terça-feira, outubro 15, 2013

Sustentabilidade do crescimento pelas exportações

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• Manuel Caldeira Cabral, Sustentabilidade do crescimento pelas exportações:
    ‘O endividamento público e privado dos países em situação de resgate obriga a que o seu crescimento na próxima década tenha de ser liderado pela procura externa. Colocam-se duas questões: 1. É este o tipo de crescimento que está a acontecer em Portugal? 2. Será que a base exportadora tem uma dimensão e um dinamismo suficientes que as exportações líquidas possam só por si puxar o crescimento económico?

    A resposta à primeira questão parece simples. O crescimento das exportações desde 2005 supera claramente o do PIB, com o peso das exportações a aumentar de 27% para perto de 40% do PIB. Depois de 2005, as exportações portuguesas cresceram acima da média da União Europeia, e a evolução das exportações líquidas deu um contributo positivo para o crescimento em 21 dos 30 trimestres, em contraste absoluto com a década anterior (1995-2005), em que o crescimento foi liderado pela procura interna, com um contributo das exportações líquidas em geral negativo.

    Perante isto poderíamos pensar que o contributo das exportações foi decisivo para os sinais de viragem económica dos últimos meses. No entanto, isso não é verdade. Nos últimos três meses para os quais existem dados, as exportações líquidas deram um contributo negativo para o crescimento do PIB, com as exportações a crescerem menos que as importações desde Junho.

    No segundo trimestre deste ano, em que o PIB cresceu 1,1% em cadeia, o crescimento homólogo das exportações líquidas foi o mais baixo desde 2010. Os sinais de recuperação vieram da procura interna, com a atenuação da queda do consumo, dos gastos públicos e do investimento, e não pela aceleração das exportações líquidas, que na realidade estão a desacelerar.

    Uma vez que os sinais de recuperação recentes resultaram mais da alteração da procura interna do que do acelerar da procura externa líquida, então a sua manutenção pode estar muito dependente das decisões do próximo orçamento e do seu impacto no rendimento e consumo das famílias.’

Nota: O artigo completo estará disponível após a hora do almoço.

5 comentários :

Rosa disse...



Muito claro!! É bom que tenhamos pessoas destas que, além de serem especialistas na matéria, dizem as coisas de forma clara e verdadeira.

Pois é, mas o Seguro ainda não disse...



Calma, Rosa. Os especialistas são, como é óbvio, indispensáveis e devem dizer "as coisas de forma clara e verdadeira", mas isso NÃO CHEGA.

Até porque só um número muito restrito de pessoas os lêem (e menos ainda os compreendem...).

O que faz mesmo falta no espaço de debate público em Portugal é quem pegue nesta informação objectiva e especializada e a TRADUZA EM LINGUAGEM SIMPLES para o comum do Cidadão. Isso é a missão dos Políticos! E NÃO ESTÁ a ser desempenhada com eficácia do lado da Oposição - ao mesmo tempo que está a ser "contra-desempenhada" pelos que suportam o Poder atual com uma inexcedível dedicação e a utilização maciça de meios de propaganda!

O que nomeadamente o PS deveria estar a dizer, DE FORMA BEM CLARA E SONORA, era isto:

desde que o Gaspar tomou conta disto, em dois longos e penosos anos, a ÚNICA MEDIDA ECONÓMICA RACIONAL E CONTRUTIVA decorreu de uma decisão política do Tribunal Constitucional!

E consistiu na preservação do Subsídio de Férias dos Funcionários Públicos em 2013, QUE O "GUVERNO" PRETENDIA ROUBAR-LHES OUTRA VEZ!

Foi isso, APENAS ISSO que animou a Economia no 2º Trimestre de 2013 e traduz uma decisão CONTRÁRIA A TODO O RUMO IMPRIMIDO AO PAÍS pelo "guverno" atual!!!

Algo que, ESPECTACULARMENTE comprova a "razão total" de Vítor Gaspar, que afinal sempre teve razão, pois, mas sómente EM SE DEMITIR E PRECISAMENTE PELOS MOTIVOS QUE INVOCOU: o falhanço CLAMOROSO das políticas económicas e sociais da sua exclusiva responsabilidade - o famoso e trágico "ir além da tróica"!!!


Ou seja, o "guverno" DEVERIA ERA ESTAR GRATO AO TC por lhe ter permitido fazer esta "flor", que NUNCA MAIS SE REPETIRÁ enquanto não voltarem a haver políticas consistentes de reforço da CONFIANÇA dos agentes económicos e da CAPACIDADE DE CONSUMO INTERNO!!!

Enquanto estas verdades dos Especialistas não chegarem ao público dos "media" de uma forma clara e contundente, de nada valem a ninguém.

Leitor português disse...



Vê-se bem a "eficácia" desta temática, expressa apenas desta forma, no número de comentários que aqui suscitou até ao momento...

Luís Lavoura disse...

É muito simples: o principal motor do aumento das exportações é a depressão da procura interna. As exportações crescem porque, e quando, a procura interna está deprimida: se não há consumo em Portugal, as empresas exportam. Mal o consumo interno desabrocha, imediatamente as exportações diminuem.

Luís da Ingrícola disse...




É mesmo isso, ó Lavoira: as pulgas, sem pernas, não ouvem!


Que sarnoso, este imbecil...