quarta-feira, agosto 07, 2013

Somos todos iguais (mas há uns que são mais iguais que os outros)

Num dia em que o Público esteve inspirado a reproduzir o spin governamental

Não são apenas os juízes e os diplomatas que são subtraídos ao corte brutal “em nome da equidade”. Os magistrados do Ministério Público e os militares de carreira também.

Neste aspecto concreto, os estarolas revelaram-se homens avisados. Ao proceder assim, o Governo pensa conseguir que os diplomatas adociquem no estrangeiro a balbúrdia doméstica, que os militares se mantenham entretidos nos quartéis e que não surjam do nada campanhas negras — quando, ainda por cima, andam a ganhar pó pelas prateleiras da Procuradoria as Tecnoformas (são mesmo duas), a ONG laranja, as conversas telefónicas de Ricciardi com o “Pedro”, o ajuste directo da Perella Weinberg, as privatizações… sei lá… o pote.

11 comentários :

Anónimo disse...

Será q Cavaco vai interromper as ferias para dar posse a um novo Secretario de Estado?

Anónimo disse...

Coloca-se tudo no mesmo saco. Como se todos os que trabalharam no Estado, fossem iguais. Os militares durante a vida activa não têm direitos de cidadania, ao contrário dos juizes, diplomatas, etc, aí puderam ser diferentes de quem trabalha no privado e no próprio estado. Aos militares, para além da sujeição a especiais deveres, são subtraídos direitos de cidadania conferidos aos restantes cidadãos (incluindo os funcionários publicos), nomeadamente: (disponibilidade permanente para o serviço, i.e., mobilidade sem quaisquer restrições, sem direito a horas extraordinárias, e a fazer greve). E, para além disso, são impostas restrições no âmbito mais vasto dos direitos, liberdades e garantias – limitações aos direitos de: liberdade sindical, expressão, reunião, manifestação, petição coletiva, capacidade eleitoral passiva, representação coletiva no foro judicial. E agora devem ser tratados na reforma como se não tivessem passado por isto tudo? não tratem do modo igual quem é diferente...

Anónimo disse...

Mentira sobre os militares de carreira. Todos eles já sofreram o desconto, o qual seria a dobrar caso fossem abrangidos novamente. Alem disso os militares na reserva, uma grande parte deles continuam ao serviço activo, pois reserva não significa reforma. Os juízes jubilados, com apenas 25 anos de serviço, esses sim não trabalham e podem manter-se nessa situação sem serem reformados, o que significa ter o vencimento actualizado como os que trabalham e recebendo igualmente o subsidio de renda de casa, mesmo sem trabalhar, muito pouco depois dos 50 anos, idade com que a maior grande parte deles atinge a jubilação.

Anónimo disse...

Como se a função publica não tivesse já levado cortes nos salários, anteriores a este governo.
Agora podem levar novos cortes, mas os senhores juizes, diplomatas e militares, nem pensar...
Dois pesos e duas medidas .

João das Regras disse...

Os chicos lateiros das 10:04h e das 10:14h (serão o mesmo artista?) representam toda a ignorância e mesquinhez de muito militar de carreira deste País, infelizmente. Sobre toda essa choradeira - nalguns casos, demagogia pura e dura - sobre perda de direitos, tenho uma pergunta: os militares são forçados a alistar-se ou vão de livre vontade, em particular os do QP?
Antes de se meterem com comparações bacocas e típicas de imbecis de caserna (ou de coberta, se for caso disso) contra os diplomatas ou os magistrados, já repararam bem nos estatutos e leis orgânicas dessas profissões? Nas suas especifidades?É que também têm restrições, sabem? Estão a ver um juiz militante dum partido ou comerciante? Eu não, mas eu tenho noção das coisas. Ficam também a saber que há escala de serviço de magistrados durante as férias judiciais, porque os crimes e outras situações excepcionais não escolhem hora nem dia; já agora, atentem, também, no caso dos médicos, enfermeiros e farmacêuticos do SNS. Outros "calões" com demasiados direitos, claro.
E, bom, gostava de ver muito chiquinho da lata a aturar gandins nas esquadras, postos e tribunais, daqueles que não abaixam a fuça à voz de comando, bem pelo contrário.
E dos polícias? Já viram?
Quanto à jubilação de magistrados: é aos SETENTA anos, ignorantes. Mais uma mentirola de caserna propagada por gentalha podre. O mesmo não se pode dizer da reserva dos militares do QP, visto que muitos, sejam sargentos ou oficiais, estão literalmente em casa sem fazer nada; outros estão a "trabalhar" em unidades, direcções e comandos que não servem para nada e acrescentam ZERO à operacionalidade das Forças Armadas - chafaricas para general e pouco mais. Nisto, o Exército é o mais culpado e a FAP o exemplo a seguir.
Última reserva moral da Nação? Aquela que perde ficheiros de veteranos de guerra, que aceita roubos de armas de arrecadações e que amocha perante políticos para depois vir choramingar contra eles? É o caralho, mas é. Chicos lateiros, no mínimo.
E, claro, nem uma puta de referência aos militares contratados, esses empata-fodas para todo o serviço, autênticos mancebos da era pós-SMO.
Também não falam, no casos dos oficiais, de contar tempo de serviço quando ainda são cadetes nas academias, na exclusividade no acesso à carreira, na falta de processos disciplinares e de despromoções em caso de asneira e por aí fora. Corporativismo salazarento ou do Movimento dos Capitães em todo o seu esplendor (?!).


Não há nada mais odioso do que ignorantes a propagarem mentiras. Forças Armadas são fundamentais a Portugal, pulhíticos de uniforme nem por isso. Já não é a primeira vez que vejo estes calhordas por aqui e não será a última a que lhes respondo.

João das Regras disse...

E escrevam como deve ser, já que são tão Patriotas. Ou os erros que deram na escola primária são agora "Português de Lei"?

João das Regras disse...

E obviamente que as minhas referências aos militares contratados são sarcásticas e elogiosas, visto que estes são dos que mais dão às Forças Armadas e são dos que menos regalias têm, quer durante o serviço activo, quer já na disponibilidade.

E são dos que menos choramingam, comparem-se as aparições públicas da (por exemplo) Associação de Contratados do Exército com o regabofe lobbista da AOFA. São os novos milicianos, recordando o Ultramar; dizem-se pessoas ainda ligadas às FA que, se os contratados se lembrassem de fazer um levantamento de rancho só no Exército, este pararia, tão simples quanto isso. A Armada e a FAP não sofreriam tanto, mas também levariam uma talhada.
Felizmente que temos militares disciplinados e abnegados (muitos deles só ingressaram nas FA porque o mercado de trabalho está medonho, incluindo gente licenciada), que só se lembram de falar dos podres da Instituição Militar e dos políticos que a tutelam DEPOIS de saírem do activo. E só lá ficam seis anos, ao contrário dos Pereiras Cracéis e dos Limas Coelhos, que tudo fizeram para correr com o Diabo Sócrates, esse "flagelo de Portugal", para agora estarem a levar com um (des)Governo que só lhes vai ao traseiro. É o karma, dizem.

Anónimo disse...

Gostava de ver os socialistas a fazerem isto! São uns corajosos!!!

Anónimo disse...

Ó Morcão, aqui fala-se de reformas e pensões não de fruta. Penso eu de que...

Anónimo disse...

pensionistas militares vão ser cortados pelo menos 10% da pensão, o que somado á CES que já pagam, e ao IRS, dará um valor de corte perto dos 45% da pensão. É aos militares na RESERVA por o seu vencimento ser o do activo (na verdade estão no activo) que não será feito corte, quem está na reserva não é aposentado. Em 1990, quando era Ministro da Defesa o Dr. Fernando Nogueira e Primeiro-ministro o Dr. Cavaco Silva, teve lugar uma profunda alteração estatutária relacionada com as condições de passagem à situação de Reserva.
O Estatuto dos Militares das Forças Armadas, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 34-A/90, de 24 de Janeiro, introduziu alterações significativas no tocante ao regime de transição dos militares para a situação de reforma, diminuindo. Foi criado nos anos 90 quando o Governo de Cavaco Silva alterou o Estatuto dos Militares e acabou, entre outras coisas, com a idade de reforma aos 70, antecipando-a para os 65 anos. Porque será que ninguém fala disto? Porquê não dispensar aos militares um tratamento equivalente ao de outros grupos sócio-profissionais, públicos ou privados para os quais são previstas diferentes formas de complementaridade das respectivas remunerações (professores, magistrados, Banco de Portugal, etc.)? A título de exemplo citamos os professores e os magistrados judiciais e do ministério público, para os quais, considerando a especificidade da respetiva atividade, foram adoptadas soluções que passam pela garantia de que as respetivas reformas são atualizadas de modo a que não baixem aquém de 70% das remunerações no ativo, no caso dos professores, ou que mantenham o valor de 100/%, tratando-se de magistrados judiciais e do ministério público.
Com a simplicidade bem elucidativa do pensamento dominante nas “elites” que nos governam, em que a desconsideração e a afronta à dignidade dos militares tem sido palavra de ordem, desprezando a especial condição em que operam, sabendo-se que lhes estão vedados um significativo conjunto de direitos e liberdades, ao mesmo tempo que são sujeitos a especiais e severos deveres.

Anónimo disse...

o Sindicato "deles" também faz turnos aos blogues. Lançar a confusão é o lema, porque "razões" são as "especificidades" Já sabiamos.