco e mais duro em 2013?):
    ‘Em 2012, o processo de ajustamento também acelerou tanto os efeitos recessivos como a destruição de emprego. Em 2011, o emprego caiu 1,3%, em 2012, diminuiu 4,3%. O PIB, que em 2011 teve uma contracção de 1,7%, em 2012, deverá cair 3%, de acordo com o relatório da proposta de OE para 2013. Pelo contrário a variação do saldo estrutural primário foi menos acentuada em 2012 do que em 2011. Isto é, em 2012, com menos consolidação tivemos mais recessão e mais destruição de emprego.’


Daí que, como se infere da questão colocada como título do artigo, assistiremos, em 2013, a um “ajustamento” mais fraco, exactamente por força de uma austeridade ainda mais dura.