segunda-feira, agosto 12, 2013

"Meu caro amigo, responde Tito, já vais tarde para a carreira judicial, militar, diplomática, ou bancária da Caixa!"

• António Correia de Campos, Sintra [hoje no Público]:
    ‘(…) Mas a insuficiente cotação do Presidente é o que mais me choca. Não me lembro de entre nós, haver um alto magistrado tão maltratado na opinião publicada e pública, ao nível da extensão e densidade das críticas. Mas, Tito, não será pela permanente aproximação entre Presidente e Governo, que contrasta fortemente com a atitude perante governos anteriores? Retorqui, com a minha costela partidária a latejar. Não se trata de colagem ideológica e prática entre dois órgãos, o que até pode ser desejável, responde Tito, o problema é muito mais grave, reside na descrença geral, na perda de respeito dos cidadãos por aqueles de quem apreciaria receber conselho avisado e decisão prudente. Visível em todas as sondagens. Esse é um problema sério, a meio dos mandatos de cada órgão. Surpreendeu-me, em um só ano, a mudança acentuada do padrão anterior.

    (…)

    Há pior que isso, meu Tito, então e o corte definitivo, retroactivo e certamente irrevogável, das pensões dos funcionários, em 10%? Declaro aqui o meu conflito de interesses. Como futuro pensionista do Estado, sem nunca ter manipulado a minha pensão, como tantos fizeram na privada, sem ter começado a trabalhar aos catorze anos como muitos registaram - alguns nem tu imaginas - sem ter faltado ao serviço, trabalhando há 48 anos para o Estado ou entidades públicas, sem subvenção vitalícia de político, esperando ter acesso a uma pensão correspondente aos vencimentos, é certo que acima do valor actuarial dos descontos, eram essas as regras, eis que de súbito me cortam 10% na pensão. Dizem-me que, na Alemanha, o direito a uma pensão legitimamente constituída é um direito de propriedade, será assim? Bom, Tito, tudo compreendo e aceito, em nome da defesa das finanças públicas, mas não consigo encaixar as excepções de magistrados, juízes, servidores nas forças armadas, diplomatas e pensionistas da Caixa Geral de Depósitos. Meu caro amigo, responde Tito, já vais tarde para a carreira judicial, militar, diplomática, ou bancária da Caixa! Lembra-te que, à falta de bom estudo, há sempre a tentação de prevenir tempestades, vindas de quem detenha a vara da justiça ou a força das armas. E quanto aos diplomatas, deverias pensar no custo do isolamento cultural ou da separação das famílias. (…)’

9 comentários :

Anónimo disse...

E o que escreve Correia de Campos sobre Machete, o investidor do BPN que tem merecido ampla cobertura (negativa) neste blog?

Anónimo disse...

O equívoco continua a seguir o seu caminho, publicitado pelos ignorantes escribas. Aos pensionistas militares vão ser cortados 10% da pensão ao contrário do que se pretende fazr crer. depois de uma vida activa, sem diteritos de cidadania, levam todos estes os cortes. LEMBRA-SE QUE: Aos militares, para além da sujeição a especiais deveres, são subtraídos direitos de cidadania conferidos aos restantes cidadãos (incluindo os funcionários publicos), nomeadamente: (disponibilidade permanente para o serviço, i.e., mobilidade sem quaisquer restrições, sem direito a horas extraordinárias, e a fazer greve). E, para além disso, são impostas restrições no âmbito mais vasto dos direitos, liberdades e garantias – limitações aos direitos de: liberdade sindical, expressão, reunião, manifestação, petição coletiva, capacidade eleitoral passiva, representação coletiva no foro judicial.

Jorge Carvalheira disse...

Ao que disse o Anónimo anterior, que só é pouco para quem o não sente, há que juntar o seguinte:
Só ficam isentos da chacina os militares em situação de reforma extraordinária.
Para evitar estas poeiradas desinformativas, esclarece-se que os casos de reforma extraordinária (há alguns), são aqueles que resultam de acidentes ou doenças contraídas em serviço, que impedem a continuação no activo e determinam a passagem à reforma.
Extraordinária, claro!

james disse...



Reafirmo, Correia de Campos é muito melhor a escrever do que a falar. Por favor, tirem-lhe os micofones e colem-lhe a boca a fita-cola.

praianorte disse...

Correia de Campos acerta em cheio mais uma vez. Alem de pessoa de idoneidade reconhecida é um técnico de renome. Os que o criticam deveriam ter em atenção que o Homem já foi politico recusando receber a sub. vitalício, como a maioria o faz, e tem direito, argumento que alguns aqui utilizam para justificar as benesses.

lidiasantos almeida sousa disse...

Correia de CAMPOS É BOM EM TUDO. Tem uma ironia mordaz, que o JAMES não consegue atingir. A sua calma a falar, sempre com grande educação e distinção é o que o torna uma pessoa de grande dignidade sem vaidade apesar de ser um técnico de fama mundial. Obrigada Professor por existir, escrever e falar com grande humanidade. O que distingue o ser Humano dos animais, é a inteligência, o raciocino que o levaram a falar, cantar e dançar. Um grande abraço Querido Professor.

james disse...

Senhora Dona Lídia Santos Almeida Sousa:

Ao ter ficado muito "enxofrada" (não sei se conhece o termo) com o meu comentário, parece-me, sim, que quem não conhece Correia de Campos é a Senhora.

De facto, conheço Correia de Campos tão bem ou melhor do que a Senhora, nunca tendo posto em causa as suas competências e se quiser, a sua idoneidade, embora o mesmo, últimamente, se tenha pronunciado sobre a baixa do IRC de forma muito pouco edificante.

Não obstante, sempre entendi que Correia de Campos, foi e é um desastre em termos comunicacionais, principalmente quando é entrevistado, o que não invalida a sua douta sabedoria.

Aliás, e para a incomodar ainda mais, posso mesmo dizer-lhe que neste blog, até já chamei ao Prof. Correia de Campos uma boca de trapos, ou língua de trapos, pela falta de contenção verbal que o mesmo revela, ao contrário da ponderação refletida nos seus textos escritos.

E, hoje, só não o voltei a qualificar de boca de trapos, para não me repetir e tornar cansativo, situação que Vossa Excelência, no entanto, me obrigou, involuntariamente, a perpetrar.

Não confunda a Senhora, a elevada sabedoria e competência do Professor Correia de Campos com o modo desastrado como o mesmo comunica quando é entrevistado, tornado-se, na verdade, numa verdadeira língua de trapos desastrada e que muitas vezes só deixa a confusão e a ambiguidade.

Poder-lhe-ia dar exemplos múltiplos do que acabo de mencionar, mas seria uma tarefa inglória face à sua cegueira, falta de distanciamento e parcialidade quanto ao referido Professor.

Assim, fique a Senhora na sua que eu fico na minha, e não é a Senhora que me demove de mudar de posição

Cumprimentos,
James

P.S. E agradeço que não volte, quando me mencionar a escrever em maiúsculas, uma vez que não sou cego, nem surdo.

lidiasantos almeida sousa disse...

Caro James, não era preciso ficar tão enxofrado, conheço sim o termo e gosto muito dele faz-me lembrar os bruxedos da antiguidade quando as mulheres queimavam enxofre para os marido não terem amantes. Gostos não se discutem e só cito Pirandelo "PARA CADA UM A SUA VERDADE" Correia de Campos ao dar entrevistas com o seu ar blasé faz-me recordar o meu Avô Francês Santos Drummond natural de Dieppe na Normandia, que nunca perdia a calma,tinha sempre um sorriso de bonomia para amigos e inimigos. Talvez goste mais do MARCO ANTÓNIO COSTA OS DO MAÇÓNICO MONTENEGRO OU AINDA PIOR DO FILHO DO MENEZES, PEIXEIROS DO BOLHÃO. Peço não se zangue comigo pois saio ao meu avô nalgumas coisas noutra gosto muito de polémica. Obrigada e passe um dia feliz

lidiasantos almeida sousa disse...

Caro James voltei a reler a sua mensagem e espero não ter tido a indelicadeza de escrever em maiusculas, visto o James não ser Cego, graças ao Buda, ao Deus ou a quem acreditar. Agora a escrita em maiusculas não tem nada a ver com ser surdo, embora lhe diga que goste de dar o meu grito de Ipiranga. Tenho é o péssimo hábito de não colocar acentos. mas sei que o Senhor Dom James é compreensivo com as pessoas iletradas. Até sempre. Será o Senhor o James Joyce que eu adoro?